Baixo consumo proteico na dieta altamente calórica reduz volume de massa magra geral do corpo – mesmo que a gordura esteja aumentando |
Quando se trata de emagrecer, a quantidade de proteínas consumida pode ser quase tão importante quanto a quantidade de calorias. Um estudo publicado no Journal of The American Medical Association (JAMA), nesta quarta-feira, fez o teste com pessoas que ingerem mais calorias do que queimam, ou seja, estão engordando. Todos na pesquisa aumentaram de peso, mas quem ingeriu poucas proteínas (presentes em alimentos como carne, ovos e alguns legumes, como o feijão), teve um problema a mais: ganhou gordura corporal e perdeu massa muscular. A pesquisa serve de alerta para os médicos que tratam pacientes com sobrepeso ou obesos: não adianta medir apenas o peso e o IMC (Índice de Massa Corporal - calcule aqui o seu), é preciso levar em contas outros fatores, como a gordura total (verificável por meio de exames de sangue).
CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Effect of Dietary Protein Content on Weight Gain, Energy Expenditure, and Body Composition During Overeating
Onde foi divulgada: periódico médico Journal of The American Medical Association (JAMA)
Quem fez: George A. Bray e equipe
Instituição: Centro de Pesquisa Biomédica Pennington, nos Estados Unidos
Dados de amostragem: 25 voluntários, homens e mulheres saudáveis, com idade entre 18 e 35 anos e IMC de 19 a 30
Resultado: O consumo da mesma quantidade em excesso de calorias, com percentuais diferentes de proteínas, leva a resultados diferentes. Quem come pouca proteína ganha menos peso, a princípio, mas perde massa muscular, prejudicial à saúde e à manutenção do peso.Para a pesquisa, foram recrutados 25 voluntários, homens e mulheres saudáveis, com idade entre 18 e 35 anos e IMC de 19 a 30 (normal a quase obesos). No início, eles ingeriram uma 'dieta estabilizadora' por 13 a 25 dias. Em seguida, foram realocados aleatoriamente para três dietas distintas: com baixa proteína (5% da energia vinha de proteínas), consumo normal de proteínas (15% da energia) e altamente proteica (25% da energia).
Resultados - Ao fim da pesquisa, todos os voluntários ganharam peso, sem diferença entre homens e mulheres. Os participantes na dieta com baixa proteína foram os que engordaram menos – uma média de 3,16 kg, frente a 6,05 kg do grupo que consumiu quantidade normal de proteína e 6,51 kg no grupo de alto consumo proteico. Por que isso aconteceu? Quem ingere mais proteína aumenta principalmente a massa corporal magra (músculo), que pesa mais que a gordura.
A gordura corporal aumentou nos três grupos, representando entre 50% e mais de 90% do total de calorias estocadas. O grupo que teve baixo consumo proteico perdeu 0,70 kg de massa magra, em média, enquanto o de consumo normal ganhou 2,87 kg e o de alto consumo protéico ganhou 3,198 kg de massa magra.
"Em resumo, o ganho de peso na dieta de baixa proteína foi menor do que nas demais, com a mesma quantia de calorias. As calorias sozinhas contribuíram para o aumento da gordura corporal. Por outro lado, as proteínas contribuíram para mudanças no gasto energético e na massa magra, mas não no aumento da gordura corporal."
Segundo os pesquisadores, a principal descoberta do estudo é que, quando se olha para o que contribui no aumento da gordura corporal em dietas altamente calóricas, as calorias aparentam ser mais importantes do que as proteínas. Os resultados sugerem ainda que uma alimentação com baixas proteínas pode levar a um menor ganho de peso, mas aumenta a gordura corporal e reduz a massa magra, o que é prejudicial à saúde.
Fonte: VEJA, Consumo de proteínas deve ser avaliado ao lado do IMC e do peso. Baixo consumo proteico na dieta altamente calórica reduz volume de massa magra geral do corpo – mesmo que a gordura esteja aumentando. Acesso em 09/01/2012.
1 comentários:
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