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TAURINA PODE AJUDAR NA PREVENÇÃO DA OBESIDADE.

terça-feira, 30 de setembro de 2014 0 comentários
O aminoácido taurina pode induzir uma significativa perda de peso, além de trazer diversos benefícios no controle da glicemia.
A conclusão é de um estudo feito em animais de laboratório por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Os dados, se puderem ser replicados em humanos, sugerem que o tratamento poderia proteger contra o desenvolvimento de complicações como o diabetes.
Taurina
"A taurina é um aminoácido que não é incorporado nas proteínas de nosso organismo e parece ter um papel importante na sinalização celular. Nossos dados mostram que ela regula a produção intracelular de peróxido de hidrogênio (H2O2) - ou água oxigenada - e isso se correlaciona com a melhor ação da insulina nos tecidos periféricos", disse professor Everardo Magalhães Carneiro.
O pesquisador explicou que a taurina é sintetizada naturalmente pelo organismo, principalmente nas células do fígado e do tecido adiposo. Também pode ser adquirida pela ingestão de alimentos como carne, peixe, mariscos e, em menor quantidade, vegetais, além de estar presente em suplementos alimentares para atletas e nas chamadas "bebidas energéticas".
"A taurina se concentra nas células alfa do pâncreas, exercendo um papel que ainda estamos tentando descobrir qual é exatamente," disse Everardo.
A célula alfa é a responsável pela secreção do hormônio glucagon - cuja função é mobilizar a energia estocada na forma de glicogênio no fígado durante períodos de jejum prolongado para prevenir a hipoglicemia, que pode ser fatal. Além disso, dados de outros estudos indicam que o glucagon produzido pela célula alfa também estimula a célula beta, sua vizinha, a secretar insulina.
Há três tipos principais de células nas ilhotas pancreáticas: a alfa, a beta e a delta. A célula alfa estimula a célula beta a produzir insulina e a célula beta inibe a secreção de glucagon pela célula alfa. Já a delta produz o hormônio somatostatina, capaz de inibir tanto a secreção de insulina quanto de glucagon, dependendo da necessidade.
"Parece que, de alguma forma, a taurina modula esse controle parácrino (no qual um hormônio produzido por uma célula controla a atividade da célula vizinha) da insulina, favorecendo maior ou menor secreção do hormônio dependendo do caso", explicou Everardo.
Benefícios da taurina
Durante o estudo, camundongos induzidos à obesidade receberam suplementação com 5% de taurina na água durante 60 dias. As análises mostraram uma redução do peso no grupo tratado, em torno de 16%.
A intolerância à glicose diminuiu 35%, a resistência à insulina, 30% e a produção hepática de glicose, 28% - ainda significativamente superiores aos camundongos não obesos.
"Outro teste interessante que fizemos com o animal obeso é o de tolerância ao glucagon, que consiste em administrar esse hormônio e observar o quanto ele consegue mobilizar de glicose no fígado. No obeso, a produção hepática de glicose é altíssima em relação ao controle - 94% maior. Já no obeso tratado com taurina esse valor cai para 39%", disse Everardo.
"Os dados preliminares mostram que a taurina modula a expressão de vários genes de forma a promover uma melhor adaptação dos animais com relação ao comportamento alimentar, que reflete em melhor controle glicêmico. Também parece proteger as células do hipotálamo contra o estresse de retículo endoplasmático, que é um fenômeno envolvido na morte de diversos tipos celulares, entre eles os neurônios", disse Everardo.

APROVEITE OS NUTRIENTES DA SARDINHA.

segunda-feira, 29 de setembro de 2014 0 comentários
"Apesar de bom comedor de peixe, o brasileiro não elegeu, como o português (...), um tipo específico para consumo, tornando-o nacional..." A análise, um tanto atual, é do historiador e antropólogo Luís da Câmara Cascudo (1898-1986) no clássico História da Alimentação no Brasil, e a eleita dos lusitanos, você deve imaginar, foi a sardinha. O estudioso argumentou que a variedade de espécies de água doce e salgada por aqui e um certo desprestígio pelos pescados como fonte de sustança fizeram nosso povo se abster de uma escolha semelhante. 

Pois, se fôssemos convocados a participar de um pleito desses, a mesma sardinha despontaria como principal candidata. "Em termos econômicos, é o peixe mais importante do país", afirma Paulo Ricardo Schwingel, professor de oceanografia da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), em Santa Catarina. A abundância nos mares e o preço mais em conta um dia lhe renderam a imagem de pescado pouco nobre. Vivemos, no entanto, o seu redescobrimento, impulsionado pelaciência da nutrição. Chegou a hora de esmiuçar esse alimento valioso à saúde que, sem abrir mão do seu apelo democrático, hoje frequenta da cesta básica às rodas da alta gastronomia. 

Quando ouvimos a recomendação de que precisamos comer mais peixe - no mínimo duas vezes por semana -, boa parte do motivo recai sobre uma palavrinha mágica nos domínios da nutrição, o ômega-3. É que essa gordura protagonizaria seus efeitos pró-longevidade. 

O grupo de estudos Predimed, iniciativa de cientistas espanhóis que desde 2003 averiguam o potencial da dieta mediterrânea, comprovou recentemente que o menu estrelado por pescados, azeite e nozes baixa o risco cardiovascular, sobretudo em quem tem maior propensão a infartos. Em paralelo, uma revisão de 21 pesquisas englobando mais de 880 mil mulheres publicada por especialistas chineses no British Medical Journal flagrou uma associação inversa entre o consumo de fontes marinhas do nutriente e a probabilidade de ter um câncer de mama. 

E a sardinha com isso? Ora, embora seja pequena e aparentemente magrinha... "Ela é classificada como um peixe gordo, só que apresenta gordura de boa qualidade, com uma fração considerável de ômega-3", diz Marília Oetterer, cientista de alimentos e professora da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo, em Piracicaba (SP). 

Os números ajudam a entender. Para ser rico nessa substância, um produto deve carregar pelo menos 80 miligramas em uma porção de 100 gramas. Nesse quesito, a sardinha enlatada, versão mais ingerida de norte a sul do país, seria milionária: são entre 1 200 e 2 mil miligramas. "A vantagem da lata é que podemos comer o peixe bem mais íntegro, com parte das suas vísceras, justamente os redutos do ômega-3", ensina o nutricionista Dennys Cintra, professor da Universidade Estadual de Campinas (SP).

