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EFEITOS BIOLÓGICOS DOS PROBIÓTICOS.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Uma das mais promissoras áreas de pesquisa na nutrição humana nas duas­ últimas décadas tem ocorrido com o uso de probióticos e o reconhecimento de seu papel na saúde e na doença. Por meio de centenas de estudos desenvolvidos principalmente na Ásia, na Europa e nos Estados Unidos, tem ficado cada vez mais claro que os efeitos imunomoduladores dependem da espécie do probiótico e da resistência desses microrganismos para ultrapassar as barreiras naturais do organismo, localizadas no estômago e na bile, para que possam chegar vivos e em grande número aos intestinos. No Instituto Central de Pesquisas em Microbiologia da Yakult, localizado em Tóquio, no Japão, inúmeras pesquisas já conseguiram demonstrar que os probióticos Lactobacillus casei Shirota, exclusivos da empresa e desenvolvidos pelo médico e pesquisador Minoru Shirota entre 1930 e 1935, têm a propriedade de estimular o desenvolvimento de microrganismos benéficos e melhorar o equilíbrio da microbiota intestinal.
Estudos clínicos com a cepa L. casei Shirota comprovaram que esses microrganismos probióticos têm a capacidade de diminuir os riscos de recorrência do­ câncer superficial de bexiga e de reapa­recimento de pólipos colorretais, de regularizar a constipação crônica, aumentar a atividade das células NK e modificar as respostas imunes induzidas por alérgenos na rinite alérgica. Entretanto, os mecanismos de ação dos Lactobacillus casei Shirota sobre as funções imunes ainda não estão totalmente esclarecidos, particularmente no que diz respeito à imunidade adquirida. Pesquisas têm sido publicadas nas mais conceituadas revistas científicas internacionais esclarecendo as propriedades imunomoduladoras dos L. casei Shirota.

Uma dessas pesquisas foi desenvolvida por Masanobu Nanno, Kan Shida e colaboradores, do Instituto Central de Pesquisas em Microbiologia da Yakult.­ Os cientistas desenvolveram um estudo para verificar as propriedades dos Lactobacillus casei Shirota sobre as respostas imunes inatas, examinando­ os efeitos desses microrganismos sobre­ as atividades das células NK em humanos. Publica­­do no International­ Journal of Immunopathology and Pharma­cology 2011 Jan-Mar; volume 24 – Suplemen­to 1: páginas 45S-50S), o estudo envolveu a ingestão diária do leite fermentado contendo L. casei Shirota para restabelecer a atividade das células NK em voluntários sadios com baixa atividade das células NK, assim como em pacientes com mielopatia associada ao vírus linfotrópico T (HTLV)-1. Quando as células mononucleares da circulação periférica (PBMNC) de indivíduos sadios são cultivadas em presença de

Lactobacillus casei Shirota inativados termicamente, os pesquisadores observaram um aumento da atividade das células NK, mediada em parte pelas interleucinas 12 (IL-12) derivadas dos monócitos. Estas observações levam à conclusão de que os Lactobacillus casei Shirota contribuem no reforço do sistema de defesa contra o câncer através da modulação das funções imunes inatas.

Para avaliar os efeitos dos probióti­cos­ na prevenção de carcinogênese, os mesmos cientistas administraram L. casei Shirota em pacientes submetidos à cirurgia para ressecção do câncer superficial de bexiga. O câncer superficial de bexiga, mesmo após tratamento, é uma das neoplasias malignas com maior índice de recorrência e, por isso, o desafio dos cientistas é buscar respostas para evitar a recidiva do câncer. As análises foram feitas com base em amostras de sangue coletadas antes da ingestão, uma e três semanas após o início da ingestão, após três semanas e depois de dois meses do término da ingestão dos produtos.

O estudo seguiu as diretrizes da Declaração de Helsinki e foi realizado após a aprovação do Comitê de Ética da Faculdade de Medicina da Universidade de Juntendo, em Tóquio. No experimento com voluntários de meia- idade, as atividades das células do sistema imunológico­ aumentaram significativamente na primeira e na terceira semanas após o início da ingestão do leite fermentado com L. casei Shirota, permanecendo altas mes­mo após as três semanas seguintes. No grupo controle, o nível de atividade das células do sistema imune não sofreu aumento significativo durante todo o período de duração do experimento.

Os resultados demonstram que o consumo regular de bactérias produto­ras de ácido lático contendo L. casei Shirota influencia de forma positiva na atividade das células do sistema imune, com aumento em indivíduos de meia- idade e inibição do decréscimo da ativi­dade em idosos. Ao evitar o processo de declínio progressivo que ocorre no sistema imunológico dos idosos, contribui- se também para diminuir a incidência de infecções, tumores e desordens autoimunes. É importante ressaltar que, apesar do aumento da atividade das células do sistema imune, a quantidade não sofreu mudanças significativas. A partir do experimento com L. casei Shirota, os cientistas observaram que a administração dos probióticos diminuiu significativamente os índices de recorrência do câncer superficial de bexiga. O mesmo ocorreu com pacientes com câncer colorretal. Quando os L. casei Shirota foram administrados a pacientes submetidos à cirurgia para remoção de pólipos no cólon, os índices de aparecimento de novos pólipos diminuíram significativamente.


Cepa também tem a capacidade de proteger fumantes
É sabido que certos hábitos de vida, incluindo o fumo e o estresse mental, exercem um efeito negativo sobre a atividade das células NK, mas nutrição adequada, exercícios físicos e atitudes positivas contribuem para a sua melhora. Em estudo desenvolvido no Departamento de Imunologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Juntendo, pelos pesquisadores Kazuyo­shi­ Takeda e Ko Okumura, publicado no Journal of Nutrition (2007 – volume 137: páginas 791S -793S), foi relatado que as células NK desempenham um papel importante na resistência imunológica contra o desenvolvimento de tumores e infecções por vírus e que a microbiota intestinal pode modular a atividade dessas células do sistema imune.

