Pesquisadores da Universidade de Kingston, em Londres, encontraram evidências de que pessoas com a doença de Alzheimer apresentam níveis menores de vitamina D armazenada no organismo, se comparadas a pessoas saudáveis ou pacientes que utilizam medicação para o tratamento dos sintomas cognitivos da doença. O artigo foi publicado na edição de novembro do periódico Current Alzheimer Research.
CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Low 25OH vitamin D2 levels found in untreated Alzheimer's patients, compared to acetylcholinesterase-inhibitor treated and controls
Onde foi divulgada: periódico Current Alzheimer Research
Quem fez: Shah I, Petroczi A, Tabet N, Klugman A, Isaac M e Naughton DP
Instituição: Universidade de Kingston, em Londres
Dados de amostragem: 105 pessoas, sendo 70 pacientes com Alzheimer e 35 do grupo de controle
Resultado: Pacientes que não faziam tratamento com remédios apresentavam níveis baixos de vitamina D2 armazenada (25OHD2), apesar de apresentaram a vitamina em sua forma presente em alimentos.
Durante seis meses, os pesquisadores analisaram amostras de sangue de 105 pessoas, divididas em três grupos: pacientes de Alzheimer tratados com acetilcolinesterase (que ameniza os sintomas cognitivos causados pela doença), pacientes que não usavam remédios e um grupo de controle composto por pessoas que não apresentavam a doença.
Os pacientes que não utilizavam a medicação tinham baixos níveis de vitamina D2 armazenada no organismo, enquanto as pessoas dos demais grupos apresentam níveis normais. Para os autores do estudo, os inibidores de aceltilcolinesterase podem contribuir para a absorção de vitamina D2 pelo organismo, o que explicaria porque as pessoas que não ingerem o medicamento teriam os níveis mais baixos da vitamina armazenados.
Armazenamento - Existem dois tipos de vitamina D. A D2 é obtida por meio de alimentos, principalmente peixes e derivados do leite. Já a D3 é produzida pelo organismo em contato com a radiação solar. A vitamina D2, após ser processada pelo organismo, é armazenada. Após esse processo, ela é denominada 25OHD2.
No caso desse estudo, os pacientes que não estavam se tratando tinha níveis baixos de 25OHD2, apesar de terem níveis mais altos de vitamina D2 em sua “forma bruta”, ou seja, a forma encontrada nos alimentos, do que os demais participantes da pesquisa. Para observar esses resultados, os pesquisadores desenvolveram um exame de sangue capaz de mostrar as quantidades das diversas variações de vitamina D no organismo.
Perspectivas - De acordo com Declan Naughton, coordenador do estudo, o próximo passo da pesquisa é descobrir a razão para esse baixo nível de vitamina D2 em sua forma armazenada. "Por se tratar de um estudo observacional, nós mostramos que pacientes de Alzheimer apresentam níveis muito baixos de vitamina D2 armazenada, mas ainda não sabemos se o Alzheimer influencia a vitamina ou o contrário", afima Naughton. Para ele, são necessários mais estudos nessa área, mas as descobertas atuais podem abrir um caminho para intervenções médicas que corrijam os níveis de vitamina D nos pacientes.
Ivan Okamoto, neurologista do Hospital Albert Einstein, explica que ainda não existem muitos estudos sobre a relação entre a vitamina D e o Alzheimer , mas ela tem sido muito utilizada por geriatras, que recomendam suplementações para pacientes que apresentam baixos níveis da substância. Para ele, apesar de ainda ser cedo para saber aonde a relação entre a vitamina D e o Alzheimer vai levar, pequenas descobertas podem causar uma grande repercussão no futuro. "Antigamente não se falava sobre algumas proteínas que existem no cérebro e que hoje são as principais causadoras de alterações identificáveis na doença", afirma.