Pobre salmão! Quer dizer, salmão de cativeiro, esse que impera no mercado e nos rodízios japoneses do Brasil. Diferentemente do seu primo selvagem e da própria sardinha, ele oferece doses mais modestas dessa gordura. Culpa da dieta, carente de algas e plânctons que, dentro do animal, viram substratos para a formação do ômega-3.

A bagagem nutricional da Sardinella brasiliensis, espécie que vive em nosso litoral, pode até superar a das sardinhas que nadam em outros mares. "Já há indícios de que ela seria mais magra e dotada de um melhor perfil de gorduras, com maior concentração daquelas bem-vindas à saúde", revela Adão Pereira, diretor industrial da Gomes da Costa, empresa que produz, por dia, 1,3 milhão de latas do pescado.

A sardinha enlatada, aliás, contraria a tese de que sempre o industrializado é pior em nutrientes. Lembra aquela história de que ela vai quase íntegra para a lata? Isso significa que essa versão também se destaca pelo aporte de cálcio, o mineral dos ossos fortes. "Quando preparamos o peixe fresco, costumamos descartar sua espinha, parte que segue inteira para a conserva. É por isso que uma lata de sardinha tem mais cálcio que um copo de leite", explica Marcos Luiz Pessatti, professor de bioquímica da Univali. No embate com o pescado comprado na feira, porém, o enlatado perde pontos por concentrar mais calorias e sódio. 

Mesmo assim, o índice não é nada salgado: em uma lata (entre 230 e 280 mg) há menos do que em uma unidade e meia de hambúrguer de carne (530 mg). A despeito da forma de consumo, a sardinha ainda representa uma senhora fonte de proteína e vitamina D. Também é um reservatório de fósforo, triptofano e vitamina B12, que asseguram o estado de bem-estar cerebral. 

"Em 2004, entraram em vigor regras de proteção, como o regime de defesos, dois períodos no ano em que a pesca é proibida", conta a bióloga Maria Cristina Cergole, doInstituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Segundo o professor Schwingel, ele se mostrou um modelo de sucesso. E olha que muita sardinha ainda é retirada do mar - estima-se que só a versão em lata gere um consumo na ordem de 100 mil toneladas anualmente. "Só que hoje não se fala em ameaça de extinção", pontua Maria Cristina. A experiência dos pescadores diz que temporada de rede cheia vem seguida de safra mais escassa. "No entanto, vemos atualmente uma grande estabilidade na pescaria", afirma Schwingel. Os pesquisadores acreditam, apesar de tudo, que o governo federal deveria participar mais das discussões e investir em estudos de biologia pesqueira - ironicamente, sua atuação começou a cair quando foi oficializado o Ministério da Pesca, em 2009.

DAS REDES PARA A COZINHA
Bons personagens têm características marcantes. No caso da sardinha, o cheiro e o sabor. É um efeito colateral da sua fartura em gordura que faz algumas pessoas torcerem o nariz. Por causa disso, a própria indústria quer deixá-la mais agradável ao paladar. A tática, entre os enlatados, é apostar no pré-cozimento - uma passadinha no forno antes de ir para a lata e seguir viagem na linha de produção. "Isso reduz o teor gorduroso, mas os níveis continuam tão elevados que há ganho sensorial sem prejuízo nutritivo", esclarece Pereira, que pretende estender o método, comum na Europa, a todo produto da sua marca até 2020. 

Hoje você encontra no mercado filés pré-cozidos, que, embora sejam ricos em ômega-3, carregam menos minerais. O peixe fresco também rende pratos fisgadores: basta conhecer alguns truques, demonstrados na mesa à sua direita. Em ano de eleição, comece pelo cardápio. Dê um voto à sardinha - a retribuição à saúde é de prestar reverência. 

Destrinchamos alguns dos principais nutrientes da sardinha e a colocamos frente a frente com outras fontes. Veja no que vai dar:
Energia - Apesar do tamanho, a sardinha é um peixe rico em gordura. E isso tem repercussão nas calorias: são 114 em 100 g do peixe fresco. Quase o dobro do encontrado na mesma porção de abadejo (59 cal).
Cálcio - Uma lata de sardinha (85 g) oferta mais de 460 mg do mineral que afasta aosteoporose - e a mesma quantidade da assada reúne 372 mg. Em um copo de leite de 200 ml, são 246 mg.
Vitamina D - A dieta ajuda a cumprir a meta da substância obtida via exposição ao sol - que varia de 400 a 1 000 UI. A sardinha em lata contribui com 250 UI. O atum oferece algo por aí. Já o ovo, coitado, entre 15 e 30 UI.
Proteína - Dizem que ninguém bate a carne vermelha nessa categoria. Mas a sardinha faz bonito: 100 g da assada (32,2 g) têm quase a mesma porção de um filé-mignon grelhado (32,8 g).
Ômega-3 - Em uma lata de sardinha há mais de 1 g da gordura - valor diário sugerido pela Associação Americana do Coração. A de atum tem ao redor de 0,6 g. O salmão de cativeiro perde o duelo, mas o selvagem empata. Só que no custo/benefício a sardinha é imbatível.

Agora, veja o infográfico que compara o potencial da sardinha com o de outros alimentos. 

NA LATA OU IN NATURA? 
Comparamos as duas opções mais consumidas do peixe. Os dados se referem a 100 gramas: 
Cálcio - Devido à espinha, a versão em conserva tem 550 mg, ante 167 mg da fresca. Se você assar, vai para a casa dos 480 mg.
Gorduras - Por causa da pele e de parte das vísceras, a enlatada tem uma quantidade bem maior de gorduras boas, como o Ômega-3.
Sódio - A sardinha no óleo tem mais sódio que o peixe preparado em casa, frito ou assado. Por isso é que hoje tem até opção light. 
Calorias - A lata com óleo pesa mais na balança, com 285 calorias. Só que, ao fritar a fresca, o valor decola e perde-se ômega-3. 
Segurança - A vantagem da enlatada está na menor exposição a agentes contaminantes e na validade de quatro anos. 

