Os dados ainda apontam atraso no desenvolvimento em 28% e anemia por
deficiência de ferro em 38% das crianças avaliadas.
"Quando os pais não reconhecem o problema [de sobrepeso], levam muito tempo
para buscar ajuda. Qualquer alteração na nutrição nessa fase de intenso
crescimento pode afetar a criança de forma muitas vezes irreversível. A chance
de crescer com excesso de peso e se tornar um adolescente e um adulto obeso e
com riscos cardiovasculares aumenta muito," afirmou Elizabeth.
O estudo tinha o objetivo de avaliar os efeitos do aconselhamento nutricional
por meio da estratégia de Ação Integrada às Doenças Prevalentes na Infância
(Aidpi).
"A estratégia Aidpi foi proposta pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e
pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) na década de 1990 e
implementada em todos os países latino-americanos, mas parcialmente no Brasil.
Temos trabalhado com essa estratégia na formação em enfermagem porque ela é
muito importante na atenção integral à saúde das crianças," disse Elizabeth.
Anemia infantil
Segundo a pesquisadora, o índice de anemia encontrado no levantamento inicial
é muito similar ao de um estudo anterior, de 2001. "Foi uma surpresa ver que os
índices continuam altos mais de dez anos depois, apesar de políticas públicas
como a da fortificação de farinhas com ferro e a suplementação medicamentosa
profilática", afirmou.
Os resultados preliminares apontam que apenas 45% das crianças na faixa dos 6
a 18 meses recebem a suplementação medicamentosa profilática de ferro como
preconizado pelo Ministério da Saúde.
Apenas 40% recebem regularmente o medicamento Aditil, que combina as
vitaminas A e D. Ambos os suplementos são fornecidos gratuitamente na rede
pública. Mesmo com a prescrição desses suplementos, há crianças que podem não
usá-los rotineiramente, informou a pesquisadora.
Fonte: Diário da Saúde, Sobrepeso e anemia são comuns entre crianças menores de 3 anos. Acesso em 16/04/2014.
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