1. Proteger o coração
Já está mais do que provado que o ômega 3 é uma das melhores armas contra doenças cardiovasculares. Uma pesquisa feita pela Universidade de Harvard, aponta que comer alimentos que contenham esse tipo de gordura reduz o risco de ataque cardíaco entre 20% e 40%. “O ômega 3 auxilia na diminuição do colesterol total e ajuda na coagulação sanguínea”, explica Viviane Laudelino Vieira, nutricionista do Centro de Saúde Escola Geraldo de Paula Souza, da Faculdade de Medicina da USP.
Com os níveis de colesterol em dia, o coração funciona a todo vapor e os riscos de desenvolvimento de doenças diminuem. “O ômega 6 também ajuda na diminuição do colesterol total, mas, se consumido excessivamente, pode reduzir também o bom (HDL)”, completa.
Segundo o cardiologista Daniel Magnoni, do HCor, as gorduras monoinsaturadas agem na diminuição do LDL e aumento do HDL. “Além de consumir alimentos com essas gorduras, precisamos também reduzir o peso e os níveis de açúcar no sangue, controlar o consumo de sal, causador de hipertensão, e praticar atividades físicas. Assim, prevenimos doenças cardiovasculares e diabetes”, sugere. “As gorduras monoinsaturadas impedem a formação das placas nas artérias coronárias. Elas também ajudam a remover o colesterol, que forma essa placas e as leva de volta ao fígado. Se estiverem na circulação, podem se romper ou impedir o fluxo sanguíneo, levando ao infarto, acidente vascular cerebral e trombose”, completa Viviane.
2. Garantir juventude
Não estamos falando em acabar de vez com as rugas e nem de eleger alguma gordura como substituta do Botox®. Aqui, quem permanece jovem é a saúde. O ômega 6 pode atuar como rejuvenescedor do organismo, pois tem propriedades antioxidantes que combatem a ação dos radicais livres, responsáveis pelo envelhecimento das artérias. “A castanha-do-pará é um bom exemplo de alimento rico em ômega 6 que contêm propriedades antioxidantes. Para aproveitar seus benefícios, o ideal é consumir uma unidade por dia”, sugere Fadlo Fraige Filho, endocrinologista do Hospital Beneficência Portuguesa e professor titular da disciplina de Endocrinologia, da Faculdade de Medicina do ABC.
As gorduras monoinsaturadas presentes no azeite de oliva, abacate e amendoim também têm esse poder se combinados com ovinho, outro alimento antioxidante. “Temos que cuidar bem de nossas artérias, porque são elas que mostram nossa idade real. Uma pessoa de 40 anos pode ter idade arterial de 65 anos se mantém uma alimentação rica em gorduras ruins — como as saturadas e as trans — e colesterol. Esses hábitos são grandes causadores de entupimento das artérias. Como muitas vezes a pessoa não sabe que está com o problema, ele pode só ser detectado em um ataque cardíaco, por exemplo”, explica o endocrinologista
3. Ter mais energia
Quem nunca ouviu aquela famosa frase que diz: “O corpo é como um carro, sem combustível não funciona”. É a mais pura verdade. No caso, o combustível são as gorduras — de preferências as boas, é claro. “Elas fornecem muito mais energia em porções menores de alimentos. Por isso, nã odevem ser cortadas da alimentação. Precisamos desse ‘combustível’ para realizar as tarefas do dia-a-dia”, afirma Fraige Filho.
As gorduras funcionam como reservas de energia do corpo, para quando faltar nutrientes por um tempo prolongado. Isso é importante porque, quando o organismo não as possui em quantidade suficiente, começa a queimar massa muscular. “Quem está de dieta e tem dificuldade de comer alimentos com poucas calorias encontra nesse tipo de gorduras uma boa alternativa para, em uma pequena refeição, garantir a energia de que precisa”, explica a nutricionista Viviane. Imagine, por exemplo, uma posta de 100 g de salmão grelhado ou assado, que possui aproximadamente 292 kcal.
Para consumir essa mesma quantidade energética, seria preciso ingerir um pouco mais de nove unidades de bolacha de água e sal (calculando 32 kcal por unidade). Assim, para substituir esse número do biscoito salgado — muito menos nutritivo - vale a pena investir no peixe.
4. Equilibrar o metabolismo
As gorduras também desempenham vários papéis em nosso metabolismo, equilibrando seu funcionamento. Um exemplo é o colesterol, que precede a vitamina D. Ela é produzida a partir de um dos derivados do colesterol que está presente na pele. Quando essa substância entra em contato com os raios solares, forma a vitamina D, essencial para absorção e utilização de cálcio no corpo. “Até algum tempo atrás, pensava-se que as gorduras agiam em nosso organismo apenas como fornecedoras de energia. Hoje, já se sabe muito sobre o papel regulador do metabolismo que elas possuem”, explica Lilia Zago Ferreira dos Santos, nutricionista e professora da Faculdade de Nutrição da PUC-Campinas.
Ainda segundo a nutricionista, as gorduras ômega 3 são precursoras de substâncias anti-inflamatórias no organismo. A arterioesclerose, por exemplo, é uma doença anti-inflamatória que pode ser prevenida ou controlada pelo consumo adequado e frequente de alimentos ricos em ômega 3”, diz.
5. Aumentar a capacidade cerebral
Quem também sai ganhando no consumo das gorduras do bem é o cérebro. “O ômega 3 inibe a síntese de um tipo de colesterol ruim e auxilia no funcionamento cerebral, colaborando na prevenção de doenças, como o Alzheimer”, explica Viviane. A nutricionista Lilia concorda e completa: “Ômega 3 é importante para o desenvolvimento e funcionamento do sistema neurológico. O cérebro possui grandes quantidades dessa gordura”.
O desempenho cerebral ganha mais fôlego por um simples motivo: esse tipo de gordura é componente fundamental da membrana externa das células cerebrais — é por meio dessa membrana que todos os sinais nervosos fluem. O ômega 3 faz com que o envio de mensagens das células para o cérebro seja mais rápido. Se o corpo não recebe a quantia necessária de gordura, o cérebro demora mais para responder e adota este como seu padrão normal de funcionamento. Aí surgem problemas como falta de memória e dificuldade de concentração. Para garantir que o seu não sofra com esses sintomas, Viviane aconselha a ingestão tanto de alimentos ricos em ômega 3 quanto em ômega 6, “já que eles têm ação conjunta”.
Fonte: Revista Viva Saúde
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