O licopeno é um carotenóide sem a atividade pró-vitamina A, lipossolúvel, composto por onze ligações conjugadas e duas ligações duplas não conjugadas. O licopeno está presente no plasma e tecidos humanos com grande variação na sua distribuição. A presença de carotenóides nos tecidos humanos é relatada desde 1990; sabe-se que esses carotenóides e seus metabólitos estão presentes no soro ou acumulados em tecidos, como: fígado, pulmão, mama, coluna cervical e na pele. Entre os carotenóides, o licopeno é um dos mais abundantes no corpo humano, sendo sua alta concentração devida, principalmente, ao consumo de alimentos fontes.
O licopeno, como os demais carotenóides, se encontra em maiores quantidades na casca dos alimentos, aumentando consideravelmente durante o seu amadurecimento.
Os tomates estão entres as principais fontes de licopeno, embora a goiaba, melancia e mamão também sejam fontes significativas. Estudos sugerem que o licopeno em produtos de tomate cozidos, tais como molho de tomate, podem ser mais facilmente absorvidos pelo corpo do que o licopeno em tomate cru, por exemplo. A gordura dietética parece influenciar na absorção do licopeno2. Para que o carotenóide seja absorvido, é necessário que ele seja incorporado às micelas, e a formação delas é dependente da presença de gordura no intestino. Assim sendo, a ingestão de gordura juntamente com o carotenóide, é considerada crucial para que haja estímulo da produção de bile.
Comer alimentos ricos em licopeno em vegetais e frutos, juntamente com uma pequena quantidade de óleo ou gordura (por exemplo, azeite de oliva) aumenta a quantidade de licopeno absorvido pelos intestinos.
Mas tem que ser cozido, já que a ingestão de molho de tomate cozido em óleo resultou em um aumento de 2 a 3 vezes da concentração sérica de licopeno um dia após sua ingestão, mas nenhuma alteração ocorreu quando se administrou suco de tomate fresco.
Essa diferença de biodisponibilidade está relacionada com as formas isoméricas apresentadas pelo licopeno. O licopeno ingerido, na sua forma natural (trans-licopeno), é pouco absorvido, mas estudos demostram que o processamento térmico dos tomates e seus produtos melhora a sua biodisponibilidade. O processamento térmico rompe a parede celular e permite a extração do licopeno dos cromoplastos.
Os nutrientes presentes no tomate (lipídios, proteínas e fibras) podem contribuir para a estabilidade dos trans-isômeros de licopeno na fruta. Durante a digestão e absorção, o licopeno é separado dos demais nutrientes e incorporado a micelas. É possível que ocorra a isomerização do licopeno nesta separação, alterando a configuração do licopeno de trans para cis-isômero. Dados sugerem que os cis-isômeros de licopeno são mais bem absorvidos, pela sua melhor solubilidade em micelas e por não se agregarem.
Alguns tipos de fibras, encontradas nos alimentos, como a pectina, podem reduzir a biodisponibilidade do licopeno, diminuindo a sua absorção devido ao aumento da viscosidade.
Vários estudos correlacionam o consumo elevado de alimentos contendo licopeno ou altos níveis séricos de licopeno com redução da incidência de câncer, doenças cardiovasculares e degeneração macular. No entanto, as estimativas de consumo de licopeno tem sido baseada na ingestão de tomate relatado, e não sobre o uso de suplementos de licopeno.
Uma vez que os tomates são fontes de outros nutrientes, incluindo a vitamina C, ácido fólico, e de potássio.
Consideráveis evidências sugerem que o licopeno tem um potencial antioxidante significativa in vitro e pode desempenhar um papel na prevenção de cancro da próstata e doença cardiovascular em seres humanos.
Referências: MORITZ, Bettina and TRAMONTE, Vera Lúcia Cardoso. Biodisponibilidade do licopeno. Rev. Nutr. [online]. 2006, vol.19, n.2, pp. 265-273.
SHAMI, Najua Juma Ismail Esh and MOREIRA, Emília Addison Machado. Licopeno como agente antioxidante. Rev. Nutr. [online]. 2004, vol.17, n.2, pp. 227-236.
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