A pesquisa, publicada na revista PLoS One, sugere que algumas pessoas são geneticamente predispostas a achar o cheiro de carne repugnante.
Cientistas da Duke University, trabalhando com colegas na Noruega, descobriram que cerca de 70% das pessoas têm duas cópias funcionais de um gene ligado a um receptor de odor que detecta um composto em mamíferos do sexo masculino chamado androstenona, comum na carne de porco.
Segundo os pesquisadores, pessoas com uma ou nenhuma cópia funcional desse gene podem tolerar o cheiro da androstenona muito melhor do que aquelas com duas cópias.
Estudos anteriores do professor Hiroaki Matsunami, já tinham revelado a genética do receptor de odor para androstenona (OR7D4). No entanto, o pesquisador só lançou um experimento para saber melhor como os seres humanos percebem o cheiro de carne a nível genético após o contato com cientistas da Noruega.
O nível de androstenona em suínos não castrados varia até 6,4 ppm. Na Noruega, o nível de androstenona em animais imunocastrados (utilizando hormônios) é de 0,1 a 0,2 ppm, e em porcos castrados cirurgicamente a taxa se aproxima de zero.
A equipe norueguesa propôs a pesquisa, pois estava preocupada com o que poderia acontecer na Europa se a castração de suínos fosse proibida. Atualmente, a carne de porco de fêmeas e machos castrados é vendida na Europa. A equipe queria saber a reação dos consumidores à carne de animais não castrados.
Para o trabalho, um total de 23 indivíduos foi recrutado: 13 consumidores e 10 profissionais sensoriais.
Quando todos os indivíduos foram divididos em grupos sensíveis e insensíveis de acordo com um teste de cheiro previamente concebido, todos aqueles sensíveis a androstenona tinham o genótipo de RT / RT, com duas cópias do gene RT funcional.
"Os resultados mostraram que as pessoas com duas cópias da variante funcional do gene para o receptor de odor acharam que a carne cheirava pior conforme níveis mais elevados de androstenona eram adicionados", observa Matsunami.
Segundo a equipe, a pesquisa pode ajudar a descobrir outros compostos que são seguros para serem ingeridos, mas que podem bloquear os receptores de androstenone e, assim, reduzir o cheiro da carne.
Fonte: I Saúde, Aversão de vegetarianos à carne pode ter explicação genética. Pesquisa sugere que pessoas com duas cópias de um gene que detecta odor consideram o cheiro do alimento repugnante. Acesso em 14/05/2012.
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