Fontes: Tabela Brasileira de Composição de Alimentos da Unicamp; Departamento de Agricultura dos EUA; Adão Pereira, diretor industrial da Gomes da Costa 

O EXEMPLO PORTUGUÊS 
Do outro lado do Atlântico, a sardinha e outros peixes são muito prestigiados. Veja: 
- Os brasileiros estão levando mais pescados à mesa, e hoje já chegamos à recomendação da Organização Mundial da Saúde de ingerir no mínimo 12 quilos de peixe anualmente por habitante. O dado, contudo, se refere a uma média. "A região Norte, por exemplo, consome oito vezes mais que a Sudeste", conta Marília Oetterer, da USP. 

- Enquanto tem gente comendo quase 30 quilos por ano, há aqueles que não veem o alimento no prato. É um retrato muito diferente de Portugal, onde se devoram mais de 50 quilos por ano per capita. Essa baita quantidade, encabeçada pela sardinha, tem origem antiga. Diz um historiador lusitano do século 16 que o pequeno pescado sustentava o reino. A tradição se perpetuou e hoje ele faz parte de receitas finas e populares. 

O MAPA DAS SARDINHAS
Visualize no infográfico as condições que favorecem o ecossistema do peixe e o local ideal para a pesca entre o Sul e o Sudeste do país. 


Ilustrações Daniel Almeida






















ELA REINA NA COZINHA 
Hora de aprender a deixar a sardinha mais gostosa e vantajosa à saúde. Ela pode virar salada, ir para o macarrão, rechear uma torta... 


Fotos Alex Silva























Até tu, cabeça? - Ela é riquíssima em ômega-3. Então, trate de pedi-la ao peixeiro. Em casa, coloque-a na panela com água e leve ao fogo até o conteúdo gorduroso amolecer. Descarte a parte dura e use o caldo, que pode ser enriquecido com cebola, cenoura e alho-poró para fazer um pirão. 
Na peixaria, olho no olho - Alguns experts sugerem priorizar o peixe já embalado e congelado para evitar riscos microbianos. Se preferir o fresco, atenção: os olhos devem estar brilhantes e ocupando toda a órbita ocular, as escamas não podem soltar-se, as guelras precisam exibir um vermelho vivo... Fuja se houver cheiro forte e o pescado não estiver sobre gelo. 
Abrindo a lata - A maioria delas vem preenchida de óleo de soja. A dica, se está contando as calorias, é jogar fora o líquido. Hoje já há versões banhadas em água e que, assim, são mais magrinhas. Se for preparar uma macarronada, existe o produto recoberto com molho de tomate.
O tempero que casa - O limão, embora seja popular no preparo de peixes, não deve ser usado à exaustão porque desidrata a proteína da sardinha. Recorra também a pitadas de tomilho, alecrim, salsinha, cebola e alho. 
O prato saudável - Para começar, evite a fritura, que degrada parte das gorduras boas. Vá de assada ou, melhor ainda, prepare um escabeche levando o peixe fresco (com azeite, cebola, tomate e pimentão) para a panela de pressão por 40 minutos. Depois de pronta, dá até pra comer a espinha central, que estará molinha e cheia de minerais. 

DE ONDE VEM ESSA RIQUEZA
A sardinha abunda em uma faixa do litoral brasileiro que vai do Rio de Janeiro a Santa Catarina. "Em 2013 foram pescadas ao redor de 100 mil toneladas", conta Schwingel. É, de longe, o peixe mais capturado no país. Apesar da alta capacidade de regenerar sua população, a espécie precisou de uma lei para preservar-se. Isso porque os anos de 1990 e 2000 marcaram o quase colapso da sardinha, obrigando pesquisadores e autoridades a formularem uma estratégia a fim de garantir a pesca sustentável. 


BUSQUE ACOMPANHAMENTO NUTRICIONAL.

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Há quem tenha sempre na manga uma dieta da sopa, da proteína, dos pontos, do grupo sanguíneo, sem glúten, que eliminam o consumo de determinados alimentos e exageram na ingestão de outros. O que na maioria das vezes não fica bem explicado é que remédios e alterações radicais na alimentação sem ter o acompanhamento nutricional podem colocar a saúde em risco e trazer complicações piores do que o excesso de peso. Ainda mais no Brasil, apontado como o país que mais consome medicamentos para emagrecer.

Quando um nutricionista planeja o programa alimentar do paciente, aspectos de sua individualidade devem ser respeitados, como história clínica, familiar e social, exames laboratoriais, preferências, aversões e intolerâncias alimentares, doenças associadas, interações medicamentosas, nível de atividade física e questões psicológicas. Portanto, é fácil concluir que muitos prejuízos podem ser causados por regimes de emagrecimento realizados sem adequada avaliação. É o que afirma a nutricionista Cristiane Perroni, especialista do EU ATLETA. 

- Dietas sem acompanhamento são restritivas e não levam em conta estado de saúde, hábito alimentar e estilo de vida do indivíduo, não têm preocupação em promover educação nutricional e, o mais complicado, não conseguem acompanhar a manutenção do peso perdido - disse.

DEFICIÊNCIA NUTRICIONAL 
Dietas à base apenas de carboidratos, proteínas, fibras ou líquidos são prejudiciais à saúde. Isso porque isoladamente, esses grupos alimentares não são capazes de oferecer todos os nutrientes de que o organismo necessita, podendo ocasionar déficit de vitaminas e minerais. 

EFEITO SANFONA 
Caracteriza-se pela perda de peso e sua recuperação algum tempo depois. É comum em dietas sem equilíbrio adequado de nutrientes, que prometem emagrecimento rápido. Ocorre porque, durante a dieta, há perda de gordura e de massa muscular. Com a redução de musculatura, as necessidades de energia diminuem e, ao interromper o regime, a pessoa volta a engordar. O efeito sanfona também sobrecarrega os órgãos, o que torna difícil o emagrecimento ao longo do tempo.

EXCESSO DE GORDURAS E PROTEÍNAS
A ingestão excessiva de proteínas e gorduras pode resultar em aumento nos níveis de colesterol e triglicéridios, e facilitar o aparecimento de doenças graves. Dietas ricas em proteínas podem sobrecarregar o fígado e os rins, uma vez que estes órgãos atuam na metabolização de proteína. A insuficiência de fibras, comum nesses tipos de dieta, pode alterar o bom funcionamento do intestino e facilitar o surgimento de câncer.

