Mudança na extração possibilita retirar os melhores benefícios do óleo de coco (Foto: Getty Images) |
O óleo de coco ganhou popularidade em todo o mundo supostamente devido aos seus efeitos benéficos para a saúde, outros, no entanto, questionam a sua eficácia e afirmam, ainda, que ele possa fazer mal a saúde supostamente devido a presença da gordura saturada na sua composição. Mas, afinal, o que mostram os estudos científicos?
O óleo de coco é extraído a partir da moagem e prensa do coco in natura (Cocos Nucifera). O óleo extraído não possui aditivos e deve possuir uma acidez menor do que 0,5%. Primeiro é fundamental entender que o óleo de coco é composto por 64% de ácidos graxos ou triglicerídeos de cadeia média como: ácido láurico (47%), ácido caprílico (9%) e o ácido cáprico (7%).
Os triglicerídeos de cadeia média são digeridos e utilizados de forma diferente dos triglicerídeos de cadeia longa (ácido mirístico, ácido palmítico e ácido esteárico). Eles parecem não se acoplar a lipoproteínas e não circular na corrente sanguínea como outras gorduras, assim são metabolizados diretamente no fígado e convertidos em energia. Essa propriedade parece, de fato, favorecer a diminuição da insulina, colesterol ruim (LDL) e da glicemia.
No início, o óleo de coco foi classificado como um “ruim” por causa das altas quantidades de gordura saturada (86%). Isso fez com que produtores buscassem uma nova forma de extrai-lo. Em vez de se obter o óleo de coco a partir do refino artificial da polpa foi criado um novo processo natural de extração (prensa a frio) possibilitando uma nova era. Esse processo fez com que os valores nutricionais do coco (vitaminas, minerais e antioxidantes) fossem preservados com substâncias biologicamente ativas que normalmente eram perdidas no processo de refino do coco.
Existe uma vasta literatura sobre os benefícios do óleo de coco. Os triglicerídeos de cadeia média presentes na sua composição são rapidamente absorvido pelo intestino, usados como rápida fonte de energia e não participando do transporte do colesterol. O oposto parece acontecer com os óleos ricos em triglicerídeos de cadeia longa que são transportados pelo sistema linfático ou estocados como gordura.
O triglicerídeos de cadeia media são usados como fonte de energia e são excelentes na recuperação de pacientes com doenças crônicas e em crianças. De fato, os benefícios do óleo de coco são conhecidos há mais de duas décadas, seu alto poder oxidante se deve graças a alta concentração de fenóis. Essa alta concentração de fenóis torna o óleo de coco um dos mais potentes antioxidantes conhecidos capaz de reduzir a peroxidação lipídica, ou seja, pode prevenir a progressão da aterosclerose e a ocorrência de doença cardiovascular.
Além desses benefícios, o óleo de coco mostrou possuir efeito anti-inflamatório e antitrombótico inibindo a agregação plaquetária e a formação de trombos. Outros efeitos observados com a ingesta do óleo de coco é a redução do peso corporal, a diminuição da resistência insulínica em pacientes diabéticos, diminuição de colesterol LDL e diminuição de marcadores inflamatórios como a PCR-T.
Mas o óleo de coco é melhor do que outros óleos “saudáveis” como o Azeite de Oliva?
Não existem estudos na literatura que mostrem benefícios em relação a outros óleos “saudáveis”, como o azeite de oliva, que possui isoladamente efeito cardioprotetor e na diminuição do risco cardiovascular. Portanto, o uso combinado do óleo de coco e do azeite de oliva parece potencializar o efeito cardioprotetor, mas maiores estudos são necessários para comprovar essa suposição.
Lembre-se que uma alimentação balanceada é o segredo para uma vida longeva e saudável. Procure um nutricionista e use o óleo de coco com moderação. A dose diária recomendada é de duas colheres de sopa. Parece que ele pode sim trazer benefícios para a sua saúde devido ao seu efeito antioxidante, anti-inflamatório e antitrombótico como demonstrado acima. No entanto, maiores estudos randomizados são necessários para comprovar esses benefícios.
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Fonte: Eu Atleta.
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