O tecido adiposo há muito tempo deixou de ser visto como um tecido inerte com função única de armazenamento de energia. Pesquisas mostram que este tecido também apresenta papel relevante na secreção de substâncias com funções metabólicas importantes8. Algumas destas substâncias, denominadas adipocinas, podem influenciar a saúde cardiovascular6. A obesidade é um elemento chave nesta relação, por causar disfunção nos adipócitos resultando em aumento da secreção de adipocinas próinflamatórias, como leptina e resistina, e diminuição da secreção de adiponectina e omentina, adipocinas anti-inflamatórias1.
A adiponectina tem efeito protetor sobre a saúde cardiovascular. Em algumas patologias, como diabetes tipo 2 e obesidade, as concentrações plasmáticas de adiponectina encontram-se diminuídas. Estudos mostram relação entre hipoadiponectinemia e hipertensão, disfunção endotelial e espessamento da camada médio-intimal da carótida. Por outro lado, indivíduos com maiores níveis plasmáticos de adiponectina apresentam menor risco de doença coronariana3. Com relação à omentina, Liu et al. (2011)4 encontraram baixos níveis desta substância em pacientes com síndrome metabólica (SM), especialmente naqueles com aterosclerose, sugerindo um possível papel protetor da omentina na fisiopatologia da doença coronariana em pacientes com SM.
A adiponectina tem efeito protetor sobre a saúde cardiovascular. Em algumas patologias, como diabetes tipo 2 e obesidade, as concentrações plasmáticas de adiponectina encontram-se diminuídas. Estudos mostram relação entre hipoadiponectinemia e hipertensão, disfunção endotelial e espessamento da camada médio-intimal da carótida. Por outro lado, indivíduos com maiores níveis plasmáticos de adiponectina apresentam menor risco de doença coronariana3. Com relação à omentina, Liu et al. (2011)4 encontraram baixos níveis desta substância em pacientes com síndrome metabólica (SM), especialmente naqueles com aterosclerose, sugerindo um possível papel protetor da omentina na fisiopatologia da doença coronariana em pacientes com SM.
Em contrapartida, a leptina parece acelerar o processo aterosclerótico, por aumentar o fator de crescimento endotelial vascular (VEGF) em humanos e por aumentar o recrutamento de monócitos em ratos e a liberação de outras citocinas aterogênicas como o fator de necrose tumoral α (TNF-α) e a interleucina-6 (IL-6). A resistina apresenta associação direta com marcadores inflamatórios, LDL-colesterol e triglicérides em humanos. Pesquisas observaram altas concentrações circulantes desta substância em pacientes com doença coronariana aguda, possivelmente pela sua liberação durante a ruptura de placas ateroscleróticas 3.
Modificações no estilo de vida, sobretudo a perda de peso, influenciam positivamente os níveis de adipocinas circulantes, podendo contribuir para a melhora do perfil de risco cardiovascular. Roth et al. (2011)7 acompanharam 62 crianças obesas com idade média de 10,7 anos que participaram de intervenção para perda de peso durante um ano. Ao final do estudo, 29 crianças apresentaram perda substancial de peso e redução significativa de citocinas inflamatórias, além de aumento estatisticamente significante das concentrações de adiponectina. Por outro lado, aquelas que não perderam peso tiveram aumento de resistina e MCP-1 após um ano da intervenção.
A ingestão dietética de ácido alfa-linolênico, encontrado em óleos vegetais como os de linhaça, soja e canola e nos alimentos feitos à base destes óleos, como cremes vegetais, assim como a suplementação com óleo de peixe, também podem aumentar os níveis plasmáticos de adiponectina, com efeito positivo para a saúde cardiovascular, como demonstram estudos experimentais9 e em humanos2. O consumo de ácido alfa-linolênico também pode modificar favoravelmente a expressão gênica de leptina5. Investigações mais amplas sobre o papel da dieta na modulação dos níveis de adipocinas poderão contribuir para a identificação de novas estratégias para prevenção e tratamento de doenças cardiovasculares6.