FALTA DE CARBOIDRATOS
Responsáveis pelo fornecimento de energia do corpo, normalmente são excluídos das dietas que estimulam o emagrecimento rápido a qualquer custo, pois são tidos como vilões do excesso de peso. Sua ausência pode diminuir a quantidade de serotonina, substância produzida no cérebro com a função de regular o apetite e a saciedade. A queda de seretonina pode levar à compulsão alimentar e ao aumento da ansiedade, dificultando o processo de emagrecimento. Além disso, a não ingestão de glicose acaba gerando alta concentração de cetona no organismo, que acarreta o aumento da produção de radicais livres, podendo estimular até o aparecimento de doenças crônicas, sendo a principal delas o câncer.

Fonte: Globo Esporte

DHA PARA MELHORAR A FUNÇÃO CEREBRAL, COGNITIVA E VISUAL.

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São Paulo – O não muito saboroso óleo de fígado de bacalhau marcou a infância de muita gente e, se depender de um grupo de médicos, continuará presente na rotina das pessoas.

A razão para isso está em um consenso formulado pela Associação Brasileira de Nutrologia, que traz um conjunto de estudos que confirmam a importância do consumo de alimentos que contenham o chamado DHA (ácido docosahexaenoico), tipo de ômega-3 encontrado em peixes comuns em águas profundas e frias, como salmão, atum, bagre, sardinha e as diferentes espécies de bacalhau.

De acordo com Mario Cicero Falcão, doutor em pediatria pela USP (Universidade de São Paulo), o consenso do qual faz parte foca principalmente nos benefícios desse nutriente para gestantes, lactantes e crianças, mas isso não significa que pessoas de todas as idades não sintam o impacto positivo do DHA.

Consumir 200 miligramas do nutriente, o que equivale a três porções de 100 gramas de salmão por semana, basta para que o organismo sinta a diferença. Essa substância atua diretamente no desenvolvimento das estruturas do cérebro, do sistema nervoso central e dos olhos, durante a gestação.

Após o nascimento, o DHA continua atuando no desenvolvimento cognitivo e visual das crianças. Em adultos, o benefício está na prevenção de doenças neurodegenerativas e cardiovasculares. “Eu comprovei esse resultado em casa. Minha filha melhorou o rendimento escolar, porque melhorou o nível de atenção dela”, afirma Falcão.

Segundo ele, apesar dos vários estudos que mostram esses resultados, o consumo de alimentos com DHA pelos brasileiros ainda é baixo. A razão, para o médico, não tem muita relação com o preço alto dos peixes que apresentam maiores quantidades do nutriente.

“Nós temos a questão do preço, mas o pior problema é cultural. O brasileiro não tem costume de comer peixe e aqueles que comem não consomem as espécies com mais DHA”, diz. É por esse motivo que o consenso irá orientar médicos de diferentes especialidades a falar mais sobre isso com os pacientes, principalmente as grávidas.

Este público é um alvo ainda mais delicado, pois, ao mesmo tempo em que é essencial o consumo do nutriente, segundo o médico, existe o risco de contaminação por metais pesados, que faz com que futuras mães fujam de cardápios que incluem peixe. Nesse caso, a orientação é, em vez de comer o peixe, adotar suplementos, como cápsulas ou o tradicional óleo de fígado de bacalhau (preferencialmente puro).

Fonte: Exame

5 ALIMENTOS SAUDÁVEIS PARA UMA ROTINA APRESSADA.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014 0 comentários
São Paulo – Se o tempo é algo precioso, a saúde também é. Mas, em um dia cheio de compromissos e afazeres, uma das primeiras áreas da vida que ficam em segundo plano é a alimentação e, consequentemente, a própria saúde.

Numa rotina corrida, o café-da-manhã quase desaparece, o almoço vira um lanche rápido e o jantar, idem. De acordo com Gisele Rossi Gouveia, nutricionista e membro da Sociedade Brasileira de Diabetes, o hábito negativo mais comum adotado pelas pessoas que não têm muito tempo é a troca de refeições por lanches e salgados pouco nutritivos.

“Isso é prejudicial por serem, normalmente, opções ricas em gorduras e sódio e pobres em vitaminas e fibras”, afirma. Para quem não costuma ter opção de parar e comer com tranquilidade (o que é o ideal), ela indica algumas opções mais ágeis e que não causam tanto impacto negativo no organismo. Confira a seguir.

Lanches naturais (de verdade)
Se não é possível almoçar, um sanduíche natural pode ser a saída saudável. Mas é bom saber que nem todos os lanches ditos “naturais” são realmente bons para o corpo. Aqueles recheados com cremes ou patês devem ser evitados, pois contém muita gordura.

A melhor opção é aquela feita com pão integral (rico em fibras), recheios magros, como atum, ricota, queijo fresco e peito de peru, e hortaliças, como folhas, cenoura, beterraba e tomate. O complemento (ou sobremesa) fica por conta de uma fruta.

Frutas frescas e secas
Além de saborosas, as frutas são uma alternativa de lanche rápido para comer durante o dia. Se as versões in natura forem de difícil armazenamento e transporte, as secas resolvem esse problema. Damasco, passas, ameixa e figo são exemplos cheios de vitaminas, fibras e outras substâncias benéficas ao organismo.

Biscoitos e cereais integrais
Em vez do optar pelos biscoitos de farinha branca, o melhor é levar consigo aqueles fabricados com farinha e cereais integrais. Além de serem fonte de energia e fibras, eles possuem boas quantidades de proteínas, segundo a nutricionista.

Iogurtes desnatados, zero ou light
De acordo com Gisele, os iogurtes desnatados, zero ou light são boas alternativas para matar a fome rapidamente sem prejudicar o corpo, já que trazem menos gordura do que a versão original. Além disso, eles ajudam a regular o funcionamento dos intestinos e contêm cálcio e vitaminas (como A, B6 e B12).

Oleaginosas
Na hora de matar a fome, um lanche saboroso e nutritivo é uma porção de sementes e frutas oleaginosas, como castanhas, amêndoas, nozes e avelãs. Seu benefício está na riqueza em gorduras boas para o organismo e substâncias como vitamina E, B, magnésio e selênio (como na castanha-do-pará).

