Obesidade e doenças autoimunes
A obesidade é geralmente associada com as doenças cardiovasculares e com o
diabetes. Menos conhecida é a conexão entre o excesso de peso e doenças autoimunes,
quando o sistema
imunológico passa a atacar o próprio corpo.
Esse conhecimento está agora se ampliando, com a descoberta de como essa
resposta autoimune se dá - e com a forma de interrompê-la.
A chave pode estar em um elemento conhecido como IAM, inibidor de apoptose
nos macrófagos - apoptose é a morte celular programada, e macrófagos são células
do sistema imunológico.
Toru Miyazaki e seus colegas da Universidade de Tóquio identificaram o IAM
(inibidor de apoptose nos macrófagos) na corrente sanguínea, associando-o à
inflamação que ocorre nos tecidos gerada pela obesidade.
Na obesidade, o complexo IgM-IAM, que ativa a autoimunidade é retido no sangue, em vez de ser excretado pela urina. [Imagem: Cell] |
Agora eles descobriram que a supressão do IAM - fazer com que as células
consigam voltar a programar sua morte normalmente - também pode evitar as
doenças autoimunes.
"Nosso estudo explica, pela primeira vez, como a obesidade provoca uma
resposta autoimune inicial, nomeadamente a produção de anticorpos contra vários
auto-antígenos, e também define uma molécula-chave neste processo autoimune,"
disse Miyazaki.
Os pesquisadores verificaram que uma imunoglobulina natural, chamada IgM,
aumenta no sangue de camundongos alimentados com uma dieta rica em gordura. O
aumento de IgM resulta dos estímulos que os ácidos graxos induzem sobre as
células do sistema imunológico. Além disso, a IgM liga-se ao IAM, e esse
complexo é retido no sangue, em vez de ser excretado pela urina.
A equipe concluiu que a presença prolongada de IgM-IAM no sangue contribui
para a produção de auto-anticorpos.
"Assim, a inibição do IAM pode ser usada como uma terapia para evitar não só
a resistência à insulina e distúrbios metabólicos, mas também a autoimunidade
sob condições de obesidade," concluiu Miyazaki.
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