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ALIMENTAÇÃO EQUILIBRADA PODE EVITAR DOENÇAS COMO A ATEROSCLEROSE.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015
Grupo no Reino Unido busca evidências dos benefícios das antocianinas e polifenóis, substâncias presentes nas frutas vermelhas e em hortaliças, frutas e cereais.

Na terceira palestra realizada durante o I FoRC Symposium, nesta quarta (2/9), o professor Paulo Kroon, do Instituto of Food Research, no Reino Unido, falou sobre os benefícios para a saúde de uma dieta rica em compostos bioativos. Ele focou sua apresentação no consumo de polifenóis e de antocianinas.
Os polifenóis são um numeroso grupo de moléculas encontradas em hortaliças, frutas, cereais, chás, café, cacau, vinho, suco de frutas, soja... Nas plantas, eles exercem função de fotoproteção, defesa contra microorganismos e insetos, além de serem responsáveis pela pigmentação. “A ideia é desenvolver evidências de alta qualidade dos efeitos do consumo de polifenóis e garantir o uso dessa informação pela indústria e os tomadores de decisão”, resumiu ele no início da palestra.

O interesse de Kroon e sua equipe é voltado para a forma como as pessoas absorvem e metabolizam os polifenóis. “Tentamos identificar os mecanismos subjacentes a essas atividades: determinar a natureza e as concentrações de metabólitos de polifenol e testar a habilidade desses metabólitos de alterar marcadores moleculares de funções celulares identificadas in vivo”, explica Kroon.È

Quanto às antocianinas, substâncias presentes em frutas vermelhas diversas, e também na cebola, no tomate e no vinho, são pigmentos pertencentes ao grupo dos flavonóides responsáveis por uma grande variedade de cores de frutas, flores e folhas que vão do vermelho-alaranjado até roxo e azul. São associadas a diferentes açúcares. “No Brasil vocês têm boas fontes de anticianinas: jaboticaba, juçara, açaí, jamelão, jambo, pitanga”, exemplificou Kroon. “Há evidências epidemiológicas dos benefícios dessas substâncias. Estudos vem mostrando que quem consome mais antocianinas tem menos probabilidade de desenvolver hipertensão”, afirma. 

Dr. Paul Kroon do Institute of Food Research, Notthingham, UK

Entretanto, há outros componentes nos chamados alimentos complexos, além das antocianinas. “Queríamos saber qual era realmente o papel delas nos efeitos benéficos para a saúde. E também se eram mais eficazes quando entregues junto a outras substâncias”, esclarece. Para isso, o grupo de Kroon realizou uma pesquisa em roedores com um tomate roxo muito rico em antocianinas, criado para este fim. E dividiu a amostragem em grupos: o que não ingeriu tomate, o que ingeriu só tomate roxo e o que só ingeriu tomate vermelho e ainda os que ingeriram ambos, em diferentes proporções.

“Uma análise dos resultados indicou que, na aorta, os efeitos se deram nos níveis inflamatórios envolvidos na aterosclerose. No fígado, a ingestão das antocianinas teve efeitos fortes no metabolismo de lipídeos”, revela Kroon.

De acordo com o professor, os resultados sugeriram à equipe uma nova hipótese: o consumo de tomate rico em antocianinas reduz a taxa de crescimento de placas de aterosclerose aumentando o transporte reverso do colesterol e seus efeitos podem ser medidos no nível da expressão gênica. “Concluímos que a expressão das antocianinas produziu tomates com uma poderosa atividade anti-aterosclerótica e que os mecanismos subjacentes de assimilação dessas substâncias parecem incluir mudanças no metabolismo de lipídios e lipoproteínas, consistentes com um aumento no transporte reverso de colesterol. Também identificamos marcadores moleculares e funcionais que podem ser usados para identificar metabólitos ativos e que podem representar marcadores moleculares”, resume Kroon.

Fonte: USP.

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