Os franceses, japoneses, ingleses, povos nórdicos e mediterrâneos e até mesmo os brasileiros, possuem hábitos alimentares que ajudam no emagrecimento. Na França é frequente dedicar um tempo para as alimentação, enquanto na Inglaterra ninguém fica de jejum com o chá da tarde.
No mediterrâneo o consumo de gorduras boas torna as refeições mais saudáveis e gostosas e no Japão a população ingere alimentos inusitados para os ocidentais, mas proporcionam benefícios que vão desde maior biodisponibilidade ao combate e prevenção de alguns canceres. Saiba mais sobre esses hábitos e entenda por que eles auxiliam na perda de peso.
França: tempo para as refeições
Os franceses dedicam tempo para se alimentar. Isto ajuda no emagrecimento, pois permite que o cérebro envie a mensagem ao estômago de que você está ficando saciado. "Este processo leva em média 20 minutos, mas muitas pessoas comem em 10 e acabam repetindo o prato", constata a nutricionista e chef Natalia Werutsky.
Com maior tempo para se alimentar, os franceses também cozinham as próprias refeições. Assim, eles têm consciência do que é colocado na preparação. "Os restaurantes geralmente têm como base agradar o paladar do cliente e nesse sentido colocam um pouco mais de gordura, sal e açúcar nos pratos", alerta a nutricionista clínica funcional e chef Carina Boniatti, da Colherada Gourmet.
França: não fazer estoque de comida
Os franceses não têm o hábito de deixar grandes quantidades de alimentos em casa e isto é importante para quem quer emagrecer. Primeiro porque se aquela bolacha, barra de chocolate ou outra comida calórica não estiver disponível, a possibilidade de ingeri-la quando bater a fome é menor.
Estocar muitos alimentos também pode prejudicar a qualidade deles. "Caso fique guardado por um longo período, a comida, mesmo se for um cereal, pode estragar, mudar o sabor ou diminuir a quantidade de nutrientes", conta Boniatti. Ao não fazer estoque, os franceses também compram mais alimentos frescos.
Japão: alimentos inusitados e saudáveis
Os japoneses frequentemente ingerem alimentos saudáveis que não são tão comuns para a dieta dos brasileiros. Entre eles estão as algas, os cogumelos e a soja fermentada. O primeiro item é rico em: ferro; cálcio, responsável pela formação e manutenção dos ossos; selênio, que tem ação antioxidante; e iodo, que ajuda no funcionamento da tireoide. Os cogumelos são ricos em fibras, que ajudam no trânsito intestinal, possuem boa quantidade de proteínas e contam com beta-glucanas, que ajudam no combate ao câncer.
A soja fermentada, utilizada para elaborar o missô e o tofu, também é interessante para a dieta. "Isto porque o alimento passa por um processo que torna seus nutrientes mais fáceis de serem digeridos no organismo", explica Boniatti.
Inglaterra: lanches entre as refeições
O famoso hábito inglês do chá da tarde é ótimo para dieta. Comer entre as principais refeições irá manter seu metabolismo ativo. Além disso, a glicose é liberada aos poucos, o que gera saciedade e evita o risco de ingerir o que não deveria. "O jejum prolongado faz com que o corpo interprete que há o risco de passar fome, então passa a reter mais gorduras", conta Werutsky.
Ao comer várias vezes durante o dia, as porções ficam menores. O quanto ingerir de cada alimento é o que faz diferença na dieta. "Não pode banir do cardápio, a palavra chave da alimentação é o equilíbrio, você pode comer batata frita, desde que seja uma pequena quantidade e não ocorra diariamente", orienta Werutsky.
Brasil: comer mais frutas
Devido ao nosso clima, os brasileiros possuem abundância de frutas. Elas são ricas em vitaminas e sais minerais. As frutas amarelas possuem boas quantidades de carotenoides, que tem ação antioxidante. Maçã e banana são as mais consumidas pelos brasileiros. A primeira possui a pectina, que tem um efeito antioxidante e ajuda na circulação sanguínea, já a última possui o triptofano, que proporciona a sensação de bem estar e prazer.
Mas variar nas frutas consumidas faz toda a diferença para a sua saúde. Inclua no cardápio alimentos como a manga, que é rica em vitamina A, importante para a visão, pele e cabelo; o abacate, que possui a glutationa que ajuda o fígado; a melancia, que conta com a arginina que auxilia a circulação.
