O cérebro possui uma barreira com os vasos sanguíneos, denominada barreira hematoencefálica (BHE). Esta barreira é compostas por células unidas por proteínas (claudina, ocludina e moléculas de adesão). Moléculas solúveis em água e importantes para o cérebro passam pela BHE por meio de canais especializados em sua forma íntegra. É o caso da glicose, íons e aminoácidos. Já peptídios, proteínas passam lentamente pela BHE e de forma restrita. A mesma também tenta impedir a entrada de toxinas e substâncias deletérias ao sistema nervoso.
A disfunção da BHE, também chamada de "abertura da BHE" está relacionada à exposição do cérebro a substâncias nocivas ou inflamação, situações que compromentem as funções da barreira, causando morte celular e a disfunções na sinalização de neurônios (Lopez-Ramirez, 2014).
Um dos fatores que contribuem para o aumento do número de toxinas circulantes e para a inflamação é a disbiose intestinal, situação em que bactérias nocivas começam a se multiplicar no intestino, causando um desequilíbrio da microbiota. Na figura abaixo você pode ver que muitos fatores podem desequilibrar a mucosa intestinal. Quando isso acontece a permeabilidade aumenta (as células se separam) permitindo que toxinas, bactérias e substâncias mal digeridas passem para a corrente sanguínea.
Isto causa um aumento da inflamação no organismo, contribuindo para a quebra da barreira hematoencefálica. A neuroinflamação e a toxicidade gerada no sistema nervoso pode levar à perda de neurônios, distúrbios do sono, alterações de humor e depressão.
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