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COMO O EXCESSO DE FRUTOSE PODE PREJUDICAR A SAÚDE.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013
Abusar do consumo de produtos ricos em frutose, como o xarope de milho enriquecido, pode causar danos ao coraçãoXarope de milho enriquecido é um dos produtos ricos em frutose. A frutose, açúcar frequentemente utilizado como adoçante em alimentos industrializados, parece estimular regiões do cérebro ligadas à fome, em vez de aumentar a saciedade, como ocorre com a ingestão de glicose. Essa é a conclusão de um estudo que buscou entender de que maneira o consumo de açúcar está associado ao ganho de peso. A pesquisa, feita na Universidade Yale, nos Estados Unidos, foi publicada nesta quarta-feira no periódico The Journal of The American Association (JAMA).

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FRUTOSE
Açúcar obtido de frutas, mel, de alguns cereais e vegetais e do xarope de milho. A frutose é metabolizada diretamente no fígado, não precisando de insulina para sua quebra primária. Por ter um gosto mais doce, vem sendo usada como adoçante em alimentos industrializados. Seu consumo excessivo pode sobrecarregar o fígado, levando ao acúmulo de gordura no órgão e à hepatite não-alcoólica.

No estudo, 20 adultos saudáveis com idade média de 31 anos passaram por dois exames de ressonância magnética — um após ingerirem, em jejum, uma bebida adocicada com glicose e outro, após tomarem uma bebida contendo frutose. De acordo com os resultados, a ingestão de glicose reduz a atividade do hipotálamo, área do cérebro ligada ao controle do apetite, mandando a mensagem de que aquele consumo de calorias foi o suficiente e provocando saciedade. Essa diminuição não ocorreu, porém, quando os participantes ingeriram a frutose e, em alguns casos, a atividade do hipotálamo aumentou. 
 
A frutose, portanto, não provoca saciedade e pode até aumentar a fome, segundo as conclusões da pesquisa. Sabe-se que esse açúcar, que tem um sabor mais doce do que a glicose, como é metabolizado diretamente no fígado, sem passar pela quebra primária feita pela insulina, pode sobrecarregar o órgão e causar doenças. “O consumo desse açúcar também pode provocar resistência à insulina e aumentar o risco de diabetes”, escrevem os autores. Para eles, se os resultados desse estudo forem confirmados, eles reforçarão a ideia de que boa parte da epidemia de obesidade que o mundo vive hoje se deve ao consumo elevado de alimentos com esse açúcar.
 
Como o açúcar pode te deixar doente
Memória
Consumir altas quantias de frutose diariamente pode prejudicar o aprendizado e a memória. É o que indica uma pesquisa publicada recentemente no periódico Journal of Physiology. No estudo, conduzido por uma equipe da Universidade da Califórnia, ratos que ingeriram xarope de milho rico em frutose (encontrada em produtos industrializados, como refrigerantes, condimentos e comidas de bebê) tiveram prejuízo na memória e queda no número de sinapses cerebrais. Essa queda nas sinapses acabou por deixar o cérebro mais lento. A boa notícia é que a ingestão de alimentos com ácidos graxos ômega-3 protege contra os danos causados pelo açúcar.
 
Miopia
Quando ingerimos muito açúcar, os níveis de glicose no sangue disparam. Para conter esse aumento desmedido, o corpo lança insulina no sangue. Assim, uma hiperglicemia acaba gerando uma hiperinsulimia. Segundo Michel Raymond, pesquisador do Instituto de Ciências Evolutivas da Universidade de Montpellier, na França, e autor do livro Troglodita é você! (Ed. Paz e Terra, 256 páginas), repetidas hiperinsulimias têm respostas fisiológicas prejudiciais ao organismo. E uma delas afeta diretamente a maneira como você enxerga. Dados médicos relacionam essas elevações drásticas e constantes da insulina à desregulação do crescimento dos eixos óticos oculares (local do olho por onde entra a luz que chega à retina), uma das causa da miopia. O açúcar também, em quantidade elevada no sangue, deixa os líquidos dos olhos mais densos, o que desidrata o cristalino e também pode levar à miopia.
 
