A Síndrome do Ovário Policístico, também conhecida pela sigla SOP, é um distúrbio endócrino que provoca a alteração dos níveis hormonais, levando à formação de cistos nos ovários fazendo-os aumentar de tamanho. Atinge cerca de 7 a 20% das mulheres, sendo a alteração hormonal mais comum durante a idade fértil.
É uma doença caracterizada por menstruação irregular, menor freqüência de ovulação e dificuldade para engravidar. O distúrbio ainda favorece o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2 e obesidade. Quando há excesso de hormônios masculinos, os sinais observados são: crescimento anormal de pelos (baixo ventre, seios, queixo e buço), aumento da oleosidade da pele e aparecimento de espinhas e cravos, queda de cabelos, aumento do peso, manchas na pele, principalmente nas axilas e atrás do pescoço.
Sua causa ainda não está totalmente esclarecida, mas parece que a interação de fatores genéticos e ambientais provocam o aparecimento dos sintomas clássicos. uma origem genética e estudos indicam uma possível ligação entre a doença e a resistência à ação da insulina.
O diagnóstico costuma ser feito pelo ginecologista após avaliação clínica, bioquímica e de imagem. Em geral, são solicitadas dosagens de hormônios como FSH, LH, estradiol, TSH, S-DHE, testosterona total, 17-OH progesterona (entre o 2º e 3º dias do ciclo menstrual), curva de insulina associada à curva de glicemia e ultrassom pélvico.
O tratamento depende do caso e pode envolver o uso de anticoncepcionais, implantes que protegem os ovários contra a formação dos microcistos e mudanças no estilo de vida para redução da insulina, do estresse oxidativo e da inflamação corporal.
Outra causa para o desenvolvimento da doença é o grande geração de agentes de glicação avançada (AGEs). Tais agentes constituem uma grande variedade de moléculas formadas a partir de interações aminocarbonilo, de natureza não enzimática, entre açúcares redutores ou lipídeos oxidados e proteínas, aminofosfolipídeos ou ácidos nucléicos (Barbosa et al., 2009). Uma dieta rica em frango grelhado é comumente adotada em regimes de emagrecimento. Contudo, alimentos de origem animal submetidos a altas temperaturas são grandes fontes de AGEs (Uribarri et al., 2015), aumentando o rico de inflamação, resistência à insulina, SOP e obesidade (Diamantini-Kandarakis et al., 2007). Por isto, evite frituras e não abuse de grelhados, churrascos e outras carnes preparadas em altas temperaturas. Prefira cozinhar em água ou no vapor. Aumente ainda o consumo de vegetais variados, coloridos e frescos, nozes, sementes e castanhas ricos em antioxidantes e substâncias antiinflamatórias (Scheijen et al., 2016; Uribarri & He, 2015).
Uma dieta com pouco AGE e a restrição de carnes a uma vez por semana e queijos a duas vezes por semana reduziu a inflamação em apenas 2 meses (Tantalaki et al., 2014). Vale a pena comer de forma mais saudável! Arroz branco, pão branco, doces e outros carboidratos de alto índice glicêmico devem ser substituídos por carboidratos de baixo índice glicêmico e gorduras boas, como as monoinsaturadas, do azeite, e as do tipo ômega-3, da linhaça e peixes de água fria (Muscogiuri & Palomba, 2015; Perelmen et al., 2016). Outro gerador importante de AGEs é o cigarro (Cerami et al., 1997). Se você fuma busque um tratamento para parar deixar de vez este hábito que traz tanto prejuízo à saúde. Por fim, ache um tempo em sua agenda para a atividade física. Assim, o tratamento fica mais rápido e eficiente (Sweatt et al., 2015).
Fonte: Andreia Torres.
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