Google Analytics Alternative

CONSUMO DE ORGÂNICOS QUASE ZERA ABSORÇÃO DE PESTICIDAS, CONFORME PESQUISA.

segunda-feira, 23 de maio de 2016
Eles são polêmicos e dão o que falar no Brasil e no mundo. Geram questionamentos pela dificuldade de acesso e preço ainda elevado. Podem ser falsificados, e por aqui, onde o número de produtores praticamente dobrou nos últimos dois anos, ganharam selo de autenticidade do governo. Mas será que consumir alimentos orgânicos faz mesmo diferença para nossa saúde? Segundo uma pesquisa sueca liderada pela rede de mercados orgânicos do país e pelo instituto ambiental de pesquisas local, a resposta é sim. 

Cientistas estudaram uma família composta por cinco pessoas - sendo dois adultos e três crianças de 12, 10 e três anos - e comprovaram que ingerir alimentos produzidos de forma orgânica – ou seja, sem o auxílio de fertilizantes e agrotóxicos sintéticos - diminui drasticamente a quantidade de pesticidas e produtos químicos absorvidos pelo corpo humano (veja gráfico abaixo). 



Na primeira semana, a família se alimentou de maneira convencional. Nas duas semanas seguintes, aderiu a uma dieta inteiramente orgânica, incluindo frutas, vegetais, carne, peixe, etc. A cada dia durante o estudo, amostras de urina de cada membro eram colhidas para análise de 12 diferentes tipos de pesticidas, que estão ligados a uma série de efeitos prejudiciais à saúde, particularmente entre os trabalhadores agrícolas que estão regularmente expostos aos produtos químicos. No fim, o resultado mostrou que a exposição da família caiu drasticamente quando eles trocaram a alimentação convencional pela orgânica. 

- A produção de alimentos orgânicos é livre de contaminantes (produtos químicos, venenos, pesticidas), saudável (não oferece riscos à saúde) e sustentável. Causa menor dano à saúde dos produtores e funcionários que trabalham nas fazendas, ao consumidor e ao meio ambiente. Estudos ainda são contraditórios a respeito de possuírem maior fonte de nutrientes quando comparados aos alimentos de produção convencional, mas com certeza diminuímos a carga de produtos químicos no nosso corpo quando consumimos orgânicos, com menor risco de aparecimento de doenças (alterações na pele, câncer, alterações neurológicas...) - explicou a nutricionista do Eu Atleta, Cristiane Perroni.

E, de acordo com o site “Livestrong”, onde a pesquisa foi publicada, alguns alimentos devem ser preferencialmente comprados na versão orgânica. Mesmo se você não tiver folga no orçamento, vale um esforço para consumir ao menos alguns produtos que têm maior risco de conter pesticidas. A maçã estaria no topo da lista. O estudo mostra que 99% das maçãs testadas continham ao menos um resíduo de pesticida. Laticínios, blueberries, aipo, tomate-cereja, milho, pepino, uva, pimenta, folhas verdes, carne, pêssego, batata, ervilha, soja, espinafre, morango e pimentão também estão entre os “vilões”. 

Número de produtores orgânicos no Brasil praticamente dobrou nos últimos dois anos (Foto: Getty Images)

Para se ter uma ideia, no Rio de Janeiro, em uma rede de hortifruti, por exemplo, a banana orgânica custa cerca de 33% a mais que a versão comum. No entanto, o número de produtores e revendedores está crescendo a cada ano em todo o país. 

- O preço é alto devido a “menor oferta e a maior procura”, com a escala de produção ainda reduzida. O poder público deveria incentivar produtores a se reestruturarem para cultura orgânica e promoverem fiscalização regular em todos produtores que se denominam orgânicos, diminuindo a desconfiança por parte da população e dos profissionais da área da saúde que estimulam o consumo destes produtos - opinou a nutricionista.

Enquanto no Brasil ainda há muita desconfiança em torno dos orgânicos, nos Estados Unidos, no ano passado, três em cada quatro americanos tomaram a decisão consciente de comprar alimentos orgânicos.

- O crescimento do mercado de produtos orgânicos é uma tendência mundial, um consumidor preocupado com a qualidade dos alimentos que consome, riscos à sua saúde, aspectos ambientais e preservação do planeta. Cada vez mais se torna importante saber à procedência, a forma que o alimento foi cultivado e como chegou aos mercados e feiras livres - disse Perroni.

Fonte: Eu Atleta.

0 comentários:

Postar um comentário