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HIPERTIREOIDISMO E HIPOTIREOIDISMO.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014
A tireoide - ou tiroide - é uma glândula que fica localizada na parte anterior do pescoço, logo abaixo da região conhecida como "pomo de Adão" - ou gogó.

A tireoide produz os hormônios tireoidianos, que são responsáveis por várias atividades do corpo, principalmente aquelas relacionadas com o crescimento e desenvolvimento de órgãos e sistemas.

Uma secreção dos hormônios tireoidianos acima do normal provoca o hipertireoidismo, enquanto uma secreção insuficiente provoca o hipotireoidismo.

A diferença entre essas duas doenças está não só nos sintomas e sinais que apresentam, mas também nas suas causas.

Hipertireoidismo
O hipertireoidismo é caracterizado pela hiperatividade da tireoide. A síndrome causada pelo excesso de hormônios tiroidianos chama-se tirotoxicose. É preciso diferenciá-las, pois pode haver tirotoxicose sem hipertireoidismo.

A causa mais comum da tirotoxicose é a Doença de Graves, caracterizada por hipertireoidismo, alterações oculares, doença cutânea localizada e, raramente, aumento das pontas dos dedos. Em geral, o bócio, que é o aumento do volume da tireoide, e o excesso de hormônios tiroidianos são os predominantes, e os sinais específicos são a projeção do globo ocular para a frente e as alterações da pele.

Já as causas de tirotoxicose sem hipertireoidismo são doenças inflamatórias da tireoide, como a tireoidite subaguda, tireoidite crônica de Hashimoto e uso de amiodarona, um medicamento utilizado no tratamento da arritmia cardíaca, uso de hormônios tiroidianos para emagrecer e até mesmo um tipo de tumor ovariano que desenvolve células produtoras de hormônios tiroidianos.

Em sua forma mais suave, o hipertireoidismo pode não apresentar sintomas reconhecíveis ou apresentar apenas sintomas generalizados, como sensação de desconforto e fraqueza. Com o desenvolvimento da doença, há um aumento na tireoide, que pode estar associado a vários outros sintomas e sinais, como hiperatividade, irritabilidade, insônia, ansiedade, intolerância ao calor, pele quente e suada, queda de cabelos, aceleração dos batimentos cardíacos, palpitações, nervosismo, mãos trêmulas e suadas, perda de peso cansaço ao exercício, coceira no corpo, sede e poliúria (aumento do volume urinário), aumento do número de defecações, redução ou suspensão da menstruação, perda da libido, disfunção erétil , náusea e mal-estar gástrico.

De forma geral, os medicamentos antitireoidianos podem ser utilizados para baixar os níveis dos hormônios no sangue, mas o tratamento da tirotoxicose e do hipertireoidismo depende da causa da condição.

Tirotoxicose: uso de medicamentos antitiroidianos, iodo radioativo e a retirada cirúrgica da glândula, esta indicada em poucos casos.
Exoftalmia: uso de medicamento (corticoide e imunossupressores) e, quando indicada, cirurgia.
Bócio multinodular tóxico: com medicamentos antitiroidianos, remoção cirúrgica, iodo radioativo ou injeção percutânea de álcool (etanol).
Adenoma tóxico: pode-se indicar medicamentos antiroidianos, iodo radioativo ou remoção cirúrgica.
Tumores de placenta: são tratados com cirurgia e quimioterapia.
Tiroidites: com medicamentos analgésicos e betabloqueadores e, se indicado, cirurgia.
Struma ovarii: com ressecção cirúrgica do(s) ovário(s) e iodo radioativo.


Hipotireoidismo
Os principais sintomas e sinais do hipotireoidismo são: fadiga, fraqueza, intolerância ao frio, desaceleração dos batimentos cardíacos, perda do apetite, rouquidão, inchaço, face mixedematosa, aumento da língua, surdez, depressão, dor nas juntas, intestino preso, menstruação irregular, pele seca e áspera, queda de cabelo, ganho de peso e aumento do colesterol no sangue.

Como causas do hipotireoidismo, pode-se citar a idade acima de 60 anos, doença tiroidiana primária ou secundária, a doença da hipófise, tireoidite autoimune, tratamento com iodo radioativo (após cirurgia de câncer de tireoide), radioterapia no pescoço, ressecção parcial ou total da tireoide (tireoidectomia por bócio ou câncer) e uso de medicamento (lítio, amiodarona, iodo e antitiroidianose tratamentos).

Algumas crianças nascem com hipotireoidismo porque não têm a tireoide ou porque a mesma não funciona bem.

