A hipertrigliceridemia é um fator de risco cardiovascular de elevada prevalência. Nos Estados Unidos, estima-se que 31% dos adultos tenham concentração plasmática de triglicérides superior a 150 mg/dL. A hipertrigliceridemia aumenta o risco cardiovascular mesmo na presença de concentração plasmática adequada de LDL-colesterol (LDL-c), e por isso, há necessidade de tratamento baseado em alimentação saudável, redução do peso e atividade física regular5.
No contexto da alimentação saudável, estudos têm investigado se o efeito positivo de fitoesteróis sobre a concentração de LDL-c se estende também aos triglicérides plasmáticos1.
Demonty et al. (2012)1 realizaram uma análise combinada de 12 ensaios clínicos aleatorizados que avaliaram os efeitos de fitoesteróis sobre a concentração plasmática de triglicérides.
Foram incluídos, no total, 935 pacientes com hipercolesterolemia. Na maioria dos estudos, a ingestão de fitoesteróis variou entre 1,6 e 2,5 g/dia. Houve redução significativa, de 6% nas concentrações plasmáticas de triglicérides, a qual se mostrou dependente das concentrações iniciais. Nenhum efeito foi observado com relação à concentração plasmática de HDL-c.
O mecanismo pelo qual o consumo de fitoesteróis reduz a concentração plasmática de triglicérides foi investigado por Plat & Mensink (2009)3. Neste estudo, os pesquisadores utilizaram amostras de sangue de indivíduos que participaram de estudos de intervenção com fitoesteróis durante oito semanas. No primeiro estudo, participaram pacientes com dislipidemia e síndrome metabólica (SM) que receberam 2g de fitoesteróis/dia, e no segundo, pacientes normolipidêmicos que receberam 3,8 a 4,1 g de fitoesteróis/dia.
Demonty et al. (2012)1 realizaram uma análise combinada de 12 ensaios clínicos aleatorizados que avaliaram os efeitos de fitoesteróis sobre a concentração plasmática de triglicérides.
Foram incluídos, no total, 935 pacientes com hipercolesterolemia. Na maioria dos estudos, a ingestão de fitoesteróis variou entre 1,6 e 2,5 g/dia. Houve redução significativa, de 6% nas concentrações plasmáticas de triglicérides, a qual se mostrou dependente das concentrações iniciais. Nenhum efeito foi observado com relação à concentração plasmática de HDL-c.
O mecanismo pelo qual o consumo de fitoesteróis reduz a concentração plasmática de triglicérides foi investigado por Plat & Mensink (2009)3. Neste estudo, os pesquisadores utilizaram amostras de sangue de indivíduos que participaram de estudos de intervenção com fitoesteróis durante oito semanas. No primeiro estudo, participaram pacientes com dislipidemia e síndrome metabólica (SM) que receberam 2g de fitoesteróis/dia, e no segundo, pacientes normolipidêmicos que receberam 3,8 a 4,1 g de fitoesteróis/dia.
Nos indivíduos com SM, a ingestão de fitoesteróis reduziu a concentração de partículas de VLDL grandes e médias, comparado aos controles. Nos normolipidêmicos, a concentração sérica de partículas de VLDL grandes também diminuiu, embora de maneira menos pronunciada.
No contexto da alimentação saudável, estudos têm investigado se o efeito positivo de fitoesteróis sobre a concentração de LDL-c se estende também aos triglicérides plasmáticos1.
Com base nestes achados, postulou-se a hipótese de que o efeito dos fitoesteróis sobre a concentração plasmática de triglicérides deriva de sua capacidade de influenciar a produção hepática de grandes partículas de VLDL ricas em triglicérides3.
Rideout et al. (2010)4 caracterizaram em ratos as mudanças no metabolismo de triglicérides após intervenção com dieta contendo 2% de sua composição em fitoesteróis por 6 semanas, comparado a animais que receberam dieta controle, isenta de fitoesteróis.
O consumo de fitoesteróis reduziu significativamente as concentrações plasmáticas (-28%) e hepáticas (-30%) de triglicérides, comparado aos ratos com dieta controle. A ingestão de fitoesteróis também levou a aumento da excreção fecal de ácidos graxos e redução do peso corporal.
