A introdução de pequenos momentos de prazer no dia-a-dia torna a vida mais saudável e equilibrada. Assim, alimentar-se com prazer é tão importante quanto os aspectos nutricionais da dieta. Ter prazer em se alimentar é fazer escolhas inteligentes e de maneira espontânea. A espontaneidade traz benefícios à alimentação e se relaciona à "nutrição positiva" e ao viver a vida de forma prazerosa e com qualidade, inserindo-se no contexto das práticas, atitudes e comportamento alimentar2.
Este é o foco das atitudes alimentares, que de acordo com Alvarenga et al (2010)1 define-se como crenças, pensamentos, sentimentos, comportamentos e à maneira com a qual nos relacionamos com os alimentos.
Diferentes atitudes e pensamentos em relação à comida (especialmente no eixo prazer versus estresse e preocupação) podem contribuir na promoção da saúde. Quando o "comer" torna-se um fator de angústia e estresse, efeitos indesejados, tais como culpa, aumento de peso e aumento da incidência de doenças crônicas podem aparecer, afetando o sistema imune e o cardiovascular. Desta maneira, a espontaneidade em relação à alimentação pode ser benéfica à saúde3,6.
Jallinoja et al (2010)5 apontam que o autocontrole e a disciplina são aspectos fundamentais de saudabilidade. Porém, o prazer, o ato de não se preocupar e ter uma visão positiva sobre a alimentação são também considerados fontes de saúde.
Desta forma, uma atitude positiva, por exemplo, pode se caracterizar em enfatizar o prazer em comer, apresentando uma expectativa antecipatória positiva em relação aos alimentos, os relacionado a boas memórias alimentares e a uma associação mais culinária do que nutricional com a comida7. Isto implica em ser mais espontâneo e em não se alimentar mediante a regras, restrições, proibições e muito planejamento1,2.
A disposição em experimentar alimentos novos e diferentes, pode aumentar depois de receber a informação de que eles são prazerosos. De acordo com Eearmans et al (2001)3 as escolhas alimentares parecem ser determinadas mais pelas considerações do gosto do que pelas considerações referentes à saúde. Por outro lado, muitos dos alimentos que são considerados fonte de prazer são também alimentos que causam ansiedade e culpa, sentimentos incompatíveis com a espontaneidade 5.
Diversos autores estudam modelos distintos de comportamento e práticas alimentares, assim como a sua relação com os aspectos emocionais, que podem desencadear e influenciar nas escolhas alimentares. É o caso, por exemplo, do modelo de competência alimentar, que relaciona a importância da espontaneidade com o prazer em se alimentar.
Satter (2007)9 afirma que os comedores competentes apresentam: atitudes positivas em relação à alimentação e alimentos; maior aceitação para comer de forma variada e habilidades de regulação interna que permitem comer de forma intuitiva alimentos saudáveis e prediletos, concomitantemente.
Um outro conceito muito aplicado à espontaneidade é a aliestesia, definida por Cabanac (1971)8 e Eearmans et al (2001)3 como a variabilidade na sensação de prazer que é despertada por um estímulo (alimentar, por exemplo) dependendo do estado interno do indivíduo (feliz, triste, raiva, entre outros), ou seja, um alimento pode ser mais prazeroso em uma situação de maior relaxamento e espontaneidade, do que em uma situação tensa.
Satter (2007)9 afirma que os comedores competentes apresentam: atitudes positivas em relação à alimentação e alimentos; maior aceitação para comer de forma variada e habilidades de regulação interna que permitem comer de forma intuitiva alimentos saudáveis e prediletos, concomitantemente.
Um outro conceito muito aplicado à espontaneidade é a aliestesia, definida por Cabanac (1971)8 e Eearmans et al (2001)3 como a variabilidade na sensação de prazer que é despertada por um estímulo (alimentar, por exemplo) dependendo do estado interno do indivíduo (feliz, triste, raiva, entre outros), ou seja, um alimento pode ser mais prazeroso em uma situação de maior relaxamento e espontaneidade, do que em uma situação tensa.
A importância em aprender a lidar com eventos não planejados pode apresentar um impacto positivo no comportamento alimentar, propiciando uma vida mais saudável. No entanto, não é a emoção apenas que promove a mudança no comportamento alimentar, mas a maneira como o indivíduo lida com este sentimento. Mais espontaneidade pode, portanto, promover uma alimentação mais saudável4,10.
Referências:
1. Alvarenga MS, Scagliusi FB, Philippi ST. Development and validity of the Disordered eating Attitude Scale (DEAS). Perceptual and Motor Skills, 2010;111, 379-395.
2. Cabanac M. Physiological role of pleasure. Science, 1971;173 (4002): 1103-1107.
3. Eearmans A, Baeyens F, Van den Berg O. Food likes and their relative importance in human eating behavior: review and preliminary suggestions for health promotion. Health Education Research, 2001;16(4): 443-56.
4. Evers C, Marijn Stok F, de Ridder DT. Feeding your feeling: emotion regulation strategies and emotional eating. Pers Soc Psychol Bull, 2010; 36(6):792-804.
5. Jallinoja P, Pajari P, Absetz P. Negotiated pleasures in health-seeking lifestyles of participants of a health promoting intervention. Health, 2010; 14(2):115-30.
6. Rozin P, Fischler C, Imada S, Sarubin A, Wrzesniewski A. Attitudes to food and the role of food in life in the USA, Japan, Flemish Belgium and France: possible implications for the diet-health debate. Appetite, 1999; 33, 163-80.
7. Rozin P, Fischler C, Shields C, Masson E. Attitudes towards large numbers of choices in the food domain: a cross-cultural study of five countries in Europe and the USA. Appetite, 2006;46: 304-8.
8. Rozin P, Kabnick K, Pete E, Fischler C, Shields C. The ecology of eating: Part of the French paradox results from lower food intake in French than Americans, because of smaller portion sizes. Psychological Science, 2003;14, 450-454.
9. Satter E. Eating competence: definition and evidence for the Satter eating competence model. J Nutr Educ Behav, 2007; 39:S142-S153.
10. Verhulst F, Hermans D, Baeyens F, Spruyt A, Eelen P. (Determinants and predictive validity of direct and indirect measures of recently acquired food attitudes. Appetite, 2006; 46: 137-143.
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