Google Analytics Alternative

OS PODERES DA PIMENTA.

sexta-feira, 8 de agosto de 2014
Bastante utilizada na culinária por conferir mais sabor aos alimentos, as vantagens da pimenta vão muito além do paladar. O consumo frequente desse alimento funcional pode proporcionar benefícios para a saúde devido à presença de vitaminas e substâncias que aliviam dores, além de contribuir para o aumento da salivação, o que auxilia na mastigação e na proteção da saúde bucal. A pimenta desempenha outros papéis importantes para a saúde, sendo utilizada até mesmo como matéria-prima na fabricação de medicamentos para combater os sintomas de artrose e artrite, e na produção de cosméticos. A lista de benefícios do consumo regular é extensa, o que justifica o fato de o alimento ser chamado de ‘analgésico natural’. 

Segundo a professora doutora Silvia Justina Papini, do Departamento de Enfermagem da Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (FMB/UNESP), a capsaicina, substância responsável pela pun­gência do fruto, pode auxiliar no alívio de dores de cabeça, enxaquecas e dores musculares, além de melhorar a digestão. “Imediatamente após o consumo e com a ardência, o cérebro recebe uma mensagem de que algo não está bem e inicia o processo de combate, elevando a produção de saliva, a transpiração e a umidificação do nariz para o corpo se refrescar. O cérebro também libera endorfinas, que oferecem sensação de bem-­estar e euforia”, enumera.

O médico nutrólogo Durval Ribas Filho, presidente da Associação Brasileira de Nutro­lo­gia (ABRAN), acrescenta que a pimenta também é aliada da digestão, pois as substâncias capsaicinoides que estimulam a salivação auxiliam na mastigação e aumentam a secreção gástrica. “Além disso, colaboram pa­ra efeito de antiflatulência”, acentua.­ Considerada um potente antioxidante para neutralizar a ação de radicais livres, a pimenta atua, ainda, na prevenção de doenças cardiovasculares, diabetes e câncer e, por conter vitaminas A, C e E e flavonoides, ajuda a evitar o envelhecimento precoce. A capsaicina colabo­ra­­ na prevenção do acúmulo de gordura na região abdominal e aumenta a liberação de catecolaminas, noradrenalina e adrenalina, que agem diminuindo o apetite e a ingestão calórica. 

Na pimenta do reino, a substância que cau­sa a ardência é a piperina, com proprie­dades que também podem auxiliar no ema­grecimento, na redução dos níveis de colesterol e dos níveis glicêmicos, por aumentar a liberação de insulina. Por ser ter­mogênica, a pimenta acelera o metabo­lismo ao elevar a temperatura corporal e aumentar o gasto calórico, auxiliando no­ processo de emagrecimento. Com quan­tidades apreciáveis de vitaminas do com­plexo B (tiamina, niacina, ri­boflavina), potássio e cálcio, também é­­ benéfica ao sistema circulatório, por apre­­­sentar propriedades vasodilatadoras, con­tribuir para a diminuição da formação de coágulos e o aumento do calibre de vasos san­guíneos, o que reduz o risco de infarto ou acidente vascular cerebral. Os fitoquímicos presentes nas pimentas, substâncias consideradas quimiopreventivas, ativam o sistema imunológico e atuam como desintoxicantes do sangue. 

Dúvidas 
Existem muitos mitos sobre os benefí­cios e os prejuízos que a pi­menta traz, mas, assim como qualquer ali­mento, de­ve ser consumida com mo­de­ração e receber aten­ção de quem tem histórico de pro­blemas gastrointestinais. “Pesquisas­ mos­­­tram que a pimenta é benéfica e o con­­­sumo frequente promove e preserva a­­ saúde, des­de que associado a um hábito de­­ vida sau­dável e a uma dieta equilibrada”, acentua a professora doutora Silvia Justina Papini. A recomendação é de até 30mg/dia para que se obtenha al­gum­ efei­to terapêutico, o que equivale a­ seis uni­­­dades da pimenta dedo-­de-moça ou meia pi­menta malagueta, que podem ser con­­­sumidas puras ou em preparações,­ sempre acompanhadas de outro alimento.­ 

O nutrólogo Durval Ribas Filho alerta que, em quantidades excessivas, a pimenta pode agredir a mucosa que encobre os ór­­gãos que compõem o sistema digestivo. “O consumo elevado pode desencadear al­­gum problema gastrointestinal, além dis­­so, é contraindicado para quem tem gas­­trite, úlcera, duodenite e esofagite”, ex­­plica. A pimenta também é uti­li­za­­da pela indústria farmacêutica, na­ com­­po­si­­ção de pomadas para artrose e­ ar­­trite e­ em emplastros, e pela indústria de­ cos­­méticos, em xampus­ antiqueda e an­­­ti­­caspa. As pimentas são originárias do­ Mé­xico, do Norte da América Central,­ on­de­­­­ são produzidas as Capsicum annuum (pi­mentas doces), e da América Central, res­­ponsável pelas espécies picantes Capsicum frutescens. No Brasil, a maior parte da pro­­dução está no Sudeste e Centro-Oeste, e­ as mais consumidas são as do gênero Capsicum (vermelha), que inclui a mala­gue­­ta (C. Frutescens), a dedo-de-moça (C. baccatum), a cumari (C. baccatum var. praetermissum), a pimenta de cheiro e a pimenta bode (C. chinense). Já a pimenta do reino faz parte do gênero Piper.

Estudos demonstram ação eficaz
Quando as células do fígado sofrem lesão causada por medicamentos, ingestão de bebidas alcoólicas ou por doença ocorre uma inflamação, ativando as células estreladas e criando fibras de colágeno que, com os anos, podem provocar a cirrose. Entretanto, um estudo realizado no La­boratório de Biofísica Celular e Inflamação da Faculdade de Biociências da Pontifícia Universi­dade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) mostrou que o consumo regular de pimenta po­­de proteger o fígado de doenças que o lesionam. Na pesquisa, as células estreladas ativadas fo­ram incubadas com capsaicina e estudos pré-clínicos mostraram que houve queda de 50% na­ formação das fibras e de 70% no número de células ativadas por inflamação, comprovando que a pimenta pode oferecer proteção para o fígado contra certas doenças crônicas. “Não rea­lizamos trabalhos científicos com humanos, porém, acreditamos que para surtir efeito é ne­cessário o consumo diário, que pode ser in natura e em outras formas. Cabe res­saltar que a alta quantidade de capsaicina pode ser muito picante e provocar desconforto ou, dependendo do organismo, uma reação alérgica”, enfatiza o professor doutor Jarbas de Oliveira, coordenador da pesquisa.

O Departamento de Ambiente e Ciências da Saúde Ocupacional da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, também conduziu um estudo envolvendo a pimenta, denominado 'Nicotine from edible Solanaceae and risk of Parkinson disease', cujos resultados mostraram que a ingestão de pimenta e outros alimentos da mesma família reduz o risco de doença de Parkinson. Os pesquisadores queriam ver a relação entre a doença e certos vegetais que pertencem à família Solanaceae e estudaram pimentas, tomates e batatas. Indivíduos que comiam pimentas pelo menos cinco vezes por semana reduziam as chances de desenvolver a doença de Parkinson em 50%, em comparação com aqueles que comiam pimentas menos de uma vez por semana. O consumo de pimentas duas a quatro vezes por semana resultou em uma redução de 30% do risco de desenvolvimento da doença.

Fonte: Yakult

0 comentários:

Postar um comentário