Fonte: Exame

ALIMENTOS QUE FAZEM BEM À SAÚDE.

terça-feira, 23 de setembro de 2014 0 comentários
Maçã
Contém resveratrol e quercetina, substâncias que previnem câncer, problemas cardíacos e inflamações. Seis estudos publicados pela Universidade Cornell em 2009 fornecem evidências de que uma maçã por dia pode colaborar para manter longe o câncer de mama. Além disso, as fibras solúveis da fruta reduzem a inflamação associada a doenças de obesidade e fortalecem o sistema imunológico.
· Recomendação: 1 unidade média por dia
· Na dieta: coma 1 fruta ou beba 1 copo de suco 100% natural como lanche

Alho e cebola
As cebolas de sabor mais forte, que têm maior atividade antioxidante. Seus sulfetos alílicos reduzem o risco de doenças cardiovasculares e estimulam a produção de enzimas protetoras contra o câncer gástrico. A cebola também possui quercetina, um anticancerígeno e que reduz o perigo de uma gripe. O consumo também está relacionado ao aumento da massa óssea. O alho está inversamente relacionado ao câncer e protege da osteoartrite e obesidade.
· Recomendação: 1 dente de alho, 1 cebola média por dia
· Na dieta: de preferência, o alho deve ser cru e esmagado, então use em patês e pastas, como as árabes

Frutas cítricas
O ponto alto são os limonoides, presentes especialmente na casca. Essas substâncias químicas reduzem o colesterol e blindam contra o câncer. Outra substância do bem são os flavonoides, também concentrados na casca, que previnem contra problemas cardíacos. E, não custa lembrar, as frutas cítricas são ricas em fibras (in natura) e vitamina C, ótima para o sistema imunológico, e têm propriedades anti-inflamatórias.
· Recomendação: 1 fruta por dia ou o suco dela
· Na dieta: coma a fruta ou prepare sucos, com casca e tudo, para consumir no lanche

Folhas verdes escuras
Esses alimentos protegem os olhos. As substâncias chamadas luteína e zeaxantina levam ao aumento da densidade dos pigmentos da mácula, ponto da retina fundamental para a acuidade visual. Vale lembrar que a doença, que mata os fotorreceptores ou faz com que eles sofram disfunção, é a principal causadora da cegueira em populações idosas.
· Recomendação: 2 xíc. (chá) cheias por dia
· Na dieta: coma espinafre, chicória e couve crus, em saladas ou refogados. A opção no vapor é sempre bem-vinda, já que contribui para que o alimento não perca parte de suas propriedades

Tomate
Contém licopeno, antioxidante que previne o câncer de próstata, tem ação antioxidante e blinda seu coração. A boa notícia: o processo de industrialização do tomate, para elaboração de molhos prontos e ketchup não destrói o licopeno. Outra dica: o calor o potencializa, ou seja, o negócio é consumir tomate cozido, molhos quentes e sopa de tomate. O tomate tem ainda outro antioxidante, o ácido ferúlico, que protege contra a degeneração dos neurônios e pode diminuir o risco de osteoporose.
· Recomendação: ½ xíc. (chá) da fruta ou de molho
· Na dieta: vale usar em saladas, como suco, molho ou sopa

Milho, trigo e óleos vegetais
Todos têm fitoesteróis, que reduzem o risco de doenças cardiovasculares e diminuem a absorção do colesterol. Mas só o consumo desses alimentos não é suficiente para ter benefícios. Vale investir nos industrializados enriquecidos com fitoesteróis, como as margarinas. E atenção: submetidos a temperaturas altas por muito tempo, os óleos se tornam saturados, liberando substâncias prejudiciais ao organismo.
· Recomendação: 1 col. (sopa) de milho, 2 fatias de pão (trigo) e 1 col. (sobremesa) de óleo, como os de girassol, soja e canola
· Na dieta: adicione o milho a saladas e cremes, consuma o trigo em pães e massas e use os óleos em molhos de salada e no preparo de alimentos

Cogumelos
O forte são as fibras solúveis betaglucanas, que ajudam a diminuir a absorção do colesterol e turbinam o sistema imunológico. Eles também são boas fontes de proteínas e fibras, com baixa quantidade de lipídeos, conforme determinou um estudo realizado na Universidade Estadual de Campinas com champignon, shitake e shimeji.
· Recomendação: 2 col. (sopa) por dia
· Na dieta: coma em saladas, massas, risotos e, claro, no restaurante japonês

Frutas
As frutas em geral contêm antocianinas, que fornecem proteção contra doenças cardiovasculares e câncer. Um estudo da Universidade do Estado de Ohio, nos EUA, por exemplo, mostrou que essas substâncias podem reduzir o crescimento de células de câncer de cólon.
· Recomendação: 3 porções ou mais por dia
· Na dieta: em sobremesas e lanches, coma frutas in natura, prepare salada de frutas, faça sucos e consuma geleias

Gergelim
O gergelim e o óleo feito com ele têm uma forma de vitamina E chamada gamatocoferol, que pode interromper o crescimento de câncer de pulmão e também de próstata, segundo uma pesquisa da Universidade Purdue, nos EUA. Outro ingrediente é o cálcio, básico para a manutenção óssea e, diversos estudos comprovam, está inversamente relacionado à obesidade.
· Recomendação: 1 col. (sopa) por dia
· Na dieta: o óleo, em pães, biscoitos e molhos

Fonte: M de Mulher

SETE BENEFÍCIOS DO MATE AMARGO.

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Companheiro de todas as horas, o chimarrão é mais do que uma tradição. Símbolo do gaúcho, identifica um representante da terrinha em qualquer parte do Brasil e do mundo. Afinal, qualquer lugar é lugar para sorver o mate quente amargo, inclusive na praia – para verdadeiro pavor dos nossos não conterrâneos.

Feito a partir da erva-mate, planta nativa da América do Sul, o chimarrão também é consumido misturado a diferentes chás: anis, verde e hortelã, além de capim-cidreira e funcho são alguns dos nossos preferidos. Porém, mesmo estando nas nossas vidas desde a infância, o chimas nosso de cada dia ainda gera muitas dúvidas. Chimarrão faz bem? Chimarrão hidrata? Chimarrão emagrece?