Referências:
1) Bays HE, González-Campoy JM, Bray GA, et al. Pathogenic potential of adipose tissue and metabolic consequences of adipocyte hypertrophy and increased visceral adiposity. Expert Rev Cardiovasc Ther 2008; 6(3): 343-368.
2) Gammelmark A, Madsen T, Varming K, et al. Low-dose fish oil supplementation increases serum adiponectin without affecting inflammatory markers in overweight subjects. Nutr Res 2012; 32(1): 15-23.
3) Hui X, Lam KS, Vanhoutte PM, et al. Adiponectin and cardiovascular health: an update. Br J Pharmacol 2012; 165(3): 574-590.
4) Liu R, Wang X, Bu P. Omentin-1 is associated with carotid atherosclerosis in patients with metabolic syndrome. Diabetes Res Clin Pract 2011; 93(1): 21-25.
5) McCullough RS, Edel AL, Bassett CM, et al. The alpha linolenic acid content of flaxseed is associated with an induction of adipose leptin expression. Lipids 2011; 46(11): 1043-1052.
6) Northcott JM, Yeganeh A, Taylor CG, et al. Adipokines and the cardiovascular system: mechanisms mediating health and disease. Can J Physiol Pharmacol 2012; 90(8): 1029-1059.
7) Roth CL, Kratz M, Ralston MM, et al. Changes in adipose-derived inflammatory cytokines and chemokines after successful lifestyle intervention in obese children. Metabolism 2011; 60(4): 445-452.
8) Sahin-Efe A, Katsikeris F, Mantzoros CS. Advances in adipokines. Metabolism 2012; 61(12): 1659-1665.
9) Sekine S, Sasanuki S, Murano Y, et al. Alpha-linolenic acid-rich flaxseed oil ingestion increases plasma adiponectin level in rats. Int J Vitam Nutr Res 2008; 78 (4-5): 223-229.
Referências:
1) Bays HE, González-Campoy JM, Bray GA, et al. Pathogenic potential of adipose tissue and metabolic consequences of adipocyte hypertrophy and increased visceral adiposity. Expert Rev Cardiovasc Ther 2008; 6(3): 343-368.
2) Gammelmark A, Madsen T, Varming K, et al. Low-dose fish oil supplementation increases serum adiponectin without affecting inflammatory markers in overweight subjects. Nutr Res 2012; 32(1): 15-23.
3) Hui X, Lam KS, Vanhoutte PM, et al. Adiponectin and cardiovascular health: an update. Br J Pharmacol 2012; 165(3): 574-590.
4) Liu R, Wang X, Bu P. Omentin-1 is associated with carotid atherosclerosis in patients with metabolic syndrome. Diabetes Res Clin Pract 2011; 93(1): 21-25.
5) McCullough RS, Edel AL, Bassett CM, et al. The alpha linolenic acid content of flaxseed is associated with an induction of adipose leptin expression. Lipids 2011; 46(11): 1043-1052.
6) Northcott JM, Yeganeh A, Taylor CG, et al. Adipokines and the cardiovascular system: mechanisms mediating health and disease. Can J Physiol Pharmacol 2012; 90(8): 1029-1059.
7) Roth CL, Kratz M, Ralston MM, et al. Changes in adipose-derived inflammatory cytokines and chemokines after successful lifestyle intervention in obese children. Metabolism 2011; 60(4): 445-452.
8) Sahin-Efe A, Katsikeris F, Mantzoros CS. Advances in adipokines. Metabolism 2012; 61(12): 1659-1665.
9) Sekine S, Sasanuki S, Murano Y, et al. Alpha-linolenic acid-rich flaxseed oil ingestion increases plasma adiponectin level in rats. Int J Vitam Nutr Res 2008; 78 (4-5): 223-229.
Fonte: Unilever Health Institute, Adipocinas e a saúde cardiovascular. Estas substâncias podem influenciar diretamente a saúde do coração e o endotélio vascular. Acesso em 18/04/2013.
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