O Teste do Pezinho, que é feito em recém-nascidos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), é capaz de diagnosticá-la. A criança identificada com a doença deve começar a ser tratada de imediato, para ter um desenvolvimento físico e mental normal, e tomar o medicamento, que é o hormônio tiroidiano sintético, por toda a vida.
O tratamento do hipotireoidismo é realizado com reposição de hormônio tireoideano (sintetizado em comprimidos) que a glândula não é mais capaz de produzir em quantidade suficiente. Desta forma, os sintomas são corrigidos em algumas semanas, sendo que o tratamento deve ser mantido pelo resto da vida. A dose varia conforme a causa e o grau do hipotireoidismo.


Tireoide: descobertas sobre o diagnóstico e o tratamento de disfunções na glândula.


Terapias fáceis de adotar, exames de última geração, novas conexões entre a glândula e problemas pelo corpo... Eis as novidades que prometem mexer com o controle dos distúrbios tireoidianos.


1. Dá pra tomar o remédio junto com a comida
Um dos empecilhos relatados por quem tem hipotireoidismo é a exigência de tomar o medicamento que repõe os hormônios da tireoide (o T3 e o T4) logo ao acordar, em jejum, cerca de 30 minutos antes do café da manhã. "A droga precisa de um pH mais ácido no estômago para ser absorvida. Se comemos, a redução da acidez diminui seu aproveitamento", explica a endocrinologista Camila Luhm Perez, da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Só que essa orientação nem sempre é seguida à risca: 30% dos indivíduos usam os comprimidos de maneira incorreta e, daí, chegam até a abandonar o tratamento.

Pensando em driblar tal dificuldade, Camila conduziu um estudo em que 45 voluntários ingeriram o remédio junto com a primeira refeição do dia. E o resultado, quem diria, foi satisfatório. "Houve um discreto prejuízo, mas nada que afetasse a saúde deles", relata. Diante do achado, a ideia é que se possa indicar o esquema alternativo a quem tem impedimentos em levantar mais cedo ou esperar um tempo para o desjejum. 

2. Dose única por semana
Em vez de um comprimido diário do hormônio, cientistas da UFPR estudam a criação de um fármaco cujo efeito duraria sete dias - um sonho de praticidade. Os primeiros testes, com indivíduos saudáveis, foram bastante animadores.

3. Cápsula em gel
Essa versão do hormônio evita a necessidade de jejum e seria absorvida mais facilmente. "Ela já está à venda na Europa, mas ainda não decolou nas prescrições", diz Geraldo Medeiros, professor de endocrinologia da Universidade de São Paulo (USP). 

4. Tomar o remédio antes de dormir seria melhor
Essa é outra saída cada vez mais receitada. "Aconselhamos o uso do hormônio à noite a quem toma outros remédios de manhã", conta o professor Medeiros. Mas há um detalhe: o sujeito precisa aguardar duas horas entre o jantar e a cama.

5. Nova droga com T3 e T4 juntos
A levotiroxina, remédio contra o hipotireoidismo, concentra só o hormônio T4. É que o corpo fabrica, a partir dele, sua versão ativa, o T3. Mas algumas pessoas se sentem mal com a droga. Para elas, os médicos já discutem uma nova fórmula, que alia T3 e T4 prontinhos.

6. Hipotireoidismo afeta o coração
Uma pesquisa do Instituto de Tecnologia de Nova York, nos Estados Unidos, mostra que uma dose baixa dos hormônios tireoidianos ameaça o bem-estar cardíaco. "Os desfalques levam a contrações mais fracas e até lesões", conta Martin Gerdes, autor do trabalho. Restaurar os níveis de T3 e T4 evitaria o chabu. 

7. Falta de hormônios tireoidianos pode ser a causa do colesterol alto
"Um em cada dez casos de colesterol alto tem o hipotireoidismo como pano de fundo", estima Elizabeth Pearce, endocrinologista da Universidade de Boston (EUA). Ela descobriu que metade das pessoas com níveis altos da gordura não checa a tireoide. "E tratar a disfunção ali pode baixar o colesterol." 

8. Hipotireoidismo leva à obesidade?
Outra investigação da Universidade de Boston revela que, ao contrário do que se pensava, o tratamento do hipotireoidismo não faz o excesso de peso diminuir necessariamente. "Por isso é preciso abordar os dois problemas de forma simultânea", avalia o endocrinologista Cleo Otaviano Mesa Junior, do Hospital de Clínicas da UFPR. 

9. A importância do selênio
A falta do mineral, segundo uma pesquisa do endocrinologista Cley Rocha de Farias, do Hospital das Clínicas de São Paulo, propicia o hipotireoidismo. "Para atingir a quantia ideal de selênio, basta comer uma ou duas castanhas-do-Pará por dia", indica. A substância ativaria enzimas que protegem e estimulam a tireoide. 

10. Tireoide lenta e o diabetes
A Universidade Goethe, na Alemanha, fez um levantamento com dados de 1 900 diabéticos do tipo 2 e detectou que 27% deles tinham uma tireoide em marcha lenta. De acordo com os estudiosos, controlar as duas condições exige uma abordagem terapêutica cuidadosa - e uma não exclui a outra.

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