A esteatose hepatica é um acúmulo anormal de lipídios no citoplasma de hepatócitos, levando a um fígado "gordo". |
O acúmulo de gordura no interior dos hepatócitos é um mecanismo natural, utilizado para estocar energia. O fígado mantém dois grandes estoques de energia, a gordura e o glicogênio, que é uma glicose alterada para ser estocada. A esteatose hepatica é um acúmulo anormal de lipídios no citoplasma de hepatócitos, levando a um fígado "gordo".
São distintas as causas de esteatose do fígado, as de causas dietéticas são relacionadas com doenças nutricionais, como dietas hipercalóricas, desnutrição, doenças consumptives, doenças policarenciais, diabetes, obesidade e as de causas tóxicas e tóxico-infecciosas, causadas por tóxicos, como a etionina, fósforo, álcool e drogas ou agentes produtores diretos ou indiretos de toxinas, e outras situações, mais raras, em que há depósito de gordura no fígado, como a Síndrome de Reye e a esteatose aguda da gravidez.
Uma agressão ao órgão e organismo, assim como a falta ou o excesso de alguns nutrientes, em casos de causas nutricionais, pode causar uma interferência no metabolismo lipídico, podendo levar ao acúmulo de gordura, principalmente triglicérides no interior dos hepatócitos, dependendo da quantidade que se depositam, se formam ou são eliminados da célula, com modificações no volume e coloração do fígado afetado.
As conseqüências da esteatose hepática variam dependendo da intensidade e da associação com outros fatores, na maioria dos casos a lesão é reversível, acabando a causa, a célula volta ao normal. Embora considerada inicialmente uma patologia relativamente benigna e assintomática em alguns casos, a doença pode progredir, quando grave, para cirrose e alterar a função do órgão em adultos.
A esteatose aguda na gravidez é evento raro, mas potencialmente fatal, e sua adequada condução inclui o rápido diagnóstico, interrupção da gravidez em casos graves. A esteatose pode ser denominada em indivíduos não alcoolistas de esteatose hepática não alcoólica e esteatose alcoólica em casos de uso excessivo de álcool.
Mantenha seu peso dentro do ideal, habitui-se a comer gorduras saudáveis, uma vez que o excesso de alimentos processados, como embutidos, gorduras saturadas e carboidratos simples como o açúcar refinado, sobrecarregam ainda mais o fígado, prejudicando a função hepática.
ELIMINE O ÁLCOOL; O álcool produz esteatose por vários mecanismos, por exemplo, com a ingestão excessiva de álcool no metabolismo hepático há formação de acetoaldeídos que são tóxicos, diminuindo a função das mitocôndrias de oxidação dos ácidos graxos e de produção de proteínas, ocorrendo um decréscimo na síntese protéica.
Devido ao aumento de glicerol plasmático, no alcoolismo, ocorre a esterificação de ácidos graxos para triglicérides por aumento dos alfa glicerofosfatos, causando acúmulo de maior quantidade de triglicérides na célula. O álcool também promove elevação dos triglicérides plasmáticos, determinando maiores chegada de gordura ao fígado e impede a união adequada dos lipídeos às proteínas para a formação de complexos lipoprotéicos, levando ao acúmulo intracelular dos triglicérides.
Mais sobre em:
MONTENEGRO, Mario R.. Patologia: processos gerais. 4. ed. São Paulo: Atheneu, 2003.
COTRAN, Ramzi S.; KUMAR, Vinay; COLLINS, Tucker; ROBBINS, Stanley L.. Patologia Estrutural e Funcional. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.
Por Greice Caroline Baggio.
0 comentários:
Postar um comentário