Um grupo de pesquisadores suecos descobriu que determinadas partes do nosso cérebro crescem quando nos empenhamos em aprender uma língua estrangeira em um curto espaço de tempo. O estudo foi publicado na última edição do jornal NeuroImage.
Para chegar à conclusão, os pesquisadores da Universidade de Lund selecionaram 14 estudantes da Academia de Intérpretes das Forças Armadas da Suécia. Esses jovens são submetidos a uma rotina superintensiva para aprenderem, em apenas 13 meses, a falar fluentemente russo, árabe egípcio ou dari (dialeto persa usado no Afeganistão). Nenhum deles tinha qualquer conhecimento prévio da língua estudada e, para dar conta do objetivo, mergulharam numa rotina que envolve aulas diárias de 8 da manhã ao final da tarde. "Os intérpretes da academia estudam numa intensidade incomparável a qualquer outro curso do sistema educacional sueco", escrevem os autores. "A extrema rigidez do curso requer o aprendizado de 300 a 500 novas palavras por semana", disse Johan Mårtensson (leia a entrevista), coordenador da pesquisa, ao site de VEJA.
Para chegar à conclusão, os pesquisadores da Universidade de Lund selecionaram 14 estudantes da Academia de Intérpretes das Forças Armadas da Suécia. Esses jovens são submetidos a uma rotina superintensiva para aprenderem, em apenas 13 meses, a falar fluentemente russo, árabe egípcio ou dari (dialeto persa usado no Afeganistão). Nenhum deles tinha qualquer conhecimento prévio da língua estudada e, para dar conta do objetivo, mergulharam numa rotina que envolve aulas diárias de 8 da manhã ao final da tarde. "Os intérpretes da academia estudam numa intensidade incomparável a qualquer outro curso do sistema educacional sueco", escrevem os autores. "A extrema rigidez do curso requer o aprendizado de 300 a 500 novas palavras por semana", disse Johan Mårtensson (leia a entrevista), coordenador da pesquisa, ao site de VEJA.
HIPOCAMPO
São estruturas localizadas nos lobos temporais do cérebro humano responsáveis pelas memórias de curto e longo prazo. A relação entre seu tamanho e capacidade, no entanto, ainda não está clara. A região atua também no sistema de navegação espacial e na ativação de hormônios que respondem a situações de estresse, adaptando o corpo.
Como parâmetro de comparação, a equipe de Mårtensson selecionou 17 alunos de medicina e de ciências da cognição da universidade sueca de Umeå. Eles também convivem com uma pesada rotina universitária, mas sem foco em idiomas estrangeiros. Os dois grupos realizaram exames de ressonância magnética (para mapear o cérebro) antes do início das aulas e após três meses dos seus respectivos cursos. Resultado: algumas regiões do cérebro dos intérpretes cresceram enquanto que, entre os universitários de Umeå, não foi registrada a mesma alteração.
São estruturas localizadas nos lobos temporais do cérebro humano responsáveis pelas memórias de curto e longo prazo. A relação entre seu tamanho e capacidade, no entanto, ainda não está clara. A região atua também no sistema de navegação espacial e na ativação de hormônios que respondem a situações de estresse, adaptando o corpo.
Como parâmetro de comparação, a equipe de Mårtensson selecionou 17 alunos de medicina e de ciências da cognição da universidade sueca de Umeå. Eles também convivem com uma pesada rotina universitária, mas sem foco em idiomas estrangeiros. Os dois grupos realizaram exames de ressonância magnética (para mapear o cérebro) antes do início das aulas e após três meses dos seus respectivos cursos. Resultado: algumas regiões do cérebro dos intérpretes cresceram enquanto que, entre os universitários de Umeå, não foi registrada a mesma alteração.
As áreas que sofreram alterações foram o hipocampo e três partes do córtex cerebral. Em média, o hipocampo dos intérpretes registrou um aumento de 75 milímetros cúbicos em seu volume enquanto que a espessura das três partes do córtex, entre o mesmo grupo, aumentou 0,06 milímetros (também em média). "As diferentes áreas corticais são usadas quando produzimos e entendemos linguagem. Elas, por sua vez, se conectam com o hipocampo, utilizado quando tentamos aprender novos vocabulários", diz Mårtensson.
De acordo com o pesquisador, o estudo conseguiu medir os efeitos que o aprendizado de uma nova língua em um nível intensivo causa no cérebro, "algo que não havia sido feito antes." Segundo o pesquisador, "há muita coisa que sugere que aprender línguas é uma boa forma de deixar o cérebro em forma."