Sete benefícios do chimarrão
1 – Elimina a fadiga
Entre os alcaloides do chimarrão está a cafeína, que ajuda a eliminar o cansaço tanto físico quanto mental.

2 – É digestivo
As propriedades digestivas e até mesmo laxantes da erva-mate são superbenéficas ao trato intestinal, combatendo a constipação, por exemplo.

3 – É diurético
Maior notícia para quem sofre com retenção de líquidos – e a capacidade diurética do chimas é amplificada pelo fato de ele ser sorvido quente (a uma temperatura entre 60°C e 75°C).

4 – Contém sais minerais
Complementa naturalmente a dieta ao fornecer ao organismo minerais como ferro, fósforo, potássio e manganês.

5 – Possui antioxidantes
Compostos fenólicos estão entre as características da erva-mate que combatem o envelhecimento celular.

6 – Auxilia na regeneração das células
A nossa manutenção celular beneficia-se dos bioativos do chimarrão.

7 – Estimula a atividade física
Por ter a capacidade de aquecer o organismo e eliminar a fadiga, proporciona mais energia para encarar a rotina de exercícios.
Respostas às principais dúvidas sobre o chimarrão

Existe uma quantidade diária máxima recomendada ou posso passar o dia inteiro tomando chimarrão?
Não existe uma orientação muito genérica, já que as necessidades e tolerâncias variam de acordo com cada pessoa. Mas, em geral, chás diuréticos como a erva-mate podem ser utilizados em doses altas sem problemas: o excesso acaba sendo eliminado pela urina.

O chimarrão hidrata?
Trata-se de uma bebida diurética, ou seja, que auxilia o corpo na eliminação de líquidos. Assim, o chimarrão não hidrata o corpo, ao contrário do que muitos pensam, e não substitui a ingestão de água pura, em temperatura ambiente ou gelada.

O chimarrão emagrece?
Quando consumido antes de algum exercício, o chimarrão se torna benéfico devido à cafeína que contém, o que amplia a energia e a capacidade de desenvolver as atividades físicas, já que é um excelente estimulante. Desta maneira, o chimarrão, por si só, não emagrece, mas pode ser um agrande aliado na perda de peso por fornecer maior gás para encarar a atividade física, essencial para quem busca esse objetivo.


Fonte: Revista Donna

ALIMENTOS CONTRA O CÂNCER.

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Dá pra medir quanto um tema é alvo do interesse público e acadêmico quando conferências são montadas exclusivamente para debatê-lo. Então junte algo que fazemos pelo menos três vezes ao dia - todo santo dia - com uma das maiores preocupações da humanidade na esfera da saúde e você tem uma mesa farta para estudos e discussões. Afinal, até que ponto nossa alimentação reduz ou aumenta o risco de um tumor? Essa foi uma das perguntas que nortearam o último Congresso Brasileiro de Nutrição e Câncer/Ganepão, recém-realizado na capital paulista.

Pergunta que move experiências em laboratório e levantamentos populacionais pelo mundo inteiro. E que faz muito sentido, uma vez que, tudo leva a crer, nossas escolhas alimentares pesam em nossa suscetibilidade a tumores. De acordo com Antônio Carlos Buzaid, chefe do Centro de Oncologia Antônio Ermírio de Moraes, do Hospital Beneficência Portuguesa, em São Paulo, embora haja controvérsia sobre o papel isolado de certos nutrientes, já não restam dúvidas de que a dieta pode interferir no destino das nossas células. "Estudos com diversas populações mostram que a ingestão adequada de vegetais diminui a probabilidade da doença", exemplifica. 

É aí que entra e começa a pecar o cardápio do brasileiro. Segundo a Pesquisa de Orçamentos Familiares do IBGE, nove em cada dez cidadãos consomem menos do que 400 gramas de frutas e hortaliças por dia, meta equivalente a cinco porções e recomendada pelo Fundo Internacional de Pesquisa em Câncer. Esse débito, consequência das rotinas atribuladas e das mudanças no padrão alimentar, só vem contribuir para que os números da doença no país sigam em ascensão - calcula-se que, em 2014, serão mais de meio milhão de novas vítimas. "Em vez de lavar, picar e temperar uma verdura, as pessoas partem direto para o sanduíche com embutidos", descreve o jantar de muita gente a médica Lunamaris de Abreu, da Associação Brasileira de Nutrologia. Hoje se economiza tempo, mas amanhã ou depois...

Parece discurso batido esse de privilegiar os alimentos de origem vegetal, mas o fato é que, até o momento, nada os supera na posição de guarda-costas do organismo. Direta ou indiretamente, substâncias fornecidas por alho, tomate e brócolis impediriam danos ao DNA das células. Esses danos são o primeiro passo para a multiplicação celular perder o controle e dar origem a um tumor. Por serem fibrosos, frutas, verduras e legumes ainda promovem outra blindagem, sobretudo no sistema digestivo. "As fibras favorecem o trânsito intestinal e reduzem o contato das mucosas com moléculas cancerígenas", aponta o nutricionista Fábio Gomes, do Inca. 

No reino animal, enquanto o exagero na carne vermelha é um dos maiores alvos de crítica, a boa reputação continua mesmo a cargo dos peixes ricos em ômega-3, como a sardinha. "A ingestão rotineira dessa gordura está associada a uma queda de 14% no risco de câncer de mama", conta Rita de Cássia Castro, professora de nutrição da Universidade Potiguar, em Natal (RN). E por que o de mama? Eis uma das questões que formam o complexo quebra-cabeça do elo entre alimentação e câncer. Ao que tudo indica, existem áreas do corpo mais sensíveis aos efeitos da dieta.

Uma compilação de dados assinada por autoridades de saúde britânicas informa, por exemplo, que o nível de evidências sobre o impacto das hortaliças na diminuição do risco de câncer de esôfago é de consistência forte. Bem diferente da situação dos pulmões. Ainda não dá para cravar que os vegetais ajudam a prevenir a doença ali. 



