Fora da mesa
Quase 50% das frutas e vegetais produzidos são desperdiçados ao longo da
cadeia que vai do produtor ao consumidor.
A conclusão é do projeto europeu "Veg-i-Trade", que tem a participação de
pesquisadores brasileiros da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Estas perdas ocorrem do campo à mesa: durante a produção agrícola,
processamento, distribuição, nos supermercados e nas casas dos consumidores.
O objetivo dos pesquisadores é tentar reduzir as perdas na cadeia de produção
das frutas e vegetais.
E os consumidores também têm um papel a desempenhar.
Desperdício de frutas e vegetais
De acordo com um relatório da Organização para a Alimentação e Agricultura
das Nações Unidas (FAO), as principais perdas estão ligados à produção dos
produtos frescos.
Cerca de 20% dos alimentos frescos são perdidos, entre outros, devido a:
- danos acidentais durante a colheita
- danos por insetos
- danos mecânicos e/ou vazamentos durante a operação de colheita
- não atendimento a requisitos de qualidade dos supermercados e outras empresas.
Mas os pesquisadores constataram que as perdas continuam depois que as frutas
e vegetais foram para comercialização.
Oferta sem demanda e demanda sem uso
A falta de sintonia entre a oferta e a demanda é outra razão importante para
as perdas.
Durante o manejo pós-colheita e o processamento, 5,5% das verduras e vegetais
se perde, por exemplo, por más condições de armazenagem, na produção de suco, ou
durante as interrupções de processo e acidentes.
Na cadeia de distribuição e supermercados, outros 7,5% são perdidos devido à
degradação e superação do prazo de validade.
Finalmente, 13% do que é produzido se perde devido ao comportamento dos
consumidores, que jogam fora frutas e vegetais ainda comestíveis.
Um dos elementos importantes, responsável pelo desperdício nas residências, é
a perda devido ao armazenamento em temperatura inadequada, ou simplesmente por
deixar passar o prazo de validade.
Doar para quem precisa
Nem todas as perdas são irreversíveis, porque um grande esforço tem sido
feito na valorização destes produtos.
Em instalações de fermentação, produtos frescos não negociáveis podem ser
transformados em energia.
Produtos frescos ligeiramente danificados também podem ser aproveitados para
fazer produtos derivados como doces, sopas etc.
Talvez por estar sendo feito na Europa, o estudo não levanta como
possibilidade de aproveitamento a doação dos alimentos não comercializados para
pessoas carentes ou instituições que atendem a essas pessoas.
Fonte: Diário da Saúde, Quase 50% das frutas e vegetais produzidos não são consumidos. Acesso em 08/10/2012.
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