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SAIBA MAIS SOBRE SUPLEMENTAÇÃO.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012
Apesar de estarem na moda e serem vendidos em muitas academias do país, os suplementos alimentares são feitos apenas para atletas de alto rendimento, profissionais ou não, e só podem ser recomendados por médicos ou nutricionistas.
 
"O professor de educação física não deve prescrever nada, senão se torna um desvio de função. Nós trabalhamos com prevenção, o nutricionista atua com alimentos e o fisioterapeuta, com patologias", afirma o presidente do Conselho Regional de Educação Física do Estado de São Paulo (Cref/SP), Flavio Delmanto.
Ele destaca que esse procedimento é divulgado aos profissionais filiados e que o mercado tem espaço para todos, desde que respeitada cada atribuição. Em relação à venda dos suplementos nas academias, Delmanto diz que a fiscalização deveria ser feita pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
 
O educador físico Mauro Guiselini complementa: "Existem personal trainers que aprendem as regras básicas da suplementação e sugerem aos alunos. Isso é ruim para a profissão, pois é o mesmo caso de praticar medicina ilegalmente. Tanto que alguns profissionais já foram advertidos e até suspensos", diz. De acordo com Guiselini, o grande problema é vender anabolizantes e hormônio do crescimento no lugar de suplemento. "Aí o professor vira o cara que vende a droga."
 
Além disso, esses produtos não podem fazer propagandas enganosas, prometendo no rótulo uma eventual perda de peso ou ganho de massa muscular. A Anvisa proíbe palavras ou imagens que façam referência a hormônios ou induzam o consumidor sobre eventuais efeitos. Estão vetadas, portanto, expressões como "anabolizantes", "massa muscular", "hipertrofia muscular", "queima de gorduras" ou "fat burners", e "aumento da capacidade sexual".
Segundo a nutricionista da área esportiva Mirtes Stancanelli, que atua na seleção brasileira de basquetebol feminino, a idade média dos principais usuários no país vai dos 20 aos 35 anos, e as mulheres já são um público-alvo considerável.
 
Na hora de determinar o que e quanto uma pessoa vai tomar de suplemento, é fundamental saber se ela está desprovida de algum nutriente, se a atividade que desempenha envolve força, e qual o tempo e a intensidade do exercício.
"Quem consome esses produtos sem indicação de um profissional pode ter problemas no fígado, nos rins e no coração. Ferro demais, por exemplo, pode se depositar nas artérias e causar cansaço. Muita vitamina C é capaz de aumentar o risco de pedras nos rins. E, no fígado, pode haver um acúmulo de gordura. O que a ciência coloca não é de agrado da indústria, mas a verdade é essa", explica.
 
Além disso, se o indivíduo for mal orientado, pode aumentar o percentual de gordura, ter acne, gases e alergias respiratórias, no caso de consumir um excesso de proteínas. Pode, ainda, apresentar dificuldade de digestão.

Os efeitos dos anabolizantes são ainda piores: além de acne e danos ao fígado, rins e coração, pode haver crescimento das mamas e infertilidade nos homens e queda de cabelo, voz grave, aumento dos pelos e desregulação do ciclo menstrual nas mulheres.
 
No caso do suplemento à base de creatina, é permitido tomar por dia apenas 0,3 grama por quilo de peso corporal, ressalta Mirtes. Quanto ao isotônico, ele só deve ser uma opção quando há realmente uma desidratação, ou seja, perda de 2% a 3% de peso corporal em uma única atividade.
Outro ponto que deve ser observado é que, quando a pessoa para de usar o suplemento, pode levar até dois anos para readquirir a forma anterior, já que os produtos servem para acelerar esse processo.
Para quem quiser opções naturais e mais saudáveis de vitaminas e proteínas, a nutricionista sugere suco de frutas, leite, iogurte, queijo, carne vermelha e ovos.
 
 
 
Seis categorias A Anvisa divide os suplementos alimentares em seis categorias diferentes: hidroeletrolíticos (isotônicos, que hidratam as células), energéticos (basicamente carboidratos, como maltodextrina, em géis, pó ou suco), suplementos de proteínas (barrinhas de proteínas e gorduras para recuperação pós-treino), produtos para substituição parcial de refeições (shakes ou pós capazes de suprir eventuais necessidades de proteínas, carboidratos e gorduras), complementos de creatina (proteína para liberação rápida de energia em atividades de alta intensidade, como atletismo e natação) e bebidas com cafeína (energéticos e estimulantes).
 
No Brasil, essas substâncias estão isentas de registro, mas devem seguir um regulamento técnico da Anvisa de abril de 2010, que estabelece critérios de classificação, indicação, composição e rotulagem. Também precisam de um número de notificação junto ao órgão de vigilância sanitária estadual ou municipal sobre o início da fabricação ou a importação.
 
Cada produto deve informar esse número de notificação, a lista de ingredientes, a composição nutricional e o prazo de validade.
Já os suplementos vitamínicos ou minerais – cápsulas que podem suprir demandas de ferro, cálcio, zinco, etc – não precisam de registro se os nutrientes não ultrapassarem 100% da ingestão diária recomendada. Se isso ocorrer, o produto é considerado um medicamento e necessita de autorização da Anvisa.
 
Caso as normas para os suplementos alimentares sejam descumpridas, como no caso de propaganda enganosa, o infrator deve ser penalizado, segundo uma lei de 1969 e outra de 1977. Também deve ser aberto um processo administrativo sanitário.
 
Multas são analisadas individualmente, e a empresa pode ter o produto suspenso por oferecer risco à saúde da população. A fiscalização deve ficar a cargo da vigilância sanitária local, que precisa encaminhar os dados à Anvisa, responsável pelas autuações e publicações no Diário Oficial da União.
 
 
Fonte: G1, Parte do texto Suplemento alimentar só pode ser indicado por médico ou nutricionista. Educador físico não pode fazer recomendação a alunos nas academias. Anvisa classifica produtos para atletas em seis categorias diferentes. Acesso em 03/12/2012.

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