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CIENTISTAS DESVENDAM PROTEÍNAS CRÍTICAS PARA A FORMAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013
Imagem mostra nervos (marcado em verde) que controlam os movimentos do corpo
Imagem mostra nervos (marcado em verde)
que controlam os movimentos do corpo.
Pesquisadores do Salk Institute, nos Estados Unidos, descobriram que o desenvolvimento das conexões complexas do sistema nervoso depende apenas de algumas proteínas críticas. As descobertas, publicadas na revista Cell, podem ajudar a desenvolver novas terapias para doenças neurológicas, como esclerose lateral amiotrófica (ELA), e fornecer informações sobre certos tipos de câncer.
 
 
Os pesquisadores descobriram que apenas poucas proteínas, chamadas Ret, presentes na borda do axônio do neurônio motor e dentro do ' líquido' extracelular em que ele viaja, orientam o nervo que surge da medula espinhal. Essas moléculas podem atrair ou repelir o axônio, dependendo do caminho que ele deve tomar para finalmente se conectar com seu músculo-alvo.

"O neurônio que está surgindo tem que detectar o meio ambiente no qual está crescendo e decidir onde ele está, e se crescer em linha reta, mover para a esquerda ou direita, ou parar. Ele faz isso misturando e combinando apenas alguns produtos de proteínas para criar complexos que dizem ao neurônio em crescimento que caminho ele deve percorrer, da mesma forma que um carro usa os sinais de GPS recebidos para guiá-lo através de uma estrada", explica o pesquisador sênior do estudo, Sam Pfaff.

O cérebro contém milhões de vezes o número de ligações de neurônios do que o número de genes encontrados no DNA de células do cérebro. Este é um dos primeiros estudos a tentar entender como um neurônio crescente integra muitas partes diferentes de informações, a fim de navegar para o alvo final e criar uma conexão funcional.

Os pesquisadores focaram nos neurônios motores que controlam os movimentos musculares, mas afirmam que o mesmo tipo de coisa acontece ao longo do desenvolvimento embrionário de todo o sistema nervoso, durante o qual milhões de axônios tomam trilhões de decisões sobre como se movem para os alvos. "É a especificidade requintada com que eles crescem que fundamenta a arquitetura básica e bom funcionamento do sistema nervoso", revela Pfaff.

Segundo o autor do trabalho, Dario Bonanomi, estes achados poderiam, eventualmente, fornecer uma nova luz sobre uma série de distúrbios clínicos relacionados ao funcionamento defeituoso de células nervosas, como esclerose lateral amiotrófica, que também é conhecida como doença de Lou Gehrig. "É também um ponto de partida para tentar entender a base para defeitos que possam surgir durante o desenvolvimento fetal do sistema nervoso. Uma melhor compreensão desses sinais pode ajudar a ser capaz de regenerar e religar os circuitos seguintes doenças ou lesões do sistema nervoso", afirma.

Os pesquisadores dizem que o estudo também oferece novas compreensões sobre o desenvolvimento do câncer, porque a proteína Ret, que eles descobriram ser crucial para "empurrar e puxar" o sistema de sinalização, também está ligada ao câncer. As mutações que ativam Ret estão ligadas a um número de diferentes tipos de tumores.

O estudo sugere que a maneira como as células detectam sinais em seu ambiente é provavelmente uma estratégia universal, e os cientistas sabem que os genes e proteínas conhecidos por funcionar principalmente durante o desenvolvimento embrionário tem sido associados ao câncer.

"Controlar o crescimento neuronal requer moléculas sinalizadoras muito potentes, e faz sentido que isso possa estar ligado a doenças. Esperamos que os nossos achados ajudem ainda mais a desvendar essas conexões", afirma Pfaff.
 
Fonte: I Saúde, Cientistas desvendam proteínas críticas para a formação do sistema nervoso. Descoberta pode levar a novas terapias para doenças neurológicas, como a esclerose e fornecer informações sobre o câncer. Acesso em 11/02/2013.

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