Essa complexidade passa por outro ponto: não podemos transpor os achados de laboratório para a realidade do corpo humano. Um caso emblemático foi apresentado pela nutricionista Danielle Fontes de Almeida, de São Paulo, no Ganepão. Estudos com células e ratinhos mostram que compostos do chá-verde são, por vários mecanismos de ação, um petardo anticâncer. Mas os trabalhos clínicos, feitos com populações humanas, não trazem resultados tão animadores assim... 

Embora tenha ingredientes antioxidantes e anti-inflamatórios, o chá-verde não diminuiu a incidência de câncer de mama e cólon, segundo uma revisão epidemiológica englobando 49 mil pessoas. Outro artigo descobriu que tampouco havia vantagem em matéria de próstata. Por outro lado, um trabalho com chinesas captou um impacto protetor frente a tumores mamários. Tudo isso serve para ilustrar que diversos fatores alteram a equação aparentemente simples que faz um alimento minimizar o risco de câncer. Preparo, dose, interação com nossas células e genes... Em tese, o chá-verde pode resguardar você e fazer pouca diferença para o seu vizinho. A nova fronteira da ciência da nutrição é justamente esta: entender, com base no genoma, quem tira proveito do quê... E esse raciocínio não se resumiria às xícaras de chá. 

PARA NÃO SENTIR NA CARNE
Uma dieta saudável não vive de inclusões. Também cobra moderação, talvez uma ou outra exclusão. Nesse sentido, o menu anticâncer pede que você reflita sobre a sua dependência de bifes, hambúrgueres e companhia ilimitada. O conselho para maneirar na carne vermelha vem de um novo estudo da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, envolvendo (só) 88.803 mulheres. Não houve margem de dúvida: tiveram mais câncer de mama aquelas que se fartavam desses alimentos. "Substâncias cancerígenas que surgem durante a exposição da carne a altas temperaturas podem justificar essa relação", diz a pesquisadora Maryam Farvid. Está aí por que o churrasco e a fritura não deveriam ser visitantes diários do seu prato. 

A conclusão de Harvard legitima um dos pilares que sustentam a última diretriz de prevenção da doença da Sociedade Americana de Câncer: limitar a ingestão de carne vermelha e embutidos. A entidade ainda endossa o consumo de vegetais, sugere trocar produtos refinados por integrais, pede cuidado com o álcool e manda ficar de olho no peso, uma vez que a obesidade também financia tumores.

Ora, se alimentos influem na prevenção, será que não dariam suporte a quem passa pela doença? O assunto, claro, não escapou ao Congresso Brasileiro de Nutrição e Câncer/Ganepão, até porque cresce o número de pesquisas verificando como os nutrientes enfrentariam tumores. Em uma das palestras, o nutrólogo Sidney Federmann, de São Paulo, apresentou cases de sucesso sobre o apoio dos alimentos durante o tratamento. "Não proponho substituir cirurgias ou quimioterapias por uma dieta, mas já temos dados de credibilidade que permitem recomendar alguns alimentos como parte do plano terapêutico", diz.



É o que o médico chama de oncologia nutricional. No protocolo desenvolvido por ele, o paciente tem de focar em cereais integrais, sementes, leguminosas, trigo germinado, frutas e verduras cruas e abolir proteínas de origem animal, incluindo o leite - aliás, esse alimento ainda é tema de muita controvérsia em se tratando de câncer.

O socorro dos nutrientes ao longo do tratamento é crucial porque a doença e a própria terapia tendem a fragilizar o indivíduo. "Algumas medicações contra a dor geram constipação e, aí, temos de aumentar a oferta de fibras", exemplifica a nutricionista Ana Gabriela Gouveia, do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo. "Mas, em geral, o paciente deve seguir as bases de uma dieta equilibrada, fracionando as refeições e evitando frituras e industrializados", esclarece.

O acompanhamento nutricional nessas horas faz a diferença porque a fome e o prazer à mesa não raro saem prejudicados em meio ao contra-ataque. Com informações de 4.822 pacientes, o Inquérito Brasileiro de Nutrição Oncológica do Inca constatou que 28,7% deles têm perda de apetite, 14,3% consideram a comida sem sabor e quase a metade diminui mesmo a ingestão total de alimentos. Nada que não possa ser remediado ampliando a variedade do cardápio e recorrendo a truques culinários. Mais que forrar a barriga, os nutrientes que ganham o corpo vão aumentar as chances de derrotar a doença. 


DÊ FLORES AO SEU PRATO
Brócolis, couve-flor, repolho, acelga, rúcula... Essa família, a das brássicas, é motivo de respeito quando se fala em comida com vocação para afastar tumores. Abordados em mais de uma palestra no Congresso Brasileiro de Nutrição e Câncer/Ganepão, esses alimentos são uma senhora fonte de glicosinolatos. Quando tais compostos são cortados e mastigados, há uma reação química que dá origem aos isotiocianatos, substâncias muito estudadas por sua ação anticâncer. "Elas protegem as células de elementos tóxicos como os poluentes", diz a nutricionista Rita de Cássia Castro, professora da Universidade Potiguar (RN). O mais famoso desse grupo, o sulforafano dos brócolis, ainda atua diretamente sobre o DNA, ativando genes supressores de tumores. 

PROTEÇÃO QUE VEM DO MAR















Os jornalistas de SAÚDE são testemunhas de que praticamente não existe um grande evento científico de nutrição que deixe de contemplar o ômega-3, a gordura dos pescados marinhos. Até porque uma de suas propriedades é defender nosso corpo do câncer. Estudos epidemiológicos realizados na Ásia já associam o consumo de peixes ao menor risco de tumores mamários, por exemplo. Isso porque o mais prestigiado dos ácidos graxos tem um belo efeito anti-inflamatório. "Se o corpo vive em um estado de inflamação crônica, ocorrem agressões às células que podem afetar seu material genético", explica o nutricionista Fábio Gomes, do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Para evitar esse processo que culmina na doença, dedique três refeições da semana a sardinha, cavalinha, salmão...

DE GRÃO EM GRÃO

...diminuímos a probabilidade de um câncer aparecer. Os grãos, no caso, são de feijão, ervilha, lentilha, soja e até o de bico.

