Uma alimentação ideal deve ser equilibrada em proteínas, carboidratos, gorduras, fibras, vitaminas, minerais e água. Dietas ricas em gordura, principalmente a do tipo saturada e o colesterol (carnes, na gema de ovo e no leite e seus derivados), em sal e em açúcar e pobres em carboidratos complexos, vitaminas e minerais (cereais e grãos integrais, frutas e hortaliças), aliadas a um estilo de vida sedentário, são responsáveis pelo aumento de doenças como obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares, hipertensão, osteoporose e câncer. No Brasil, as doenças do aparelho circulatório representam a principal causa de óbitos (32%), seguidas pelas neoplasias (câncer). Há muito tempo acredita-se que o consumo de frutas e hortaliças auxilia na prevenção e cura de certas doenças. Este efeito é atribuído, em parte, à presença, nestes alimentos, de vitaminas e de substâncias não nutrientes (fitoquímicos) como antioxidantes, carotenóides e compostos fenólicos.
Muitos de nossos problemas de saúde devem-se à ação de formas tóxicas do oxigênio (oxidantes) responsáveis por processos que resultam na obstrução de artérias, transformação de células normais em cancerosas, problemas nas articulações e mau funcionamento do sistema nervoso, além de estarem associadas ao envelhecimento.
Os oxidantes derivam de processos metabólicos normais, como a respiração, ou provêm do ambiente (poluentes do ar, pesticidas, fumo, drogas). Eles assumem várias formas e aspectos, sendo a mais comum os radicais livres. Em excesso, eles podem atacar o material genético (DNA) das células, provocando mutações que podem levar ao câncer. Também atacam as moléculas de gordura que compõem as membranas celulares, destruindo a sua estrutura.
O organismo dispõe de sistemas de defesa específicos, além de antioxidantes, substâncias capazes de neutralizar os oxidantes, que mantêm os mesmos em concentrações muito baixas. Além dos antioxidantes próprios do corpo, existem aqueles obtidos na dieta, que ajudam a combater a formação e a ação dos radicais livres no corpo humano. Os antioxidantes presentes nos alimentos, principalmente nas frutas e hortaliças, são fitoquímicos, vitaminas e minerais. Eles podem auxiliar na prevenção de doenças coronarianas e do câncer, neutralizando os efeitos dos oxidantes.
Estudos epidemiológicos mostraram que a ingestão de tomate e de produtos a base de tomate está associada à redução do risco de desenvolvimento de doenças crônicas como câncer e doenças cardiovasculares. Estudo conduzido na Itália na década de 80 mostrou uma relação inversa entre o consumo de tomate e o risco de câncer do trato digestivo. A ingestão de tomate também foi inversamente correlacionada com o câncer coloretal, de mama e de ovário. Uma dieta rica em tomates pode reduzir o dano oxidativo ao DNA de leucócitos e de células da próstata em pacientes diagnosticados com câncer de próstata, sugerindo que estes alimentos podem ser usados também no tratamento desta doença e não apenas na sua prevenção. O tomate é uma fonte rica em vitaminas (ácido fólico, vitaminas C e E), minerais (potássio), carotenóides (beta-caroteno e licopeno) e flavonóides.
Os tomates fornecem aproximadamente 20 mg de vitamina C, 220 mg de potássio, 0,015 mg de ácido fólico e 0,4 UI (unidades internacionais) de vitamina E por 100 g. Esses valores correspondem a, aproximadamente, 22%, 6%, 4% e 2% da ingestão diária recomendada para estes nutrientes, respectivamente. A vitamina C é necessária à prevenção do escorbuto e manutenção da saúde da pele, gengivas e vasos sangüíneos. Também participa na formação de colágeno, absorção de ferro, redução do nível de colesterol e fortalecimento do sistema imunológico. Como antioxidante, reduz o risco de arteriosclerose, doenças cardiovasculares e algumas formas de câncer.
A pressão alta é um fator de risco para doenças cardiovasculares. 55 estudos realizados em humanos encontraram redução nas pressões máxima e mínima em indivíduos que receberam potássio. O ácido fólico, junto com as vitaminas B6 e B12, ajuda a metabolizar a homocisteína, cujo nível elevado está relacionado à maior incidência de doenças cardiovasculares. Estudo envolvendo 734 homens na meia-idade indicou que níveis moderados a altos de ácido fólico sérico estão associados a uma redução de 69% na incidência de eventos coronarianos agudos.
