Google Analytics Alternative

Deficiências de ômega 3, consumo de gorduras trans e saturadas em excesso e função cerebral.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
Prevenir doenças? Manter-se distante de depressão?
Equilibre o consumo de gorduras na dieta.
Gorduras certas, e na medida certa são fundamentais à prevenção de doenças, o desequilíbrio entre ácidos graxos essenciais (essenciais porque são indispensáveis às funções do organismo, não sendo sintetizado, devendo provir da dieta), ômega 3 e ômega, com baixo consumo de ômega 3 e o aumento do consumo de gorduras saturadas e trans está esclarecendo desequilíbrios nas funções cerebrais, desde um simples esquecimento, falhas de memória à depressão e doenças neurodegenerativas.

Publicado na Nature Neuroscience, um estudo mostrou que a redução dos níveis de ômega 3 na dieta tiveram efeitos negativos sobre as funções sinápticas e comportamentos emocionais. Os pesquisadores estudaram ratos alimentados com uma dieta pobre em ácidos graxos ômega 3 e descobriram que a deficiência crônica durante o desenvolvimento intra-uterino, pode mais tarde influenciar a atividade sináptica envolvida no comportamento emocional (como sintomas de ansiedade e depressão) na vida adulta.


Já, pesquisadores da Universidade de Navarra e Las Palmas, após estudar 12.059 voluntários durante 6 anos mostraram uma significativa relação entre gorduras trans e depressão. Embora no início do estudo, nenhum dos voluntários sofriam de depressão, no final do estudo haviam cerca de 657 casos. Qual a relação? De todos esses casos, os participantes com um elevado consumo de gorduras trans apresentaram um aumento de até 48% no risco de depressão quando comparados aos participantes que não consumiram essas gorduras.

No entanto, as gorduras poliinsaturadas, de peixes, óleos vegetais e monoinsaturadas, presentes no azeite estiveram associadas com um risco menor de depressão.

As recomendações para o consumo de gorduras é que não ultrapasse 30% do valor calórico total diário, detalhadamente, o consumo de gordura saturada deve ficar inferior a 7%, a poliinsaturada até 10%, e gordura monoinsaturada, encontrada especialmente no azeite de oliva até 20% e menor do que 1% de gordura trans do valor calórico total.

O azeite de oliva, mostrou-se protetor da função cerebral, é uma excelente e indispensável fonte de gordura, consumido de forma regular pode melhorar o perfil lipídico e inibir a oxidação de LDL. estimula a produção de óxido nítrico, que é um importante agente regulador da pressão arterial, fatores que protegem contra as doenças cardiovasculares.

A dieta de países industrializados tem aumentado de forma quantitativa as calorias ingeridas por meio de gorduras, cerca de 35 a 40%, com altos níveis de ácido linoléico (ômega 6) e baixos de ácido alfa linoléico (ômega 3). Segundo as referências, a quantidade de ômega 6 consumida durante os últimos quarenta anos disparou para 250%, enquanto que de ômega 3 caiu em 40%.
Enquanto recomenda-se a manutenção da proporção 5:1 entre ômega 6 e 3 na dieta, proporção essa que pode influenciar na formação de neurotransmissores e prostaglandinas, fatores vitais para manter a função cerebral em equilíbrio, o consumo atual pode estar em 15 de ômega 6 para 1 de ômega 3. Nos EUA, essa proporção pode chegar até 40 de ômega 6 para 1 de ômega 3.

Gorduras trans e saturadas ainda provocam alterações na composição lipídica, circulação sanguínea e trabalho cardíaco, seja pelo aumento de LDL colesterol e do colesterol total.

Almudena Sánchez-Villegas, Lisa Verberne, Jokin De Irala, Miguel Ruíz-Canela, Estefanía Toledo, Lluis Serra-Majem, Miguel Angel Martínez-González. Dietary Fat Intake and the Risk of Depression: The SUN Project. PLoS ONE, 2011.
Lafourcade, Mathieu et al. Nutritional omega-3 deficiency abolishes endocannabinoid-mediated neuronal functions. Nature Neuroscience, 2011.
Massiera et al. A Western-like fat diet is sufficient to induce a gradual enhancement in fat mass over generations. The Journal of Lipid Research, 2010.

0 comentários:

Postar um comentário