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FARINHA DE BANANA VERDE: UMA OPÇÃO NA DIETA EQUILIBRADA.

quarta-feira, 14 de março de 2018
Fonte: Reprodução

O uso da banana verde na culinária tem se popularizado através da sua biomassa. Rico em fibras e de sabor neutro, esse alimento é utilizado como uma base para o preparo de diversos pratos. Um estudo da Universidade de São Paulo e da FoRC, no entanto, tem mostrado que a melhor forma de se obter a concentração de fibras da banana verde e inseri-la na alimentação é através da farinha.

Objeto de doutorado de Fabiana Sardá, sob a orientação da Prof. Assoc. Elizabete Wenzel de Menenzes, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, a farinha de banana verde se mostrou uma alternativa melhor para a alimentação. Fabiana se interessou em estudar alimentos que podem trazer outros benefícios além do seu modo de consumo habitual, os alimentos funcionais.

A diferença entre a biomassa de banana verde e a farinha está na concentração de fibras. Enquanto muitas das fibras se perdem no processo de cozimento em pressão que gera a biomassa, a forma que permite se obter a farinha consegue preservar boa quantidade, fazendo com que até 60% do alimento seja somente fibras. Fabiana explica que o processo de obtenção da farinha de banana verde é basicamente a secagem, uma forma pouco química de produção que mantém suas propriedades.

O estudo consistiu em produzir a farinha em laboratório e, ao longo de seis semanas, introduzi-la na alimentação de pessoas saudáveis. Cada voluntário recebeu ao todo 18 porções de uma sopa que continha o alimento funcional. O longo período de teste permitiu que cada pessoa ingerisse a farinha apenas três vezes por semana, quantidade mais próxima do que aconteceria no cotidiano.

A Organização Mundial da Saúde recomenda que o consumo diário de fibras seja de 25g, mas a Analise do Consumo Alimentar no Brasil, feita pelo IBGE em 2008-2009 revela que a maior parte da população, 68%, ingere menos fibra que o necessário, especialmente os adolescentes. A inserção de alimentos funcionais ricos em fibras como a farinha de banana verde no cotidiano aproximaria a dieta do brasileiro do recomendado pela organização.

Ao final do período de teste, a avaliação da eficiência foi feita através de questionários e exames clínicos, para que os pesquisadores soubessem como os voluntários se sentiram ao consumir a farinha e se a sensação correspondia a alterações no organismo. A grande quantidade de fibras gerou um aumento da saciedade e um melhor funcionamento do intestino. Além disso, com as análises surgiu a hipótese de que o alimento poderia potencializar a ação insulina, fazendo com que o corpo precise dela em menos quantidade para o controle da glicose.

A farinha de banana verde, considerada um alimento acessível pela pesquisadora, é encontrada no mercado em uma faixa de preço que vai de 20 a 50 reais por quilo. Testar a qualidade dessas farinhas disponíveis foi outra fase da pesquisa de Fabiana. O grupo avaliou 12 marcas diferentes e os resultados foram desanimadores: “Havia duas que nem sequer eram farinha de banana. E das dez restantes, apenas duas possuíam a quantidade de amido resistente [um tipo de fibra] que a nossa mantém”. A quantidade de fibras presente na maioria das farinhas no mercado girava em torno dos 10%.

Essa falta de padronização e baixa qualidade dos produtos à venda faz com que Fabiana defenda que haja a regulamentação da farinha de banana verde no mercado nacional, hoje inexistente.

Fonte: Usp.

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