A vitamina D está relacionada com a formação de ossos e dentes, além da proteção contra doenças cardiovasculares e neurológicas. "A maioria das pessoas associa a vitamina D com a exposição ao sol. A ideia de que a falta da forma armazenada [da vitamina] originada de alimentos como óleos de peixe pode estar relacionada ao desenvolvimento e progressão do Alzheimer certamente deve ser mais pesquisada", afirma Naughton.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, aproximadamente 1,2 milhão de pessoas vivem com Alzheimer no Brasil.
Resultado: Pacientes que não faziam tratamento com remédios apresentavam níveis baixos de vitamina D2 armazenada (25OHD2), apesar de apresentaram a vitamina em sua forma presente em alimentos.
Durante seis meses, os pesquisadores analisaram amostras de sangue de 105 pessoas, divididas em três grupos: pacientes de Alzheimer tratados com acetilcolinesterase (que ameniza os sintomas cognitivos causados pela doença), pacientes que não usavam remédios e um grupo de controle composto por pessoas que não apresentavam a doença.
Os pacientes que não utilizavam a medicação tinham baixos níveis de vitamina D2 armazenada no organismo, enquanto as pessoas dos demais grupos apresentam níveis normais. Para os autores do estudo, os inibidores de aceltilcolinesterase podem contribuir para a absorção de vitamina D2 pelo organismo, o que explicaria porque as pessoas que não ingerem o medicamento teriam os níveis mais baixos da vitamina armazenados.
Armazenamento - Existem dois tipos de vitamina D. A D2 é obtida por meio de alimentos, principalmente peixes e derivados do leite. Já a D3 é produzida pelo organismo em contato com a radiação solar. A vitamina D2, após ser processada pelo organismo, é armazenada. Após esse processo, ela é denominada 25OHD2.
No caso desse estudo, os pacientes que não estavam se tratando tinha níveis baixos de 25OHD2, apesar de terem níveis mais altos de vitamina D2 em sua “forma bruta”, ou seja, a forma encontrada nos alimentos, do que os demais participantes da pesquisa. Para observar esses resultados, os pesquisadores desenvolveram um exame de sangue capaz de mostrar as quantidades das diversas variações de vitamina D no organismo.
Perspectivas - De acordo com Declan Naughton, coordenador do estudo, o próximo passo da pesquisa é descobrir a razão para esse baixo nível de vitamina D2 em sua forma armazenada. "Por se tratar de um estudo observacional, nós mostramos que pacientes de Alzheimer apresentam níveis muito baixos de vitamina D2 armazenada, mas ainda não sabemos se o Alzheimer influencia a vitamina ou o contrário", afima Naughton. Para ele, são necessários mais estudos nessa área, mas as descobertas atuais podem abrir um caminho para intervenções médicas que corrijam os níveis de vitamina D nos pacientes.
Ivan Okamoto, neurologista do Hospital Albert Einstein, explica que ainda não existem muitos estudos sobre a relação entre a vitamina D e o Alzheimer , mas ela tem sido muito utilizada por geriatras, que recomendam suplementações para pacientes que apresentam baixos níveis da substância. Para ele, apesar de ainda ser cedo para saber aonde a relação entre a vitamina D e o Alzheimer vai levar, pequenas descobertas podem causar uma grande repercussão no futuro. "Antigamente não se falava sobre algumas proteínas que existem no cérebro e que hoje são as principais causadoras de alterações identificáveis na doença", afirma.
A vitamina D está relacionada com a formação de ossos e dentes, além da proteção contra doenças cardiovasculares e neurológicas. "A maioria das pessoas associa a vitamina D com a exposição ao sol. A ideia de que a falta da forma armazenada [da vitamina] originada de alimentos como óleos de peixe pode estar relacionada ao desenvolvimento e progressão do Alzheimer certamente deve ser mais pesquisada", afirma Naughton.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, aproximadamente 1,2 milhão de pessoas vivem com Alzheimer no Brasil.
Fonte: Veja, Estudo mostra relação entre Alzheimer e vitamina D. Pacientes com a doença apresentam níveis mais baixos da vitamina no organismo, apesar de a consumirem na alimentação. Acesso em 20/11/2012.
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