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NUTRIÇÃO FUNCIONAL.

terça-feira, 4 de novembro de 2014
A Nutrição tradicional se preocupa geralmente com a saúde coletiva, buscando o estabelecimento de recomendações, as quais, se seguidas por um grupo de indivíduos, melhorarão o estado de saúde deste grupo como um todo. O modelo de conhecimento adotado geralmente é fragmentado, cartesiano, e fraciona o ser humano, desconsiderando a inseparabilidade entre as partes e a totalidade do ser. 

A Nutrição Funcional, por sua vez, considera a individualidade bioquímica do paciente, e, desta forma, as suas necessidades particulares. A Nutrição Funcional considera a interação entre todos os sistemas do corpo, incluindo as relações que existem entre o funcionamento físico e aspectos emocionais, e possui cinco princípios básicos: 

Individualidade bioquímica 
É o conjunto de fatores genéticos que controlam o metabolismo, as necessidades nutricionais e a sensibilidade ambiental de cada pessoa. A realização de exames laboratoriais, além do exame clínico detalhado, ajuda a conhecer a individualidade bioquímica do paciente, sendo fundamental para a prescrição de dietas funcionais. 

Tratamento centrado no paciente, e não na doença 
O foco dos tratamentos convencionais em saúde costuma ser a doença, e não o paciente. A Nutrição Funcional considera que o cuidado nutricional não deve considerar apenas o diagnóstico, e sim decodificar as mensagens expressas pelo paciente segundo as etapas do atendimento, que incluem anamnese clínica, psicossocial e econômica, medicamentos utilizados, exames bioquímicos e o conhecimento do diagnóstico clínico. 


Assim, o atendimento em Nutrição Funcional considera a integralidade do ser humano, uma vez que o corpo humano é único, estruturado em órgãos e sistemas que se interdependem. 

Equilíbrio nutricional e biodisponibilidade de nutrientes 
Para que haja otimização da absorção de nutrientes, bem como de seu aproveitamento pelas células, torna-se importante a oferta de nutrientes em quantidades adequadas e em equilíbrio com todos os outros. É fundamental, portanto, conhecer o conceito de biodisponibilidade de nutrientes. 

A biodisponibilidade de um nutriente ingerido pode ser definida como sua acessibilidade para processos metabólicos e fisiológicos. 
Ou seja, a eficiência com que um componente da dieta é utilizado sistematicamente por meio de vias metabólicas normais. A biodisponibilidade é uma resposta da interação entre a dieta, o nutriente e o indivíduo, e em níveis fisiológicos pode ter influência para o lado benéfico. Por outro lado, pode afetar a natureza e gravidade toxicológica devido ao excesso.

São fatores que afetam a biodisponibilidade: concentração do nutriente, fatores dietéticos, forma química do nutriente, interação entre nutrientes, digestão, transferência, distribuição e armazenamento, condição nutricional e de saúde do indivíduo, perdas por excreção e, por fim, o metabolismo e utilização biológica do nutriente. 

Relações entre fatores fisiológicos 
Todas as funções de nosso corpo estão interligadas. A Nutrição Funcional considera a inter-relação de todos os processos bioquímicos internos, de forma que um influencia no outro, gerando desordens que abrangem os diversos sistemas. 

Hoje sabemos, por exemplo, que disfunções imunológicas podem promover doenças cardiovasculares, que desequilíbrios nutricionais provocam desequilíbrios hormonais e que exposições ambientais podem precipitar síndromes neurológicas como a doença de Parkinson. 

Esta “teia” conduz a organização do raciocínio na busca da compreensão dos desequilíbrios que estão nas bases funcionais do desenvolvimento das condições clinicas, corrigindo a causa, ao invés de apenas os sintomas genéricos. 

Saúde como vitalidade positiva 
A saúde não é meramente a ausência de doenças, e sim o resultado de diversas relações entre os sistemas orgânicos, por isso deve-se analisar os sinais e sintomas físicos, mentais e emocionais que podem estar nas bases dos problemas apresentados. 

A Nutracêutica, termo introduzido em 1989 por Stephen DeFelice a partir da conjunção dos conceitos de Nutrição e Farmacêutica, se constitui em um campo científico cujo objeto de estudo é a investigação dos componentes químicos presentes nos alimentos e plantas medicinais e sua influência na promoção da saúde, prevenção e tratamento de doenças. 

Simultaneamente, também passou a ser difundido o conceito de alimento funcional, o qual é definido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), órgão do Ministério da Saúde, como “O alimento ou ingrediente que alegar propriedades funcionais ou de saúde pode, além de funções nutricionais básicas, quando se tratar de nutriente, produzir efeitos metabólicos e ou fisiológicos e ou efeitos benéficos à saúde, devendo ser seguro para consumo sem supervisão médica”. 

Utilizando as propriedades dos alimentos funcionais, os nutricionistas atualmente podem elaborar cardápios individualizados, que proporcionem equilíbrio de nutrientes, hormônios e neurotransmissores, dentre outros componentes regulatórios do metabolismo. Desta maneira, podem contribuir para a prevenção e tratamento de distúrbios como obesidade, diabetes, câncer, envelhecimento, osteoporose, doenças cardiovasculares, dentre muitos outros.


Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO

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