"Eles aprendem uma língua, do zero, em 13 meses"
Johan Mårtensson
Pesquisador do Departamento de Psicologia da Universidade de Lund
Qual a principal contribuição do estudo, na sua opinião?
Nós tivemos a oportunidade de medir os efeitos de um processo de aprendizagem, começando do zero, em um ritmo bastante intenso, algo que não tinha sido feito antes. Há um estudo recente que mede os efeitos (no cérebro) do aprendizado de chinês. A diferença entre os dois trabalhos é que nós medimos a massa cinzenta, ou seja, as células do cérebro. A equipe do outro estudo, por outro lado, analisou as conexões entre as diferentes partes da massa cinzenta. As duas pesquisas se complementam.
Qual a relação das áreas do cérebro que apresentaram crescimento e o aprendizado de idiomas?
As diferentes áreas corticais são utilizadas quando produzimos e entendemos linguagem. Elas, por outro lado, se conectam ao hipocampo, que é utilizado quando tentamos aprender novos vocabulários.
Qual a rotina de estudo do curso de intérpretes profissionais das Forças Armadas da Suécia?
Eles estudam uma língua estrangeira numa intensidade incomparável a qualquer outro curso do sistema educacional sueco. Eles aprendem uma nova língua, começando do zero, em 13 meses. Os idiomas estudados (árabe, russo e dari) são bem diferentes da fala nativa dos estudantes, o sueco. O ritmo intenso de aprendizado requer a aquisição de 300 a 500 novas palavras por semana. As atividades diárias na academia incluem o estudo das línguas intercalado a treinamento militar das 8 horas ao horário de dormir. O grupo de intérpretes é rigorosamente selecionado. Dos centenas de inscritos para o serviço de intérprete, cerca de 30 entram na academia. E todos já sabem duas ou três línguas, além do sueco, quando começam as aulas.
De acordo com o pesquisador, o estudo conseguiu medir os efeitos que o aprendizado de uma nova língua em um nível intensivo causa no cérebro, "algo que não havia sido feito antes." Segundo o pesquisador, "há muita coisa que sugere que aprender línguas é uma boa forma de deixar o cérebro em forma."
"Eles aprendem uma língua, do zero, em 13 meses"
Johan Mårtensson
Pesquisador do Departamento de Psicologia da Universidade de Lund
Qual a principal contribuição do estudo, na sua opinião?
Nós tivemos a oportunidade de medir os efeitos de um processo de aprendizagem, começando do zero, em um ritmo bastante intenso, algo que não tinha sido feito antes. Há um estudo recente que mede os efeitos (no cérebro) do aprendizado de chinês. A diferença entre os dois trabalhos é que nós medimos a massa cinzenta, ou seja, as células do cérebro. A equipe do outro estudo, por outro lado, analisou as conexões entre as diferentes partes da massa cinzenta. As duas pesquisas se complementam.
Qual a relação das áreas do cérebro que apresentaram crescimento e o aprendizado de idiomas?
As diferentes áreas corticais são utilizadas quando produzimos e entendemos linguagem. Elas, por outro lado, se conectam ao hipocampo, que é utilizado quando tentamos aprender novos vocabulários.
Qual a rotina de estudo do curso de intérpretes profissionais das Forças Armadas da Suécia?
Eles estudam uma língua estrangeira numa intensidade incomparável a qualquer outro curso do sistema educacional sueco. Eles aprendem uma nova língua, começando do zero, em 13 meses. Os idiomas estudados (árabe, russo e dari) são bem diferentes da fala nativa dos estudantes, o sueco. O ritmo intenso de aprendizado requer a aquisição de 300 a 500 novas palavras por semana. As atividades diárias na academia incluem o estudo das línguas intercalado a treinamento militar das 8 horas ao horário de dormir. O grupo de intérpretes é rigorosamente selecionado. Dos centenas de inscritos para o serviço de intérprete, cerca de 30 entram na academia. E todos já sabem duas ou três línguas, além do sueco, quando começam as aulas.
Fonte: Veja, Aprender idiomas de forma intensiva faz o cérebro crescer, aponta estudo. Após três meses de aulas intensivas, determinadas áreas do órgão aumentaram em intérpretes profissionais das Forças Armadas da Suécia. Acesso em 10/10/2012.
0 comentários:
Postar um comentário