A epilepsia é um distúrbio do cérebro que se expressa por meio de crises epilépticas repetidas, onde o indivíduo possuidor deste mal sofre convulsões (ou ataques) periódicos, durante os quais podem vir a perder a consciência por alguns segundos ou, até, por vários minutos, conforme o tipo de epilepsia em questão. O objetivo desse artigo é demonstrar que através da nutrição, pode-se melhorar a qualidade de vida destas crianças e ou adolescentes.
Os registros que temos hoje sobre a epilepsia, datam de 3500 a.C. e foram feitas pelos egípcios e sumários, embora já tenha sido detectada em fósseis filogenéticamente mais antigos que o homem, sugerindo que a doença já existia antes do homem, além de haver sido citada na Bíblia, em Mateus, Marcos e Lucas, relatando uma cura de Jesus. Por volta de 1700 a.C., surgiu, no Egito, o principal documento que tratava de neurologia na época, o “Papiro de Smith”, que citava possíveis crises convulsivas e, na mesma época, na Suméria, surgiram, também, vários outros textos. O Diagnóstico da epilepsia é sempre realizado por: neurologistas; pediatras; médicos clínicos, através de exames como eletroencefalograma (EEG) e neuroimagem, que são ferramentas auxiliares do diagnóstico. Tem que se levar em conta o histórico clínico do paciente, porém, é muito importante, já que exames normais não excluem a possibilidade de a pessoa ser epiléptica.
A Dieta Cetogênica foi desenvolvida por Wilder, um diabetologista na Mayo Clinic. Não desnutre a criança, sendo calculada de acordo com as necessidades, protéico calórico de cada faixa etária. É indicada para crianças de um a oito anos, devendo ser feita de forma rígida (deve seguir a proporção de 3 a 5 g de gorduras para 1 carboidrato), tendo os alimentos sempre muitos bem pesados e quantificados. Chega a promover 75% de controle sobre as convulsões e, as crianças com as convulsões controladas podem voltar a uma dieta normal dentro de dois a três anos. É necessário que haja paciência e dedicação tanto por parte dos pais quanto dos pacientes.
O tratamento dietoterápico é voltado principalmente às crianças, pelo fato de nem sempre ser eficaz em adultos, visto que estes já possuem hábitos alimentares enraizados tornando – se mais difícil à aceitação da dieta, mas não impossível. A dieta deve sempre garantir o crescimento e o desenvolvimento das crianças, bem como a manutenção da saúde em casos de adultos. Os efeitos colaterais dos medicamentos são minimizados e sua eficácia é aumentada com o auxílio da dieta. Deve-se buscar adequar a dieta aos horários e tipos de medicamentos. A dieta cetogênica elimina o açúcar, restringe as proteínas e é rica em alimentos com alto teor de gorduras. O que ocorre com o organismo em jejum é a utilização da reserva corporal de lipídeos para a obtenção de energia, ou seja, o que a dieta faz é modificar a fonte energética do organismo que, ao invés de utilizar a glicose como fonte de energia, é forçado a utilizar a gordura.
A depleção de gordura deixa resíduos chamados “corpos cetônicos” no sangue, que são filtrados pelos rins e excretados na urina. Na presença de grandes quantidades destes corpos cetônicos as convulsões são mais bem controladas; ou seja, através da dieta cetogênica o paciente permanece em cetose constante e o estado de cetose, por sua vez, favorece mecanismos que evitam as crises epilépticas. Além disso, a quantidade de água corporal durante o jejum é menor do que a normal, devendo-se fazer também a limitação da ingestão de líquidos.
Fonte: Nutrição em Pauta.
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