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SONO, NUTRIÇÃO E SAÚDE.

quarta-feira, 3 de abril de 2013
Na agitada vida das grandes cidades modernas, noites de sono profundo e reparador são cada vez mais raras, fato que implica em sérios danos à saúde da população. Por ser o sono insuficiente um dos fatores responsáveis pelo aumento da prevalência de doenças crônicas não transmissíveis no mundo ocidental contemporâneo, e por também possuir implicações estéticas, este assunto vem sendo abordado freqüentemente em publicações midiáticas, como na revista “Boa Forma” de Outubro de 2012, em reportagem intitulada “Dormir bem emagrece e alisa a pele”.
 
Seres humanos possuem um relógio natural que determina que diferentes processos fisiológicos devem ocorrer na presença de luz e em sua ausência. Durante a noite, que naturalmente é escura, produzimos um hormônio denominado melatonina, responsável pela sensação de sono. Este mesmo hormônio é responsável por neutralizar o excesso de radicais livres durante o sono, evitando os danos celulares responsáveis pelo envelhecimento precoce e pelo aparecimento de neoplasias. A melatonina é produzida na glândula pineal, a partir da serotonina, neurotransmissor responsável por sensações prazerosas. A melatonina não é produzida em quantidade ideal caso não haja o ambiente escuro necessário a sua síntese, ou se houver insuficiência dos nutrientes responsáveis pela produção de sua precursora, a serotonina, como magnésio, vitaminas B12, B6, folato e o aminoácido triptofano.
 
Outro hormônio produzido durante o sono é o hormônio do crescimento (GH). O GH induz o crescimento em crianças, enquanto em adultos, é importante para a correta renovação celular, manutenção da massa muscular e redução da gordura corporal. Se o sono é insuficiente, o GH não é produzido em quantidade suficiente. Em situações de estresse, como em sono insuficiente, a glândula supra-renal secreta os hormônios adrenalina e cortisol. A adrenalina acelera os batimentos cardíacos e reduz o diâmetro dos vasos sanguíneos, elevando a pressão arterial, enquanto o cortisol induz a resistência à insulina e conseqüente deposição de gordura na região abdominal, entre outros efeitos.
 
Indivíduos com sono insuficiente têm maior predisposição à obesidade se comparados a pessoas que dormem bem. Além de toda a desregulação hormonal que leva o organismo a acumular gordura e perder massa muscular, neuropeptídeos denominados orexinas são secretados durante o estado de vigília, e são responsáveis pela manutenção deste e pelo estímulo à ingestão de alimentos. Por isso, passar a noite acordado aumenta a ingestão de alimentos e aumenta o risco de obesidade.
 
A evolução adaptou o ser humano a estar em alerta durante o dia e a dormir durante a noite, e a inversão dos ciclos biológicos naturais acarreta em sérios riscos à saúde. Apagar as luzes e desligar aparelhos eletrônicos durante a noite é uma medida simples e eficaz contra a insônia. Ingerir adequadamente alimentos fonte dos nutrientes necessários à produção de serotonina e melatonina, como cereais integrais, vegetais folhosos verdes escuros, carnes e chocolate amargo pode também ajudar a ter uma noite de sono tranqüila. A ingestão de álcool ou cafeína e a restrição energética podem reduzir a secreção de melatonina, e assim, atrapalhar o sono.
Para melhores resultados, lembre-se sempre de consultar um nutricionista que poderá passar orientações individuais específicas.
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Fonte: VP online, SONO, NUTRIÇÃO E SAÚDE. Acesso em 03/04/2013.

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