Como vai seu intestino? Esta é uma pergunta que poucos fazem a si mesmos. Mas o órgão costuma respondê-la sozinho, mostrando se as coisas vão mal por meio de sintomas que realmente incomodam: “os mais comuns são: inchaço, sensação de peso, gases e prisão de ventre”, explica Sender Jankiel Mizsputen, gastroenterologista e Secretário-Geral da Federação Brasileira de Gastroenterologia (FGB-SP).
As mulheres sabem bem como isso funciona, pois são elas as que mais apresentam problemas neste órgão. Uma pesquisa realizada pela FGB em parceria com a Danone denominada Saúde Intestinal da Mulher (SIM) mostrou que um terço das brasileiras têm ao menos uma reclamação sobre o funcionamento desse órgão. A culpa não é só do corpo feminino, mas também da mente. “Além dos fatores hormonais, que aumentam a constipação, existe um tabu: a mulher é educada para nunca emitir informações ligadas ao funcionamento de seu intestino”, explica o especialista.
Estilo de vida
Mas o grande papel que este órgão tem na saúde inspira cuidados. Lá são absorvidos todos os nutrientes necessários para o corpo. E não é só isso: “ele contém cerca de 60% do total de imunoglobulinas, células de defesa do organismo”, ensina a nutricionista Daniella Pagani (SP). Estar de bem com o intestino melhora até o humor. Também pudera: lá é produzida 80% da serotonina, neuro-hormônio que ajuda a trazer a sensação de bem-estar. Essa característica e o fato de ter 100 milhões de neurônios conectados lhe rendem o apelido de segundo cérebro. É preciso mudar o estilo de vida para que o órgão funcione adequadamente, mas o principal é a alimentação. A pesquisa realizada pela FGB mostrou que 77% das entrevistadas perceberam isso e colocaram os maus hábitos à mesa no banco dos réus. “Um dos tripés para a saúde intestinal consiste na alimentação balanceada, o que significa consumir proteínas, carboidratos integrais e gorduras vegetais”, lista o gastroenterologista José Galvão Alves, presidente da FBG (RJ). Para que você aprenda a dar uma força para os bons hábitos, listamos a seguir alguns itens que trazem nutrientes também muito importantes para o seu intestino e que não podem faltar na sua dieta diária:
Mas o grande papel que este órgão tem na saúde inspira cuidados. Lá são absorvidos todos os nutrientes necessários para o corpo. E não é só isso: “ele contém cerca de 60% do total de imunoglobulinas, células de defesa do organismo”, ensina a nutricionista Daniella Pagani (SP). Estar de bem com o intestino melhora até o humor. Também pudera: lá é produzida 80% da serotonina, neuro-hormônio que ajuda a trazer a sensação de bem-estar. Essa característica e o fato de ter 100 milhões de neurônios conectados lhe rendem o apelido de segundo cérebro. É preciso mudar o estilo de vida para que o órgão funcione adequadamente, mas o principal é a alimentação. A pesquisa realizada pela FGB mostrou que 77% das entrevistadas perceberam isso e colocaram os maus hábitos à mesa no banco dos réus. “Um dos tripés para a saúde intestinal consiste na alimentação balanceada, o que significa consumir proteínas, carboidratos integrais e gorduras vegetais”, lista o gastroenterologista José Galvão Alves, presidente da FBG (RJ). Para que você aprenda a dar uma força para os bons hábitos, listamos a seguir alguns itens que trazem nutrientes também muito importantes para o seu intestino e que não podem faltar na sua dieta diária:
1 Ameixa: recheada de fibras Essa fruta, principalmente a versão seca, é lembrada quando o assunto é intestino regulado, por esbanjar fibras insolúveis. “Elas melhoram o trânsito, pois se aderem às gorduras e açúcares, formando um bolo fecal consistente”, explica a nutricionista funcional e clínica Daniela Jobst (SP). Também ativa a produção de ácidos graxos, que ajudam no sistema imunológico e que servem como substrato para as boas bactérias. A ameixa tem substâncias que quebram os sais biliares e estimulam os movimentos peristálticos, como frisa o médico Alex Botsaris (RJ). Mas lembrese: para turbinar as fibras, aposte também em vegetais e verduras.
PORÇÃO INDICADA: 4 a 5 unidades por dia.
TEMPO DE ESPERA PARA FAZER EFEITO: cerca de dois ou três dias.
PORÇÃO INDICADA: 4 a 5 unidades por dia.
TEMPO DE ESPERA PARA FAZER EFEITO: cerca de dois ou três dias.
2 Iogurte: morada dos probióticos Essa bebida traz bactérias que se agregam à microbiota intestinal, equilibrando os tipos benéficos. “Elas regularizam a função intestinal, diminuindo diarreias, gases e constipação; normalizam o pH e ajudam a produzir enzimas essenciais para degradar nutrientes complexos”, descreve Daniella. Os principais probióticos são os lactobacilos e as bifidobactérias. Basta procurar itens com seus nomes no rótulo. É útil consumi-los após a ingestão de antibióticos, que podem acabar com esse exército natural do nosso intestino. Encontrados também em leites fermentados e sobremesas lácteas.
PORÇÃO INDICADA: um pote por dia.
TEMPO DE ESPERA PARA FAZER EFEITO: em 15 dias, no máximo.
PORÇÃO INDICADA: um pote por dia.
TEMPO DE ESPERA PARA FAZER EFEITO: em 15 dias, no máximo.
