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DURMA O SUFICIENTE.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012
Noites mal dormidas podem provocar problemas de saúde
e de aprendizado, além de trazer incômodas consequências.
São Paulo – Com tanto trabalho, vida social e coisas interessantes para ver na internet, dormir as recomendadas oito horas por noite tem se tornado luxo para alguns – ou perda de tempo, para outros. Antes de trocar os lençóis por outras atividades menos relaxantes, é preciso lembrar que dormir pouco (ou mal) não só faz bocejar durante o dia ou tomar mais copos de café.

Noites mal dormidas podem provocar problemas de saúde e de aprendizado, além de trazer incômodas consequências. Confira a seguir algumas razões pelas quais vale a pena se organizar melhor para passar mais tempo na cama.

1 Dormir pouco engorda
Assaltar a geladeira de madrugada também ajuda, mas uma análise feita em 2008 pelo Instituto Francês para a Nutrição indica que dormir mal ou pouco reduz a retenção do hormônio leptina, que limita o apetite, e faz crescer a grelina, que proporciona a sensação de fome. Segundo o estudo, sono de má qualidade pode aumentar em 24% o apetite, principalmente de comidas gordurosas e doces.

Outro trabalho de 2011, divulgada no encontro anual da Associated Professional Sleep Societies LLC (APSS), nos Estados Unidos, revelou que pessoas sonolentas podem ter mais dificuldades para resistir a alimentos muito calóricos. Isso porque esse estado inibe a função do cérebro que controla a escolha dos alimentos, fazendo com que opções menos saudáveis possam vencer a disputa.

2 Dormindo mal, seu desempenho pode cair
Dormir acordado. É mais ou menos isso que pode acontecer com uma pessoa que passa horas acordada depois do momento ideal para ir para a cama, de acordo com uma pesquisa desenvolvida pela University of Wisconsin-Madison, nos Estados Unidos, e o Perceptual Robotics Laboratory, na Itália.

O experimento, divulgado no ano passado, foi realizado em ratos e indicou que, depois de algumas horas acordados além do que deveriam, alguns neurônios dos animais simplesmente desligavam, mesmo quando eles ainda não haviam adormecido. Os cientistas perceberam que as células que “paravam de funcionar” mais rapidamente eram exatamente aquelas mais usadas durante o dia. Nos humanos, isso pode significar queda no desempenho, portanto, nem sempre virar noites trabalhando pode valer a pena.

3 Você pode correr mais riscos, se não dormir
Ficar muito tempo sem dormir pode afetar na habilidade de avaliar riscos, de acordo com uma pesquisa publicada no Journal of Sleep Research, em 2011. A experiência foi feita com 25 pessoas entre 20 e 35 anos de idade que ficaram 75 horas ininterruptas sem dormir.

Ao longo do tempo, os testes mostraram que sua capacidade de controlar seus impulsos e julgar os riscos caiu consideravelmente. A cada duas horas, alguns deles recebiam uma dose de 200 mg de cafeína, que se mostrou eficiente para minimizar os efeitos do sono.

Professores da Duke University obtiveram resultado semelhante, no ano passado, e apontam que pessoas que dormem pouco ficam mais otimistas do que as que têm uma boa noite de descanso, principalmente no que diz respeito a atividades que envolvem dinheiro, o que pode gerar decisões equivocadas e prejuízos indesejados.

4 Dormir deixa você mais bonito
Os efeitos do cansaço estão, literalmente, na cara. De acordo com uma investigação do Karolinska Institute, em Estocolmo, na Suécia, pessoas que dormem o suficiente são consideradas mais atraentes e têm aspecto mais saudável do que aquelas que ficam muito tempo acordadas.

Para chegar ao resultado, os estudiosos tiraram fotos de homens e mulheres em duas ocasiões: após eles terem uma noite de oito horas de descanso e depois de ficarem acordados por 31 horas. As imagens foram mostradas a outras pessoas, que deveriam dizer quem tinha melhor aparência. Os vencedores foram os que haviam dormido mais, provando que um “sono de beleza” não faz mal a ninguém.

5 Cochilar estimula o aprendizado e a criatividade
Dormir uma hora durante o dia é suficiente para recuperar e até melhorar os processos cognitivos e de aprendizado, segundo uma pesquisa da Universidade da Califórnia em Berkeley. O estudo foi divulgado em 2010 e mostrou ainda que, à medida que a pessoa fica mais tempo acordada, sua capacidade de guardar informações novas cai. Ficar sem dormir por uma noite derruba essa habilidade em até 40%.

Outro levantamento de 2009 da mesma universidade mostrou que o sono, principalmente na fase REM (Rapid Eye Movement), em que ocorrem os sonhos mais nítidos, estimula o processo criativo de solução de problemas. Isso porque esse momento de descanso promove a formação de redes associativas no cérebro, mais do que quando acordado ou na fase não-REM.

6 Dormir mal está ligado à diabetes
Um levantamento feito pela Leiden University Medical Centre, da Holanda, em 2010, e outro realizado pela University of Chicago Medical Center, nos Estados Unidos, em 2007, apontaram a diabetes tipo 2 está diretamente ligada à má qualidade do sono.

Segundo os responsáveis, dormir pouco ou mal faz com que o corpo fique menos capaz de reconhecer a insulina, o que provoca um aumento do nível de açúcar no sangue. Por isso, eles afirmam que dormir bem e em quantidade adequada pode ajuda a prevenir e controlar o desenvolvimento da doença.

7 Dormir pouco pode levar à morte prematura
Cientistas das universidades de Warwick, na Inglaterra, e Medicina Federico 2º, em Nápoles, na Itália, advertem: dormir menos de seis horas por noite pode abreviar a vida. Segundo eles, quem dorme pouco tem 12% mais chances de morrer em um período de 25 anos. Para chegar a esse dado, os pesquisadores analisaram os registros de mortalidade e padrões de sono durante 25 anos.

Ao todo, dados de 1,3 milhão de pessoas foram avaliados com base em 16 pesquisas na Grã-Bretanha, Estados Unidos e países da Europa e da Ásia. O ideal, segundo eles, é dormir entre seis e oito horas por noite. Mais do que isso também pode indicar problemas de saúde

Fonte: Exame, 7 motivos para começar a dormir mais a partir de agora. Dormir pouco pode provocar ganho de peso, problemas de aprendizado e até acelerar a morte, segundo pesquisas. Acesso em 17/01/2012.

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