A oxidação de lipoproteínas de baixa densidade (LDL) tem um papel fundamental na patogenicidade da arteriosclerose e de doenças coronarianas. A vitamina E, considerada o principal antioxidante biológico, reduz a oxidação dessas lipoproteínas, além de dificultar a agregação e adesão das plaquetas e de proteger a parede das artérias. Estudos realizados com 84.331 pacientes mostraram uma relação inversa significativa entre o consumo de vitamina E e o risco de doenças cardiovasculares, com uma redução de 36% no risco de morte.
Carotenóides são uma classe de pigmentos amarelo-alaranjado-vermelhos distribuídos em vários vegetais. Uma importante função de alguns carotenóides é o seu papel como precursores de vitamina A (pró-vitamina A). O beta-caroteno é o carotenóide pró-vitamina A mais ativo, sendo convertido em vitamina A à medida que o organismo necessita. A vitamina A pré-formada é encontrada apenas em alimentos de origem animal. Sua deficiência é a maior causa de mortalidade infantil em países em desenvolvimento. Uma deficiência prolongada pode produzir alterações na pele, cegueira noturna e ulcerações na córnea que podem levar à cegueira. Por outro lado, a vitamina A em excesso é tóxica, podendo causar má formação congênita, se ingerida em excesso durante a gravidez, e doenças ósseas em portadores de deficiência renal crônica.
Os carotenóides também podem proteger as lipoproteínas e as células vasculares da oxidação. Estudo feito com 392 indivíduos entre 45 e 65 anos mostrou uma relação inversa entre arteriosclerose e níveis de alfa e beta-caroteno no plasma. O beta-caroteno também está associado à proteção contra câncer. Um estudo realizado na Universidade do Estado de Nova York em Búfalo mostrou que o consumo de vegetais ricos em beta-caroteno mais de uma vez por semana reduz significativamente o risco de câncer pulmonar.
O licopeno é um pigmento vermelho encontrado em elevada concentração em tomate e seus derivados, melancia, goiaba vermelha e mamão papaya. O licopeno é o antioxidante mais eficiente dentre todos os carotenóides testados. Ele é capaz de seqüestrar oxigênio singleto, reduzir a mutagênese e inibir o crescimento de células cancerígenas, principalmente na próstata. Estudos mostraram que o licopeno na dieta está relacionado à redução da incidência de certos tipos de câncer e do risco de ataque cardíaco.
Os teores de licopeno nos tecidos e no soro estão inversamente relacionados ao risco de doenças crônicas. Um estudo mostrou que a ingestão de licopeno na forma de suco ou pasta de tomate por 1 semana reduziu as taxas de LDL oxidados. O licopeno também inibe uma enzima envolvida na síntese de colesterol, sugerindo um efeito hipocolesterolêmico. Estudos epidemiológicos recentes mostraram uma relação inversa entre os níveis de licopeno e a mortalidade por doenças coronarianas, cérebrovasculares e infarto do miocárdio. Outro estudo, realizado na década de 90, mostrou redução no risco de desenvolvimento de câncer de boca, faringe e esôfago com a ingestão de licopeno.
Estudo realizado em dez países europeus mostrou que a concentração de licopeno no tecido adiposo protege contra enfarto do miocárdio, sendo este efeito maior em não fumantes e em pessoas com alto teor de gordura poliinsaturada armazenada. Estudo com 108 idosos na Holanda demonstrou uma associação inversa entre licopeno sérico e presença de arteriosclerose, com efeito mais pronunciado em fumantes e ex-fumantes.
Estudos epidemiológicos mostraram decréscimo na incidência de câncer de próstata agressivo com o aumento da concentração plasmática de licopeno. Estudo com 32 pacientes portadores de câncer de próstata que consumiram extrato de tomate diariamente durante 3 semanas (30 mg de licopeno por dia) indicou redução do dano oxidativo ao DNA e do nível sérico de antígeno específico da próstata (PSA), utilizado para avaliar o risco de câncer de próstata, além de uma possível indução da morte de células cancerígenas.
Experiência realizada com ratos mostrou que o efeito sobre o câncer de próstata foi maior com a adição à dieta de tomate em pó do que de licopeno isolado. Assim, não se pode excluir a possibilidade de que o licopeno aja em conjunto com outros fitoquímicos presentes no tomate, principalmente glicoalcalóides, flavonóides, salicilatos, além de outros carotenóides. Os salicilatos são conhecidos por sua ação antiinflamatória. Os flavonóides são compostos fenólicos antioxidantes presentes na casca de tomates. Estudos epidemiológicos mostraram um possível efeito protetor da ingestão de flavonóides contra doenças coronarianas. A quercetina, principal flavonóide presente no tomate, inibe o receptor androgênico da próstata. Outro flavonóide, a apigenina, desacelerou o crescimento do tumor de próstata, além de reduzir os níveis de IGF-1 (fator de crescimento tipo insulina) associado com maior risco de câncer de mama, próstata, reto e pulmão.