Integram a família das leguminosas, um dos melhores redutos de fibra do planeta. Essas substâncias interagem com a flora intestinal e colaboram para a formação do bolo fecal. Assim, nos domínios do intestino, fazem com que compostos tóxicos sejam eliminados antes de agredirem as células. As vantagens não se restringem à redução no risco do câncer de cólon. Pesquisas já demonstraram uma associação inversa entre a ingestão de fontes fibrosas e a incidência de tumores de mama e pâncreas. Aliás, os grãos escuros, como o feijão-preto, oferecem mais antioxidantes, legítimos zeladores celulares. 

O PURO SUMO DA FRUTA FRESCA



















É de perder a conta o número de substâncias encontradas nas frutas com capacidade de resguardar as células humanas. E a cada dia um estudo é publicado relatando as propriedades de fitoquímicos e afins. Na feira, porém, merece destaque a uva vermelha. Experimentos com o suco de uva integral realizados em cobaias pela biomédica Caroline Dani no Centro Universitário Metodista de Porto Alegre (RS) indicam que seus componentes barram inflamações e danos celulares capazes de levar ao câncer. Mas não precisa viver de uva, não. Trate de comer maçãs, laranjas... Até porque uma revisão assinada por estudiosos chineses revela que a ingestão de frutas em geral afugenta tumores gástricos.

O PARADOXO DO CHÁ-VERDE




















Ele entra na maioria das listas de alimentos que combatem o câncer. "Uma de suas substâncias, a epigalocatequina, suprime a proliferação celular e combate inflamações", diz a bioquímica Elaine Hardman, da Universidade Marshall (EUA). Mas os resultados dos estudos clínicos com a bebida ainda nos fazem questionar seu real efeito protetor. 

ESPANTA ATÉ TUMOR


















O alho encabeça a seleção de alimentos anticâncer escalada pelo famoso oncologista francês David Khayat, do Hospital Pitié-Salpêtrière, em Paris. Segundo o professor, o tempero defende principalmente o esôfago, o estômago, os rins e o intestino. Seu talento? "Ele tem um antioxidante poderoso, a alicina", entrega Khayat. "Essa substância estimula o sistema imune a detectar e destruir células cancerosas e ainda pode induzir o suicídio dessas unidades defeituosas", explica. Aproveitamos melhor a alicina quando o alho chega ao prato cru, mas a versão cozida ainda agrega pitadas dela. 

COMA COM OS OLHOS


















É que as cores ajudam a reconhecer uma qualidade dos vegetais: a presença de pigmentos que, dentro do organismo, labutam contra o câncer. Exemplos clássicos são o licopeno do tomate e o betacaroteno da cenoura e da abóbora. Ambos são antioxidantes de primeira, que anulam os radicais livres capazes de danificar o DNA. E olha que eles se tornam mais operantes após passar pela panela. "Os nutrientes da cenoura, por exemplo, são mais absorvidos pelo corpo depois que ela é cozida", diz o nutrólogo Sidney Federmann, de São Paulo. 

BENDITOS MICRÓBIOS
Probióticos são aquelas bactérias benéficas incorporadas a leites fermentados e alguns iogurtes. E já existem fortes indícios de que eles cumprem um papel na prevenção do câncer. É que, por ajudarem a preservar a integridade da mucosa intestinal, minimizam a possibilidade de lesões malignas aparecerem ali.


MODERAÇÃO POR FAVOR 
Abusar com frequência de alguns alimentos pode aumentar o risco de câncer. Entenda por que eles exigem bom senso 

O REBANHO AGRADECE

Quem não dispensa carne vermelha no almoço e no jantar precisa rever esse hábito. O alerta vem de estudos populacionais que ligam seu consumo exacerbado ao câncer. Isso porque, apesar de ser fonte de proteína e ferro, ela está cheia de ácido graxo araquidônico. "Trata-se de um tipo de gordura saturada com perfil pró-inflamatório", explica a nutricionista Rosângela Passos, da Universidade Federal da Bahia. Se a inflamação é persistente, você já sabe... ponto para os tumores. Já há indícios, aliás, de que ferro em demasia e subprodutos formados na digestão da carne contribuam para danos permanentes às células. Melhor não extrapolar demais a cota de 300 gramas por semana. 

E é bom ter cuidado com o ponto! Quando a carne é tostada demais - especialmente na grelha do churrasco -, ela fica impregnada de elementos cancerígenos. Esse fenômeno acontece quando um bife é exposto a mais de 3.00oC. Por isso, os nutricionistas sugerem priorizar, no dia a dia, o cozimento na panela.

DOÇURA DEMAIS ESTRAGA



















açúcar refinado também está pisando nos tribunais do câncer. E pode levar com ele refrigerantes, biscoitos e outros doces. Para o nutricionista Fábio Gomes, a acusação reside no fato de que seu abuso é um dos patrocinadores da pandemia de obesidade - e esta, por sua vez, deixa o terreno fértil para tumores. Só que a biologia já tem outra explicação que ligaria o apetite de formiga ao maior risco da enfermidade. Quando se enche a barriga de guloseimas e se esquece das fibras, bactérias patogênicas se proliferam no intestino. "E esse ambiente facilita a absorção de compostos carcinogênicos", revela Rosângela. 

PERIGO NO HOT DOG

Ninguém vai propor que você nunca mais coloque a salsicha no meio do pão ou petisque um salaminho com os amigos vez ou outra. Mas esses presentes ao paladar devem ser vistos rigorosamente como exceções na rotina. É que os embutidos - e lembre-se de que falamos também de presuntos, mortadelas e linguiças defumadas - têm conservantes, os nitritos e nitratos, que, ao interagir com o suco gástrico da digestão, se transformam em nitrosaminas. "Elas podem se ligar ao DNA e atrapalhar a confecção de proteínas que regulam o ciclo celular", descreve Gomes. Aí já viu... De um erro microscópico surge um problemão. Além disso, embutidos costumam vir lotados de sódio e gordura saturada, outros sabotadores do organismo. 

SOBROU ATÉ PARA O SAL
Pois é, exagerar nas pitadas ou nos produtos industrializados não descompensa só a pressão. Trabalhos feitos na Ásia mostram que pessoas que abusam do molho à base de soja, um poço de sódio, sofrem mais com o câncer de estômago e de esôfago. 




















VAI DEPENDER...
Confira no infográfico informações importantes sobre como certos fatores interferem na maneira como os alimentos são absorvidos pelo nosso organismo (a ilustração é de Sérgio Bergocce).