Em outro experimento, publicado no Preventive Medicine (2005; 40: 589- 594), os pesquisadores Kanehisa Morimoto, Tatsuya Take­shita e Kunio Nakayama, do Departamento de Medicina Ambiental da Faculdade de Medicina da Universidade de Osaka; juntamente com Masanobu Nanno,­ do Instituto Central de Pesquisas em Mi­cro­biologia da Yakult, e Shinkan Tokudome, do De­­­partamento de Promoção­ da Saúde e Medicina Preventiva da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Nagoya, também no Japão, avaliaram se a ingestão do leite fermentado contendo Lactobacillus casei Shirota em­ indivíduos fumantes poderia exercer algum efeito benéfico. Os cientistas conduziram um teste duplo-cego placebo controlado com 99 voluntários com hábitos de fumo.

Os pesquisadores selecionaram voluntários do sexo masculino entre 20 e 60 anos de idade e escolheram 38 homens no experimento 1 (19 placebos e 19 leites fermentados com Lactobacillus­ casei Shirota) e 61 no experimento 2 (30 placebos e 31 leites fermentados com L. casei Shirota). Nenhum dos voluntários apresentou sinais ou sintomas de doenças infecciosas e foram divididos em dois grupos de forma randomizada. Um grupo ingeriu diariamente o leite fermentado contendo 4x1010 de lactobacilos vivos/frasco de 80 ml durante três semanas, e o outro ingeriu o placebo com a mesma composição do leite fermentado sem os lactobacilos.

A atividade NK das células mono­nu­­cleares da circulação periférica (PBMNC) foi determinada um dia antes do início e um dia após o término da ingestão do leite fermentado. Os pesquisadores elaboraram um questionário para saber a quantidade de cigarros consumidos antes e durante os testes, para ajustar a influência do fumo sobre a atividade das células NK, além das condições físicas dos participantes. As células NK se diferenciam de suas precursoras na medula óssea e são ativadas por várias citoquinas.

Os dados obtidos mostraram que a ingestão do leite fermentado com L. casei Shirota manteve a atividade dessas células durante a fase da ingestão, o que não aconteceu com o placebo, resultando em diferenças significativas entre os grupos. Neste experimento, os pesquisadores confirmaram que o consumo do cigarro está inversamente associado à atividade das células NK, observando que a média da quantidade de cigarros consumidos todos­ os dias, e também da quantidade de cigarros consumidos antes da coleta das amostras de sangue, estava relacionada com a redução da atividade dessas células do sistema imune. A análise por meio da citometria de fluxo não apresentou diferenças entre as quantidades de células NK do grupo que ingeriu o leite fermentado com L.casei Shirota e do grupo que ingeriu o placebo, demonstrando que o probiótico da Yakult tem a propriedade de estimular as células NK, mas não induz a um aumento na sua quantidade.
Confirmação em estudo na Itália

Os pesquisadores Marcella Reale, Veronica Bellante, Chiara Tarantelli e Rafaella Muraro, do Departamento de Oncologia e Medicina Experimental; Paolo Boscolo e Laura Forcella, do Departamento de Ciências Biomédicas, todos da Universidade G. d’Annunzio, em Chieti, na Itália; juntamente com Qing Li, do Departamento de Higiene e Saúde Pública da Faculdade de Medicina Nippon, em Tóquio, e Kanehisa Morimoto, do Departamento de Medicina Social e Ambiental da Faculdade de Medicina da Universidade de Osaka, no Japão, conduziram um estudo duplo-cego, placebo controlado e randomizado em 72 voluntários italianos sadios fumantes divididos em dois grupos.

O estudo foi publicado no British Journal of Nutrition (2011; publicação on line DOI: 10.1017/S0007114511005630 em 6 de dezembro de 2011). Um grupo ingeriu o preparado contendo Lactobacillus casei Shirota e o outro ingeriu um placebo durante três semanas. Amostras de sangue foram coletadas antes e após o período de ingestão das amostras, e células mononucleares da circulação periférica (PBMNC) foram isoladas para medir as atividades das células NK e das quantidades das células CD16+. Os pesquisadores observaram que houve um aumento da atividade das células NK (P < 0,001), em paralelo ao aumento das células CD16+ (P < 0,001). Antes da ingestão, a correlação da atividade­ citotóxica NK foi inversamente proporcional à quantidade de cigarros consumidos (R – 0,064). A ingestão de Lactobacillus casei Shirota impediu a esperada queda na atividade das células NK nos fumantes.

A análise da distribuição das mudanças das atividades das células NK demonstraram que as variações positivas foram significativamente associadas com a ingestão de L. casei Shirota, enquanto que as variações negativas foram associadas­ com a ingestão do placebo (valor médio das distribuições das diferenças foi de 20,98 unidades líticas (LU)/107 células para o grupo com Lactobacillus casei Shirota contra -4,38 LU/107 células para o grupo placebo, com P = 0,039). Os pesquisadores concluíram que a ingestão diária de Lactobacillus casei Shirota durante três semanas em fumantes italianos resultou no maior aumento das atividades das células NK citotóxicas e na quantidade das células CD16+ em comparação com os valores do grupo que ingeriu o placebo.

Fonte: Yakult - Super Saúdável, Efeitos biológicos do Lactobacillus casei Shirota. Acesso em 23/05/2012.

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