"Nós quantificamos a capacidade de quantidades adequadas de vitamina D para prevenir todos os tipos de câncer invasivos combinados, o que era uma incógnita até a publicação deste trabalho," disse Cedric Garland, da Universidade da Califórnia (EUA).
Os resultados inéditos foram publicados na revista PLoS ONE.
Nível ideal de vitamina D
Os pesquisadores queriam determinar qual o nível sanguíneo de vitamina D é necessário para reduzir eficazmente o risco de câncer. O marcador de vitamina D usado foi a 25-hidroxivitamina D [25(OH)D], a principal forma do composto no sangue - a única medida precisa dos níveis de vitamina D em uma pessoa exige um exame de sangue.
Mulheres com concentrações de 25(OH)D de 40 nanogramas por mililitro (ng/ml) ou superiores apresentaram uma redução de 67% no risco de câncer em relação às mulheres com níveis de 20 ng/ml ou menos.
"Estes resultados dão suporte a uma associação inversa entre a 25(OH)D e o risco de câncer e destaca a importância para a prevenção do câncer de alcançar uma concentração de vitamina D no soro sanguíneo acima de 20 ng/ml, a concentração recomendada para a saúde óssea," disse o Dr. Garland.
Níveis recomendados de vitamina D
Os níveis recomendados de vitamina D no sangue têm sido uma fonte de intenso debate nos últimos anos. Em 2010, o Instituto de Medicina (IOM) dos EUA concluiu que níveis mais baixos do que 12 ng/ml representavam uma deficiência de vitamina D e recomendou uma meta de 20 ng/ml, um nível apresentado pela maioria dos adultos saudáveis com idades entre 19 e 70 anos - isso equivale a 600 Unidades Internacionais (UI) de vitamina D por dia.
Posteriormente, outros grupos alegaram ser necessários maiores níveis séricos: 50 ng/ml ou mais. Por outro lado, níveis acima de 125 ng/ml podem gerar efeitos secundários negativos. A maior parte das recomendações atuais agora gira entre 800 e 1.000 UI por dia, com níveis um pouco mais elevados para pessoas com mais de 70 anos e mulheres grávidas ou lactantes.
Vitamina D e câncer
Os irmãos Cedric e Frank Garland demonstraram a primeira ligação entre a deficiência de vitamina D e alguns tipos de câncer nos anos 1980, quando eles notaram que populações em latitudes mais elevadas (com menos luz solar disponível) eram mais propensas a ter deficiência de vitamina D, que é produzida pelo corpo através da exposição à luz do sol, e apresentavam taxas mais altas de câncer de cólon.
Estudos subsequentes dos dois irmãos e de outros pesquisadores revelaram conexões entre os níveis de vitamina D e vários outros tipos de câncer, incluindo mama, pulmão e bexiga, além de AVCs mais graves, problemas no funcionamento renal e menor risco de Mal de Parkinson.
Fonte: Diário da Saúde.
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