Nem mesmo pacientes com doenças cardiovasculares, que deveriam ter mais cuidado em suas escolhas alimentares, sabem diferenciar as gorduras boas para o coração daquelas que provocam o entupimento das artérias. Essa é a conclusão de uma pesquisa feita com 600 pacientes cardíacos atendidos pelo Instituto Dante Pazzanese, em São Paulo.
A amostra de entrevistados contou com pacientes de todas as classes sociais. A maioria deles, ou 55% do total, acredita que a gordura do tipo insaturada deve ser evitada pelos cardíacos. Na verdade, essa classe de gordura ajuda a aumentar o colesterol bom e a diminuir o colesterol ruim - um saldo positivo para o coração, portanto.
A pesquisa mostrou ainda que alguns alimentos com fama de vilões entre os pacientes têm, na realidade, uma boa composição nutricional: é o caso da maionese, por exemplo. Mais de 84% dos entrevistados disseram acreditar que o alimento tem uma quantidade alta de colesterol e 74,4% afirmaram que o teor de gordura saturada também é alto. Mas esse tipo de produto, hoje, é pouco calórico e apresenta baixo teor de gordura, garantem os médicos.
Presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran), Durval Ribas Filho afirma que a má fama da maionese é resultado do modo como ela era produzida antigamente. A maionese caseira tinha grande quantidade de gordura. Hoje, a indústria alimentícia conseguiu um perfil nutricional muito melhor para esse produto, avalia. Outro injustiçado é o ketchup: 85% dos pacientes afirmaram que o produto, à base de tomate, é ruim para a saúde.
Cardápio - Especialistas alertam que a gordura, de um modo geral, não deve ser tratada como vilã. Basta saber qual é a melhor forma para consumi-la. O cardiologista Miguel Moretti, do Hospital São Luiz, explica que todos os tipos de gordura têm seus efeitos positivos. "Ela é fonte e reserva de energia,atua na absorção das vitaminas A, D, E e K e na formação de alguns hormônios", diz. O banimento da gordura, portanto, é desaconselhado.
O presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran), Durval Ribas Filho, lembra que as membranas de todas as células do organismo têm um elemento gorduroso: os fosfolipídios. O nutrólogo esclarece que até 30% das calorias diárias indicadas para uma pessoa podem vir das gorduras. Desse total, 8% podem ser do tipo saturada.
Fonte: Veja, Gordura boa é tratada como vilã na capital paulista. Pesquisa aponta que mais da metade dos entrevistados acredita que a gordura insaturada é ruim e deve ser evitada. Acesso em 21/01/2012.
A substituição de gorduras trans e saturadas por gorduras monoinsaturadas e poliinsaturadas é uma conduta importante para prevenção de obesidade, já que as gorduras contribuem para mais do que o dobro de calorias por grama, e de doenças cardiovasculares, já que o tipo de gordura consumida influencia a composição dos lipídeos plasmáticos. Além disso, há uma relação entre o tipo de gorduras na dieta e o desenvolvimento do câncer. O consumo de alimentos fontes de ômega 3, por exemplo, auxilia na prevenção de coágulos sanguíneos. Ler a rotulagem dos alimentos é uma medida útil para ter cautela no consumo de gorduras em cada refeição. Os rótulos identificam o índice de gorduras totais, saturadas, insaturadas e colesterol, além de calorias por porção, sendo que atualmente os rótulos também fornecem a informação quanto a presença ou não de gorduras trans no produto. Realizar escolhas mais adequadas ao consumo de gorduras na dieta é uma estratégia que fornece benefícios ao peso e distribuição de gordura corporal e favorece ao envelhecimento saudável, livre de doenças. Pense antes de consumir.
Por Greice Caroline Baggio.
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