Denny Levett, principal autor do estudo, durante a expedição no Monte Everest. |
Resultado de uma expedição ao Monte Everest que observou resposta do corpo em locais com baixos níveis de oxigênio sugere que medicamentos ou procedimentos que promovam a produção de óxido nítrico (NO) são capazes melhorar a recuperação de pacientes criticamente doentes nos cuidados intensivos.
Muitos pacientes criticamente doentes sofrem de falta de oxigênio, condição conhecida como hipóxia, que pode ser fatal. O óxido nítrico é produzido por praticamente todas as células e órgãos do corpo onde ele cumpre funções importantes, incluindo a regulação da aprendizagem da pressão arterial, e formação da memória, protegendo-nos de doenças infecciosas.
No presente trabalho, desenvolvido em parceria entre a UCL e a Universidade de Warwick, no Reino Unido,foram analisadas de amostras de sangue e os resultados coletados durante a expedição Caudwell Xtreme Everest (CXE) em 2007. Os resultados mostram que a produção de óxido nítrico e sua atividade são elevados em pessoas que vivem em altitudes próximas ao nível do mar que ascendem a altitude, levando a mudanças no fluxo sanguíneo nos vasos sanguíneos mais finos.
O documento sugere que intervenções para alterar a produção de óxido nítrico - alguns dos quais já existem na forma de drogas ou gás - pode beneficiar pacientes criticamente doentes, que sofrem com disponibilidade de oxigênio limitada.
Esta é a primeira vez que esses efeitos foram documentados em um grande número de habitantes da planície e é consistente com dados anteriores dos moradores do planalto tibetano - highlanders -, mostrando que os níveis de NO nessa altitude em comparação com pessoas que vivem perto do nível do mar.
Os participantes do estudo formavam um grupo de 198 trekkers e 24 alpinistas, incluindo médicos e cientistas. A equipe CXE fez a primeira medição do nível de oxigênio no sangue humano em 8400M no Monte Everest. Esta era a peça central de um programa amplo e permanente de pesquisa em hipóxia e do desempenho humano em altitude extrema que visam melhorar o atendimento dos pacientes em estado crítico e outras situações em que a hipóxia é um problema fundamental.
"Uma escalada em altitudes extremas coloca o corpo em um ambiente com disponibilidade de oxigênio muito baixa, semelhante à experiência dos pacientes em tratamento intensivo com doenças que afetam o coração, pulmões ou sistema vascular", explica o principal autor da pesquisa,o Dr. Denny Levett.
O autor sênior da pesquisa, Dr. Martin Feelisch, defende que nos próximos anos, os resultados da pesquisa podem indicar uma mudança no tratamento de emergência e cuidados intensivos. Ele sugere que há uma forma alternativa de aliviar as consequências de baixos níveis de oxigênio, criando uma tolerância mais sustentável aos níveis baixos através de tratamentos que estimulam a produção de óxido nítrico.
A pesquisa também mostra uma diferença entre os indivíduos em termos do nível da sua resposta ao óxido nítrico em relação à altitude. O tamanho da amostra é pequeno demais para dizer com confiança o porquê disso. No entanto, os indivíduos com maior experiência de escalada em altitude tiveram uma maior resposta ao NO no início da expedição, sugerindo sua constituição corporal em relação ao óxido nítrico foi diferente da de montanhistas com menos experiência de ascensão à altitude. Fatores semelhantes podem explicar as diferenças na evolução da doença entre pacientes na unidade de terapia intensiva.
Fonte: I Saúde, Óxido nítrico potencializa recuperação de pacientes em cuidados intensivos. Expedição ao Monte Everest estuda resposta do corpo em locais de baixos níveis de oxigênio e aponta que composto previne a hipóxia. Acesso em 10/10/2012.
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