Seis em cada dez brasileiras acreditam que apenas um copo de leite por dia é suficiente para prevenir a osteoporose, aponta pesquisa divulgada, nesta quarta-feira (17), pela Associação Brasileira de Avalição Óssea e Osteometabolismo (Abrasso). A quantidade necessária de consumo de leite e derivados, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), é maior: tem que ser pelo menos três porções diárias. O cálcio presente nesses alimentos previne a perda de massa óssea que caracteriza a osteoporose, conhecida como doença dos ossos porosos.
O levantamento da Abrasso, que avalia o nível de informação da população sobre a doença, mostra que houve avanço no conhecimento sobre a osteoporose, mas as medidas de prevenção ainda não são adotadas como deveriam.
"Na comparação com uma pesquisa feita em 2007, o grau de consciência aumentou muito, considerando que apenas 30% conheciam a doença e as medidas de prevenção. Agora, 60% sabem do que se trata e como prevenir, mas isso ainda não foi transformado em atitudes" , avalia o diretor da Abrasso, Marcelo Pinheiro. Para essa pesquisa, encomendada ao Ibope, foram entrevistadas 2 mil pessoas em todas as regiões metropolitanas do país.
O estudo mostra que menos de 20% das mulheres com mais de 45 anos consomem as três porções de leite e derivados recomendadas diariamente. Entre as que têm menos de 45 anos, o percentual não chega a 10%.
A pesquisa da Abrasso aponta que 70% das mulheres com mais de 45 anos desconhecem a necessidade de que a prevenção tenha início na infância. " Essa ação deveria ser pensada como política pública para ampliar a prevenção à doença, tendo em vista que hábitos adquiridos na infância costumam ser adotados por toda a vida" , defende Marcelo Pinheiro. Ele explica que o pico ósseo ocorre por volta dos 30 anos, quando, a partir de então, há uma perda óssea natural.
Diagnóstico
Outro resultado que preocupa os especialistas é que quase a totalidade das entrevistadas, 96%, associa a doença à dor, fazendo com que muitas dessas mulheres façam exames diagnósticos tardiamente. "É uma doença silenciosa. Muitas vezes, ela só é identificada com a primeira fratura" , explica Marcelo Pinheiro.
Apenas 39% das mulheres com mais de 45 anos lembram de ter feito o exame de densitometria óssea (aparelho que diagnostica a doença) alguma vez na vida. A maior parte dessas mulheres (89%) também não relaciona a menopausa como fator de risco para a osteoporose.
De acordo com a Internacional Osteoporosis Foudation (IOF), as fraturas em decorrência da osteoporose devem crescer 32% até 2050, considerando o processo de envelhecimento da população brasileira. Para Pinheiro, esse dado ganha destaque ainda maior diante dos resultados da pesquisa da Abrasso, tendo em vista que as medidas de prevenção ainda não são adotadas de forma generalizada pela população. " Se a gente não tomar uma atitude, esse quadro pode ser ainda mais grave", destaca.
Prevenção
Dentre as medidas que seriam necessárias, ele aponta a ampliação do acesso ao exame de densitometria óssea e uma melhor qualificação dos médicos para o diagnóstico precoce da doença. Outro levantamento da Abrasso mostra que dos 1.717 equipamentos para o exame em funcionamento atualmente, apenas 367 estão Sistema Único de Saúde (SUS). Também há grande disparidade do ponto de vista regional, já que a maior parte dos aparelhos, 1.222 do total, está localizada nas regiões Sul e Sudeste.
Com informações da Agência Brasil.
Fonte: I Saúde, Cerca de 60% das brasileiras não sabem como prevenir a osteoporose. Apesar do avanço sobre a doença, medidas de prevenção ainda não são adotadas como deveriam, avalia associação. Acesso em 18/10/2012.
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