Quando ingerimos alimentos ou bebidas é iniciado o processo digestivo por meio da mastigação e salivação, o que foi consumido passa pelo estômago onde acontece a etapa principal de quebra do alimento até suas partes menores, chegando ao intestino delgado para selecionar o que será assimilado, indo para a corrente sanguínea, ou é eliminado, continuando seu destino ao intestino grosso.
O intestino grosso ou cólon promove a eliminação das fezes, reabsorve parte da água e alguns nutrientes, contribui para o fortalecimento do sistema imunológico, cerca de 80% do potencial imunológico encontra-se nesta etapa do sistema digestivo. Nele encontram-se a flora microbiana intestinal, hospedando bactérias como lactobacilos acidophilus, bifidobacterias que sintetizam vitaminas, como a vitamina K, destruindo microorganismos e bactérias patogênicas, que causam doenças e protegendo a integridade dos tecidos.
Ao longo deste caminho, o corpo deve ser nutrido com todas as substâncias, macro e micronutrientes de que necessita, e os resíduos de todo o processo de digestão devem ser excretados no menor tempo possível.
O sistema digestório degrada nutrientes ingeridos através da alimentação de maneira que possam ser absorvidos e utilizados pelas células do corpo, para produzir ATP ou energia e contruir novos tecidos corporais, além da absorver água, minerais, vitaminas, fundamentais ao crescimento e funcionamento do organismo e eliminar resíduos e substâncias dispensáveis.
No intestino delgado por exemplo, são absorvidos cálcio e fósforo, necessários à formação da matriz óssea. Fisiologicamente, a absorção que ocorre principalmente no intestino delgado é realizada por difusão simples, difusão facilitada, osmose e transporte ativo.
A flora intestinal ou microbiótica intestinal é formanda por bactérias que habitam naturalmente nosso intestino, auxiliam na digestão dos alimentos e assimilação dos nutrientes. A mastigação insuficiente, juntamente com a ingestão de bebidas e intervalos longos entre as refeições são fatores que desequilibram a flora intestinal. Mastigando insuficientemente os alimentos, eles chegam mal digeridos ao intestino, ocorrendo de forma parcial o aproveitamento dos nutrientes. O alimento quando mal digerido provoca fermentação e é ambiente propício para proliferação de bactérias patogências, que causam doenças e disputam seu espaço com bactérias benéficas.
A ingestão de líquidos durante as refeições também afetam o funcionamento do intestino, por que interferem na digestão dos alimentos sólidos, diluindo o ácido clorídrico do estômago, necessário à digestão, modificando o pH do sistema digestivo.
O uso constante de remédios como antiinflamatórios, antibióticos e anticoncepcionais, também favorecem o desequilibrio da flora intestinal.
Não combinando os alimentos haverá fermentação, má digestão, toxinas no sangue, indisposição, sonolência, cefaléia, fadiga.
Uma alimentação inadequada ou pobre em nutrientes, entre eles as fibras, o estresse físico ou emocional, o sedentarismo são fatores que dificultam o processo natural de digestão, absorção e eliminação dos alimentos, causando constipações, cólicas, gases. Todo o acúmulo de toxinas no intestino grosso alcançam, por meio da circulação sanguínea, os órgãos de nosso corpo, contribuindo para o surgimento de problemas e intoxicações.
Existe uma correlação direta entre a saúde do intestino e o desenvolvimento de diversos tipos de cânceres, como também relação entre intestino em desequilíbrio e baixa atividade imunológica, fadiga, enxaqueca, celulite, alergias, problemas dermatológicos, obesidade.
Efeitos protetor das fibras, grãos integrais no câncer colorretal
Os resultados de uma meta-análise publicado no British Journal Medical, 21 estudos prospectivos, incluindo quase 2 milhões de participantes, apoiam a reivindicação relevante: o aumento da ingestão de fibras alimentares pode ajudam na prevenção de câncer colorretal.
Observarou-se uma associação entre o aumento modesto na ingestão de fibras e uma redução no risco de câncer colorretal. Para cada 10 gramas no aumento de fibras totais/dia, houve uma redução de 10% no risco de câncer colorretal, em comparação com um consumo inferior. Especialmente as fibras provindas de grãos integrais, para aqueles que consomem três porções por dia tiveram um risco reduzido em 17%. Embora nenhuma associação entre a fibra de frutas ou legumes foi observado,outras pesquisas também revelam o efeito protetor no consumo de frutas e verduras contra o risco de câncer colorretal.
Os mecanismos sugeridos para efeito protetor da fibra incluem o aumento do volume fecal e diluição de substâncias cancerígenas no lúmen do cólon, a redução do tempo de trânsito intestinal, e a fermentação das fibras pelas bactérias em ácidos graxos de cadeia curta.
Fonte para o Efeitos protetor das fibras, grãos integrais no câncer colorretal: Medical News, Fibre, Whole Grains, Linked To Lower Colorectal Cancer Risk.
Por Greice Caroline Baggio.
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