A tangerina é rica em vitamina C que previne e atenua os sintomas da gripe. A goiaba conta com o licopeno que ajuda na prevenção de alguns canceres e o coco, que tem uma gordura chamada triglicerídio de cadeia média que não fica acumulada no corpo. Todas essas são outras ótimas opções para variar nas frutas. A recomendação é comer entre três e quatro porções ao dia.
Índia: temperos saudáveis
Na Índia o consumo de pimentas é frequente e isto ajuda no emagrecimento. "Trata-se de um alimento termogênico, ele incrementa o gasto metabólico em torno de 10%", conta Boniatti. Outros temperos consumidos pelos indianos também têm ação antioxidante e anti-inflamatória, são eles: açafrão, curry, cominho e cúrcuma.
A cúrcuma possui propriedades anti-inflamatórias significativas. "O tempero auxilia o organismo como um todo, porém ajuda especialmente no combate da artrite porque possui a curculina, poderoso anti-inflamatório que auxilia no combate da doença que é uma inflamação das articulações", ressalta Boniatti.
Países Mediterrâneos: gorduras boas
A dieta dos povos mediterrâneos, os gregos, italianos e espanhóis, é rica em gorduras boas presentes no azeite e oleaginosas. O azeite possui boas quantidade de gorduras monoinsaturadas que ajudam a regular o colesterol, ele ainda conta com substâncias antioxidantes que inibem a síntese do colesterol ruim, LDL, e previnem danos cerebrais. O azeite também possui um efeito anti-inflamatório que alivia dores e previne e combate a diabetes.
As oleaginosas, como nozes, amêndoas ou castanhas, também são fontes de gorduras monoinsaturadas que assim como o azeite contribuem para reduzir o colesterol e evitam problemas cardíacos.
Países Nórdicos: frutas vermelhas
Nos países nórdicos, como a Noruega, Suécia, Finlândia e Dinamarca, o consumo de frutas vermelhas é grande. Entre elas estão o morango, a amora, o cranberrry e o blueberry (mirtilo). Estas frutas são ricas em antioxidantes por possuírem flavonoides que previnem doenças degenerativas, câncer e o envelhecimento das células.
As frutas também contam com antocianina. "Ela tem um forte efeito antioxidante que diminui a agressão dos radicais livres, melhora a circulação sanguínea e diminui a retenção de líquidos. É a antocianina que dá o pigmento da fruta, portanto quanto mais escura for, maior a concentração do nutriente", explica Boniatti. A jabuticaba, desde que ingerida com casca, a framboesa, a uva roxa e o açaí também proporcionam os benefícios mencionados.
Países Nórdicos: peixes de águas frias e profundas
Nos países nórdicos há grande consumo de peixes e aqueles mais ingeridos são os de águas frias e profundas. Isto é interessante porque ao viverem em um local frio estes peixes tem tendência a acumular gorduras monoinsaturadas e poli-insaturadas. O ômega 3 é uma das gorduras poli-insaturadas presentes. Um dos seus principais benefícios é o controle do colesterol, pois ele diminui os níveis do LDL, colesterol ruim que em excesso pode causar problemas para a saúde.
O ômega 3 também é benéfico para o cérebro porque uma de suas funções é contribuir para a formação da bainha de mielina, um dos componentes dos neurônios. Alguns peixes ricos em ômega 3 são o salmão, sardinha e arenque.
Estados Unidos: proteínas no café da manhã
Apesar da dieta americana normalmente ser um exemplo de uma alimentação errada, o hábito de comer ovos no café da manhã é muito bom. "O ovo é uma fonte de proteína importante e proporciona saciedade ao longo do dia. Além disso, possui a colina substância que irá auxiliar na memória e concentração", afirma Boniatti. Opte por ingerir o ovo cozido ou mexido e a quantidade diária recomendada é um por dia. Não faça como os americanos e inclua o bacon no seu prato, em vez disso, combine o ovo com um pão integral.
América Latina: ingerir grãos
Na América Latina é comum ingerir grãos como o feijão, arroz, milho e lentilha. Estes alimentos são interessantes por serem ricos em fibras, que auxiliam no trânsito intestinal, magnésio, importante para o trabalho muscular, e ferro, que compõe a hemoglobina e no transporte de oxigênio para todas as células do corpo. "Os grãos ajudam no emagrecimento por terem boas quantidades de fibras que proporcionam saciedade", diz Boaniatti.
Fonte: Minha Vida
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