Síndrome Metabólica
A síndrome se caracteriza por níveis de triglicerídeos elevados (um tipo de gordura que em alta concentração é prejudicial), baixo nível de colesterol HDL (considerado o colesterol "bom"), hipertensão arterial, resistência aos efeitos da insulina e, glicemia. Todas essas condições são problemas que contribuem para doenças cardiovasculares. De acordo com artigo de agosto de 2011, publicado no periódico médico Archives of Medical Science por uma equipe internacional de pesquisadores, a síndrome metabólica pode ser o resultado da ingestão de uma alimentação com alto índice glicêmico, particularmente de frutose. Segundo o artigo, estudos anteriores em animais já haviam demonstrado que a exposição do fígado a quantias elevadas de frutose leva a um acúmulo de triglicérideos.

Artigo publicado no periódico The Journal of the American Medical Association (JAMA), em 2009, aponta ainda que o consumo excessivo de açúcar está relacionado com a presença de altos índices de triglicérideos e baixos níveis de HDL. No estudo, os voluntários que ingeriram as maiores quantidades de açúcar apresentaram os níveis mais elevados de colesterol. Segundo a Associação Americana do Coração, o consumo excessivo de açúcar é um fator de risco, sendo apontado, inclusive, como uma das possíveis causas para a epidemia de obesidade.
 
Hipertensão
Ingerir bebidas açucaradas em excesso pode elevar os riscos de pressão alta. De acordo com uma pesquisa da Escola de Saúde Pública do Imperial College London, da Inglaterra, consumir mais de 355 mililitros de suco de fruta com açúcar ou de refrigerantes pode aumentar a pressão sanguínea em até 1,6 milímetro de mercúrio (mmHg, unidade padrão de medida da pressão arterial).
Publicada no periódico americano Hypertension em março deste ano, a pesquisa não conseguiu descobrir qual o mecanismo exato de ação do açúcar na pressão. Uma das hipóteses levantada pelos cientistas, no entanto, é de que, quando presente em grandes quantidades no sangue, o açúcar desequilibra o tônus do vaso sanguíneo, além de desregular os níveis de sal – aumentando, assim, a pressão.
 
Gota
Bebidas ricas em frutose, como refrigerantes e suco de laranja, podem aumentar os riscos de gota em mulheres na menopausa, em função do aumento nos níveis de ácido úrico. A gota é uma condição causada pelos depósitos de cristais de urato de sódio, que se acumulam nas articulações. Isso acontece quando há níves altos de ácido úrico no sangue. Segundo pesquisa da Universidade de Boston publicada no periódico The Journal of the American Medical Association (JAMA), em 2010, o consumo de uma dose de refrigerante por dia aumentou em 74% as chances da doença em mulheres já predipostas ao problema.
 
Derrame
Pesquisadores do Instituto de Bem-Estar da Clínica Cleveland e da Universidade de Harvard descobriram que o consumo elevado de refrigerantes açucarados está associado com riscos mais elevados de derrame. O açúcar presente nas bebidas pode levar ao aumento dos índices de glicose e insulina no sangue, o que, com o tempo, pode levar à intolerância à glicose, resistência à insulina e inflamações. Essas mudanças fisiológicas influenciam na arteriosclerose, na estabilidade das plaquetas no sangue e na trombose – três importantes fatores de risco para o derrame isquêmico (derrame causado pela interrupção do fornecimento de sangue ao cérebro). O estudo foi publicado no periódico American Journal of Clinical Nutrition.
 
Câncer
Segundo estudo feito pela Faculdade de Medicina Albert Einstein, da Universidade Yeshiva, nos Estados Unidos, índices elevados de açúcar no sangue estão associados ao aumento nos riscos de câncer colorretal em mulheres. Na pesquisa, publicada no British Journal of Cancer, aquelas mulheres que tinham os níveis mais elevados de açúcar no sangue apresentaram duas vezes mais chances de desenvolver o câncer.
 
Acne
Além do stress e dos hormônios, o açúcar também pode ser considerado um dos vilões para o aparecimento de acnes. Segundo pesquisas, ao elevar o índice glicêmico do corpo, a ingestão em excesso de açúcar afeta a produção da insulina e do fator de crescimento semelhante à insulina tipo 1 (IGF-1). O desequilíbrio acaba promovendo uma produção em demasia de androgênios, e, por consequência, o aparecimento da acne. Estudo publicado no periódico Nutrients, por pesquisadores da Universidade de Sidney, na Austrália, aponta que uma dieta com baixo índice glicêmico (pouco açúcar) ajuda a melhorar o aspecto da acne por mais tempo.
 
Fonte: Veja, Frutose pode estar ligada ao aumento do apetite, diz estudo. Pesquisa mostrou que, ao contrário da glicose, esse tipo de açúcar não reduz a atividade cerebral ligada ao controle da fome quando é ingerido. Acesso em 03/01/2012.

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