3 Lentilha e seus prebióticos Essa leguminosa contém amido resistente, substância que não é digerida por nós, mas alimenta as bactérias boas do intestino. “Eles podem inibir a proliferação de micro-organismos patógenos (causadores de doenças) dando oportunidade aos benéficos se multiplicarem”, explica o médico nutrólogo Mohamad Barakat (SP). Também produz uma gordura de cadeia curta que é benéfica ao corpo, como ensina o médico nutrólogo Nelson Lucif Junior da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran-SP), mas gera gases. Ela tem outros benefícios: fibras e o poder de reduzir a absorção de gorduras e aumentar o bolo fecal. PORÇÃO INDICADA: 2 vezes por semana TEMPO DE ESPERA PARA FAZER EFEITO: cerca de 5 dias.
4 Quinoa: à prova de glúten Este é um dos cereais que não contém glúten em sua composição, ao contrário do trigo, cevada, aveia, centeio e malte. Quem é celíaco, ou seja, intolerante a ela, sente mal- estar, vômitos, prisão de ventre ou diarreia se a consome. Quanto aos que não têm a doença celíaca, podem não ter nada. Mas alguns especialistas acreditam que, em excesso, o glúten pode grudar nas paredes intestinais e reter toxinas nesse órgão. Na dúvida, vale alternar o consumo desses cereais com a quinoa, que é rica em fibras e tem um alto valor proteico mais do que o milho ou arroz, outros cereais sem glúten. PORÇÃO INDICADA: 1 vez ao dia. TEMPO DE ESPERA PARA FAZER EFEITO: depende de cada organismo.
5 Fermento natural: mais bactérias do bem Esses ingredientes são compostos por bactérias capazes de fermentar os alimentos. “Assim, facilita a absorção do alimento e poupa a mucosa intestinal de antígenos (substâncias nocivas)”, esclarece Daniela Jobst. O zinco e o ferro são alguns dos nutrientes que conseguem uma entrada mais rápida no corpo com esse processo. Não fosse só isso, esse mecanismo favorece a multiplicação das bactérias do bem no intestino. Mas vale consultar um nutricionista antes de abusar deles. E essas massas podem ter menos fibras, retendo um pouco o trânsito intestinal.
PORÇÃO INDICADA: consumir o quanto for possível.
TEMPO DE ESPERA PARA FAZER EFEITO: depende de cada organismo.
PORÇÃO INDICADA: consumir o quanto for possível.
TEMPO DE ESPERA PARA FAZER EFEITO: depende de cada organismo.
6 Água: trânsito que flui Ingeri-la com frequência beneficia o intestino. Primeiro por ajudar no trabalho das fibras. “O cólon é um dos órgãos que mais absorve líquidos e costuma extrair isso do bolo alimentar. Se ele tem pouco líquido, fica duro”, explica Lucif. Isso se desenrola em constipação e também dores, pois o bolo fecal demora mais para passar pelo sistema digestivo. Quanta água devemos ingerir? Alguns especialistas recomendam 2 litros ao dia, mas tudo depende de quanta água você perde ao dia, e varia de organismo para organismo. A dica do nutrólogo é beber o suficiente para a urina sair clara.
PORÇÃO INDICADA: cerca de 2 litros ao dia.
TEMPO DE ESPERA PARA FAZER EFEITO: já nos primeiros dias.
PORÇÃO INDICADA: cerca de 2 litros ao dia.
TEMPO DE ESPERA PARA FAZER EFEITO: já nos primeiros dias.
LISTA NEGRA DO INTESTINO
Assim como muitos alimentos são bem-vindos para a saúde intestinal, outros podem cair mal. Confira aqueles que não precisam ser sempre banidos, mas que valem ser reduzidos da dieta:Refinados: perdem muitas fibras, não ajudando no trânsito intestinal e deixam a sensação de peso durante a digestão.
Industrializados: substâncias como corantes, conservantes, entre outros químicos podem gerar alergias, além de piorar a microbiota intestinal.Bebidas gaseificadas: os gases se acumulam no intestino, atrapalhando a digestão e causando mal-estar.
Leite: algumas pessoas têm dificuldade na absorção do leite, o que pode prender ou até mesmo soltar demais o intestino.
ESTOQUES GARANTIDOS
Além dos alimentos listados, temos alguns outros que podem incrementar a sua dieta e, claro, a saúde intestinal!
SOJA: ela é rica em glutamina, que ajuda na reconstrução do tecido epitelial, que forma a parte de dentro do intestino delgado.
GEMA DE OVO: fonte de ácido pantotênico, importante para a formação do colágeno, que participa da construção dos músculos do intestino.
FRUTAS CÍTRICAS: recheadas de ácido ascórbico, que também tem a função de formar o colágeno.
NOZ: é fonte poderosa de zinco e manganês, aliados da reparação da mucosa intestinal.
ÁCIDOS GRAXOS: gorduras boas, eles lubrificam os caminhos do intestino, facilitando o trânsito intestinal (presente em peixes).
FEIJÃO: apesar de ser fermentado no intestino e produzir gases, ele é rico em fibras, compensando até o consumo do arroz do tipo integral.
Fonte: Revista Viva Saúde, Melhores amigos do intestino. Consumir alimentos que regulam o funcionamento deste órgão garante boa digestão, defesas reforçadas e até melhora o humor. Acesso em 28/11/2012.
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