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FATORES QUE ATUAM NA REGULAÇÃO DA INGESTÃO ALIMENTAR E ARMAZENAMENTO DE ENERGIA.

terça-feira, 1 de março de 2011
A COMPREENSÃO DOS FATORES que influenciam o
 equilíbrio energético e a manutenção do peso corporal
 é de grande relevância,
O peso corporal é uma função do balanço de energia e de nutrientes ao longo de um período de tempo. O balanço energético é determinado pela ingestão de macronutrientes, pelo gasto energético e pela termogênese dos alimentos. Assim, o balanço energético positivo por meses resultará em ganho de peso corporal na forma de gordura, enquanto o balanço energético negativo resultará no efeito oposto.

Vários fatores atuam e interagem na regulação da ingestão de alimentos e de armazenamento de energia, contribuindo para o surgimento e a manutenção da obesidade. Entre eles, fatores neuronais, fatores endócrinos e adipocitários e fatores intestinais.

Fatores neurais
A ingestão alimentar e o gasto energético são regulados pela região hipotalâmica do cérebro. O entendimento atual do sistema envolvido nesta regulação sugere que, no hipotálamo, há dois grandes grupos de neuropeptídeos envolvidos nos processos orexígenos e anorexígenos, porém a localização precisa dos receptores neurais para cada sinal orexigênico e anorexigênico ainda não está determinada.

Fatores endócrinos e adipocitários
A homeostase energética é controlada por um sistema neuro-humoral que minimiza o impacto de pequenas flutuações no balanço energético, sendo que a leptina e a insulina são elementos críticos desse controle e são secretados em proporção à massa adiposa. Indivíduos obesos têm elevadas concentrações de insulina e leptina.

A INSULINA é secretada pelo pâncreas, hormônio que REGULA os níveis de GLICOSE no sangue. Após as refeições, os nutrientes são digeridos no intestino e reduzidos em pequenas moléculas de glicose para serem prontamente absorvidas, entrando na corrente sanguínea. Demandas constantes de insulina torna o organismo resistente à sua ação, tornando-a deficiente, o que ocorre no Diabetes Mellitus.

A LEPTINA é uma proteína composta por 167 aminoácidos, e possui uma estrutura semelhante às citocinas, do tipo interleucina 2 (IL-2), sendo produzida principalmente no tecido adiposo, ela quem manda ao cérebro sinais de SACIEDADE. Altos níveis de leptina reduzem a ingestão alimentar enquanto que baixos níveis induzem hiperfagia.

Em humanos, a concentração plasmática de leptina está parcialmente relacionada ao tamanho da massa de tecido adiposo presente no corpo, pois seus níveis plasmáticos diferem em indivíduos com mesmo índice de massa corporal. Além disso, mulheres geralmente apresentam níveis maiores de leptina do que homens, e em algumas patologias, como o diabetes mellitus do tipo II, os níveis plasmáticos de leptina apresentam-se elevados


Fatores intestinais
A absorção, ou mesmo a presença de alimento no trato gastrintestinal, contribui para modulação do apetite e para regulação de energia. O trato gastrintestinal possui diferentes tipos de células secretoras de peptídeos que, combinados a outros sinais, regulam o processo digestivo e atuam no sistema nervoso central para a regulação da fome e da saciedade. A sinalização ocorre por meio dos nervos periféricos (como pelas fibras vagais aferentes) e por meio de receptores.

A CCK, além de inibir a ingestão alimentar, também induz a secreção pancreática, a secreção biliar e a contração vesicular. Outro inibidor da ingestão alimentar é o peptídeo YY, ou PYY. A oxintomodulina (OXM) foi recentemente identificada como um supressor da ingestão alimentar a curto prazo.

A GRELINA é secretada por células da mucosa gástrica e é um dos mais importantes sinalizadores para o início da ingestão alimentar, sendo responsável pela sensação de FOME. Os níveis de ghrelina disparam perto da hora das refeições e diminuem depois que comemos. A grelina, além de aumentar o apetite, também estimula as secreções digestivas e a motilidade gástrica.

A grelina está diretamente envolvida na regulação a curto prazo do balanço energético. Níveis circulantes de grelina encontram-se aumentados durante jejum prolongado e em estados de hipoglicemia, e têm sua concentração diminuída após a refeição ou administração intravenosa de glicose.

Os níveis plasmáticos de grelina são baixos em indivíduos obesos quando comparados com indivíduos magros, enquanto indivíduos com dieta de baixo teor calórico, sob treinamento físico crônico, ou com anorexia nervosa apresentam níveis de grelina elevados.

A obesidade e os transtornos alimentares são determinados pela associação de diversos fatores, e esta multicausalidade dificulta seus tratamentos.
 
A COMPREENSÃO DOS FATORES que influenciam o equilíbrio energético e a manutenção do peso corporal é de grande relevância, já que a obesidade é atualmente um problema de saúde pública que provoca sérias consequências sociais, físicas e psicológicas.
 
Manter uma proporção adequada de MACRONUTRIENTES, realizar as refeições em horários regulares, de forma mais frequente, reduzindo seu volume. EVITAR dietas RESTRITIVAS, BUSCANDO REEDUCAÇÃO ALIMENTAR, exercicios físicos, CONTROLAR horas e qualidade de sono, bem como procurar dormir no mesmo horário, são fatores de extrema relevância à evitar os desequilíbros que contribuem à obesidade.

Fontes: MOTA, Gustavo R. da  and  ZANESCO, Angelina. Leptina, ghrelina e exercício físico. Arq Bras Endocrinol Metab [online]. 2007, vol.51, n.1, pp. 25-33.

HALPERN, Zuleika S. C.; RODRIGUES, Mariana Del Bosco  and  COSTA, Roberto Fernandes da. Determinantes fisiológicos do controle do peso e apetite. Rev. psiquiatr. clín. [online]. 2004, vol.31, n.4, pp. 150-153.

ROMERO, Carla Eduarda Machado  and  ZANESCO, Angelina. O papel dos hormônios leptina e grelina na gênese da obesidade. Rev. Nutr. [online]. 2006, vol.19, n.1, pp. 85-91.

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