"os seres humanos estão no centro das preocupações para o desenvolvimento sustentável." |
Enquanto os meios de comunicação globais especulam sobre o número de pessoas
que habitam o planeta - o número preferido é o redondo 7 bilhões - uma equipe
internacional de especialistas em desenvolvimento argumenta que não é
simplesmente o número de pessoas o que importa.
Segundo eles, mais importante ainda é a distribuição dessa população por
idade, escolaridade, estado de saúde e localização.
É isto o que é mais relevante para a sustentabilidade local e global.
Qualquer tentativa realista para alcançar o desenvolvimento sustentável deve
se concentrar primariamente no bem-estar humano, e se fundar na compreensão das
diferenças inerentes às pessoas em termos de seu impacto diferenciado sobre o
meio ambiente e suas vulnerabilidades.
Essas vulnerabilidades são frequentemente associadas à idade, gênero,
ausência de educação e pobreza.
Desenvolvimento sustentável
Desenvolvimento sustentável
Estas são algumas das mensagens formuladas por 20 dos maiores especialistas
do mundo em população, desenvolvimento e meio ambiente, que se reuniram com o
objetivo de definir os elementos críticos das interações entre a população
humana e o desenvolvimento sustentável.
A Declaração de Laxenburgo sobre População e Desenvolvimento,
elaborada pelo painel de especialistas, descreve as seguintes cinco ações
necessárias para lidar com o desenvolvimento sustentável, atingir a economia
verde e se adaptar às mudanças ambientais:
1. Reconhecer que os números, características e comportamentos das pessoas
estão no centro dos desafios do desenvolvimento sustentável e de suas
soluções.
2. Identificar subpopulações que mais contribuem para a degradação ambiental
e aquelas que são mais vulneráveis às suas consequências. Especialmente nos
países pobres, essas subpopulações são facilmente identificáveis de acordo com
idade, sexo, nível de escolaridade, local de residência e padrão de vida.
3. Elaborar políticas de desenvolvimento sustentável para o tratamento destas
subpopulações de forma diferenciada e adequada às suas características
demográficas e comportamentais.
4. Facilitar a tendência inevitável da urbanização crescente, de forma a
garantir que os riscos ambientais e vulnerabilidades estejam sob controle.
5. Investir no capital humano - educação e saúde das pessoas, incluindo a
saúde reprodutiva - para desacelerar o crescimento da população, acelerar a
transição para tecnologias verdes e melhorar a capacidade de adaptação das
pessoas às mudanças ambientais.
Educação é a saída
Educação é a saída
Segundo os especialistas, a "educação aumenta as oportunidades na vida das
pessoas em geral, contribui enormemente para a inovação tecnológica e social e
cria a flexibilidade mental necessária para uma rápida transição para uma
economia verde.
"Isso se aplica a países de baixa e de alta renda. Assim, o melhoramento do
capital humano, desde a infância até a velhice, através da educação formal e
informal, e da educação ao longo da vida, já é considerado uma prioridade
política decisiva."
Como afirma a Declaração Rio-92 sobre Ambiente e Desenvolvimento, "os
seres humanos estão no centro das preocupações para o desenvolvimento
sustentável."
Ou, em outras palavras, o meio ambiente tem o ser humano no meio. E só será
possível fazer com que o ser humano não destrua seu meio educando-o para não
fazer isso e para que a população como um todo apoie a mudança do atual sistema
exploratório de recursos.
Fonte: Diário da Saúde, 22/02/2012. Desenvolvimento sustentável só é viável se centrado no fator humano.
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