Muitos de nossos problemas de saúde devem-se à ação de formas tóxicas do oxigênio (oxidantes) responsáveis por processos que resultam na obstrução de artérias, transformação de células normais em cancerosas, problemas nas articulações e mau funcionamento do sistema nervoso, além de estarem associadas ao envelhecimento.
Os oxidantes derivam de processos metabólicos normais, como a respiração, ou provêm do ambiente (poluentes do ar, pesticidas, fumo, drogas). Eles assumem várias formas e aspectos, sendo a mais comum os radicais livres. Em excesso, eles podem atacar o material genético (DNA) das células, provocando mutações que podem levar ao câncer. Também atacam as moléculas de gordura que compõem as membranas celulares, destruindo a sua estrutura.
O organismo dispõe de sistemas de defesa específicos, além de antioxidantes, substâncias capazes de neutralizar os oxidantes, que mantêm os mesmos em concentrações muito baixas. Além dos antioxidantes próprios do corpo, existem aqueles obtidos na dieta, que ajudam a combater a formação e a ação dos radicais livres no corpo humano. Os antioxidantes presentes nos alimentos, principalmente nas frutas e hortaliças, são fitoquímicos, vitaminas e minerais. Eles podem auxiliar na prevenção de doenças coronarianas e do câncer, neutralizando os efeitos dos oxidantes.
Estudos epidemiológicos mostraram que a ingestão de tomate e de produtos a base de tomate está associada à redução do risco de desenvolvimento de doenças crônicas como câncer e doenças cardiovasculares. Estudo conduzido na Itália na década de 80 mostrou uma relação inversa entre o consumo de tomate e o risco de câncer do trato digestivo. A ingestão de tomate também foi inversamente correlacionada com o câncer coloretal, de mama e de ovário. Uma dieta rica em tomates pode reduzir o dano oxidativo ao DNA de leucócitos e de células da próstata em pacientes diagnosticados com câncer de próstata, sugerindo que estes alimentos podem ser usados também no tratamento desta doença e não apenas na sua prevenção. O tomate é uma fonte rica em vitaminas (ácido fólico, vitaminas C e E), minerais (potássio), carotenóides (beta-caroteno e licopeno) e flavonóides.
Os tomates fornecem aproximadamente 20 mg de vitamina C, 220 mg de potássio, 0,015 mg de ácido fólico e 0,4 UI (unidades internacionais) de vitamina E por 100 g. Esses valores correspondem a, aproximadamente, 22%, 6%, 4% e 2% da ingestão diária recomendada para estes nutrientes, respectivamente. A vitamina C é necessária à prevenção do escorbuto e manutenção da saúde da pele, gengivas e vasos sangüíneos. Também participa na formação de colágeno, absorção de ferro, redução do nível de colesterol e fortalecimento do sistema imunológico. Como antioxidante, reduz o risco de arteriosclerose, doenças cardiovasculares e algumas formas de câncer.
A pressão alta é um fator de risco para doenças cardiovasculares. 55 estudos realizados em humanos encontraram redução nas pressões máxima e mínima em indivíduos que receberam potássio. O ácido fólico, junto com as vitaminas B6 e B12, ajuda a metabolizar a homocisteína, cujo nível elevado está relacionado à maior incidência de doenças cardiovasculares. Estudo envolvendo 734 homens na meia-idade indicou que níveis moderados a altos de ácido fólico sérico estão associados a uma redução de 69% na incidência de eventos coronarianos agudos.
A oxidação de lipoproteínas de baixa densidade (LDL) tem um papel fundamental na patogenicidade da arteriosclerose e de doenças coronarianas. A vitamina E, considerada o principal antioxidante biológico, reduz a oxidação dessas lipoproteínas, além de dificultar a agregação e adesão das plaquetas e de proteger a parede das artérias. Estudos realizados com 84.331 pacientes mostraram uma relação inversa significativa entre o consumo de vitamina E e o risco de doenças cardiovasculares, com uma redução de 36% no risco de morte.