Na ausência de estudos de intervenção em humanos que quantifiquem diretamente a redução do risco cardiovascular resultante da diminuição exclusiva de triglicérides, ainda é difícil determinar se o efeito adicional de 6% de diminuição de sua concentração plasmática é clinicamente relevante comparado à redução média de 10% no LDL-c alcançada por meio do consumo de 2g de fitoesteróis/dia2.
O consumo de fitoesteróis reduziu significativamente as concentrações plasmáticas (-28%) e hepáticas (-30%) de triglicérides, comparado aos ratos com dieta controle. A ingestão de fitoesteróis também levou a aumento da excreção fecal de ácidos graxos e redução do peso corporal.
Na ausência de estudos de intervenção em humanos que quantifiquem diretamente a redução do risco cardiovascular resultante da diminuição exclusiva de triglicérides, ainda é difícil determinar se o efeito adicional de 6% de diminuição de sua concentração plasmática é clinicamente relevante comparado à redução média de 10% no LDL-c alcançada por meio do consumo de 2g de fitoesteróis/dia2.
De maneira geral, na hiperlipidemia mista, quando há aumento concomitante de LDL-c e triglicérides, a ingestão de pelo menos 2 g de fitoesteróis/dia por meio do consumo de produtos enriquecidos, como creme vegetal, já se justifica pela sua eficácia em reduzir a concentração plasmática de LDL-c. Pesquisas adicionais precisam esclarecer quais tipos de intervenção, incluindo dieta e mudanças no estilo de vida, beneficiam positivamente a hipertrigliceridemia isolada1.
Referências:
1) Demonty I, Ras RT. The effect of plant sterols on serum triglyceride concentrations is dependent on baseline concentrations: a pooled analysis of 12 randomised controlled trials. Eur J Nutr 2012 Jan 18. [Epub ahead of print].
2) Katan MB, Grundy SM, et al. Efficacy and safety of plant stanols and sterols in the management of blood cholesterol levels. Mayo Clin Proc 2003; 78: 965-978.
3) Plat J, Mensink RP. Plant Stanol Esters Lower Serum Triacylglycerol Concentrations via a Reduced Hepatic VLDL-1 Production. Lipids 2009; 44: 1149-1153.
4) Rideout TC, Harding SV, Jones PJ. Consumption of plant sterols reduces plasma and hepatic triglycerides and modulates the expression of lipid regulatory genes and de novo lipogenesis in C57BL/6J mice. Mol Nutr Food Res 2010; 54 (Suppl 1): S7-13.
5) Talayero BG, Sacks FM. The role of triglycerides in atherosclerosis. Curr Cardiol Rep 2011; 13(6): 544-552.
6) Theuwissen E, Plat J, et al. Plant Stanol Supplementation Decreases Serum Triacylglycerols in Subjects with Overt Hypertriglyceridemia. Lipids 2009; 44: 1131-1140.
1) Demonty I, Ras RT. The effect of plant sterols on serum triglyceride concentrations is dependent on baseline concentrations: a pooled analysis of 12 randomised controlled trials. Eur J Nutr 2012 Jan 18. [Epub ahead of print].
2) Katan MB, Grundy SM, et al. Efficacy and safety of plant stanols and sterols in the management of blood cholesterol levels. Mayo Clin Proc 2003; 78: 965-978.
3) Plat J, Mensink RP. Plant Stanol Esters Lower Serum Triacylglycerol Concentrations via a Reduced Hepatic VLDL-1 Production. Lipids 2009; 44: 1149-1153.
4) Rideout TC, Harding SV, Jones PJ. Consumption of plant sterols reduces plasma and hepatic triglycerides and modulates the expression of lipid regulatory genes and de novo lipogenesis in C57BL/6J mice. Mol Nutr Food Res 2010; 54 (Suppl 1): S7-13.
5) Talayero BG, Sacks FM. The role of triglycerides in atherosclerosis. Curr Cardiol Rep 2011; 13(6): 544-552.
6) Theuwissen E, Plat J, et al. Plant Stanol Supplementation Decreases Serum Triacylglycerols in Subjects with Overt Hypertriglyceridemia. Lipids 2009; 44: 1131-1140.
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