Carotenóides são uma classe de pigmentos amarelo-alaranjado-vermelhos distribuídos em vários vegetais. Uma importante função de alguns carotenóides é o seu papel como precursores de vitamina A (pró-vitamina A). O beta-caroteno é o carotenóide pró-vitamina A mais ativo, sendo convertido em vitamina A à medida que o organismo necessita. A vitamina A pré-formada é encontrada apenas em alimentos de origem animal. Sua deficiência é a maior causa de mortalidade infantil em países em desenvolvimento. Uma deficiência prolongada pode produzir alterações na pele, cegueira noturna e ulcerações na córnea que podem levar à cegueira. Por outro lado, a vitamina A em excesso é tóxica, podendo causar má formação congênita, se ingerida em excesso durante a gravidez, e doenças ósseas em portadores de deficiência renal crônica.
Os carotenóides também podem proteger as lipoproteínas e as células vasculares da oxidação. Estudo feito com 392 indivíduos entre 45 e 65 anos mostrou uma relação inversa entre arteriosclerose e níveis de alfa e beta-caroteno no plasma. O beta-caroteno também está associado à proteção contra câncer. Um estudo realizado na Universidade do Estado de Nova York em Búfalo mostrou que o consumo de vegetais ricos em beta-caroteno mais de uma vez por semana reduz significativamente o risco de câncer pulmonar.
O licopeno é um pigmento vermelho encontrado em elevada concentração em tomate e seus derivados, melancia, goiaba vermelha e mamão papaya. O licopeno é o antioxidante mais eficiente dentre todos os carotenóides testados. Ele é capaz de seqüestrar oxigênio singleto, reduzir a mutagênese e inibir o crescimento de células cancerígenas, principalmente na próstata. Estudos mostraram que o licopeno na dieta está relacionado à redução da incidência de certos tipos de câncer e do risco de ataque cardíaco.
Os teores de licopeno nos tecidos e no soro estão inversamente relacionados ao risco de doenças crônicas. Um estudo mostrou que a ingestão de licopeno na forma de suco ou pasta de tomate por 1 semana reduziu as taxas de LDL oxidados. O licopeno também inibe uma enzima envolvida na síntese de colesterol, sugerindo um efeito hipocolesterolêmico. Estudos epidemiológicos recentes mostraram uma relação inversa entre os níveis de licopeno e a mortalidade por doenças coronarianas, cérebrovasculares e infarto do miocárdio. Outro estudo, realizado na década de 90, mostrou redução no risco de desenvolvimento de câncer de boca, faringe e esôfago com a ingestão de licopeno.
Estudo realizado em dez países europeus mostrou que a concentração de licopeno no tecido adiposo protege contra enfarto do miocárdio, sendo este efeito maior em não fumantes e em pessoas com alto teor de gordura poliinsaturada armazenada. Estudo com 108 idosos na Holanda demonstrou uma associação inversa entre licopeno sérico e presença de arteriosclerose, com efeito mais pronunciado em fumantes e ex-fumantes.
Estudos epidemiológicos mostraram decréscimo na incidência de câncer de próstata agressivo com o aumento da concentração plasmática de licopeno. Estudo com 32 pacientes portadores de câncer de próstata que consumiram extrato de tomate diariamente durante 3 semanas (30 mg de licopeno por dia) indicou redução do dano oxidativo ao DNA e do nível sérico de antígeno específico da próstata (PSA), utilizado para avaliar o risco de câncer de próstata, além de uma possível indução da morte de células cancerígenas.
Experiência realizada com ratos mostrou que o efeito sobre o câncer de próstata foi maior com a adição à dieta de tomate em pó do que de licopeno isolado. Assim, não se pode excluir a possibilidade de que o licopeno aja em conjunto com outros fitoquímicos presentes no tomate, principalmente glicoalcalóides, flavonóides, salicilatos, além de outros carotenóides. Os salicilatos são conhecidos por sua ação antiinflamatória. Os flavonóides são compostos fenólicos antioxidantes presentes na casca de tomates. Estudos epidemiológicos mostraram um possível efeito protetor da ingestão de flavonóides contra doenças coronarianas. A quercetina, principal flavonóide presente no tomate, inibe o receptor androgênico da próstata. Outro flavonóide, a apigenina, desacelerou o crescimento do tumor de próstata, além de reduzir os níveis de IGF-1 (fator de crescimento tipo insulina) associado com maior risco de câncer de mama, próstata, reto e pulmão.
* Pesquisadora da Embrapa Hortaliças, Doutora em Tecnologia de Alimentos.
Fonte: Embrapa, Benefícios do tomate para a saúde. Acesso em 26/08/2013.
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