O aumento do nível de glicose na corrente sanguínea (glicemia pós-prandial) bem como a hiperinsulinemia (resistência à insulina) e hipercolesterolemia (aumento da concentração de colesterol no sangue) associadas têm sido implicadas na causa de doenças metabólicas crônicas como obesidade, diabetes mellitus tipo 2 e doença cardiovascular. A prevenção e cuidados são de extrema importância em pacientes diabéticos e em indivíduos de alto risco – bem como em indivíduos saudáveis. Há evidências de que, no longo prazo, os picos glicêmicos pós-prandiais pronunciados e as grandes flutuações de glicose no sangue, muitas vezes provocadas por alimentos com carboidratos altamente glicêmicos, podem ser mais insalubres do que um aumento nos níveis de glicose em jejum.
A inulina e a oligofrutose (inulina de cadeia mais curta) derivadas da chicória são classificadas como “carboidratos não digeríveis”, não contribuindo para a resposta glicêmica após a ingestão, e chamadas de prebióticas (agem alimentando e estimulando o crescimento de diversas bactérias benéficas no trato intestinal). Assim, como seu sabor é neutro e possui boa estabilidade, elas podem ser usadas para substituir os carboidratos glicêmicos em alimentos e bebidas ou servir como suplemento de fibra para reduzir a resposta pós-prandial de glicose no sangue.
Baseada em estudos anteriores, uma recém-publicada pesquisa no European Journal of Nutrition, a qual efetuou dois experimentos distintos, confirmou os benefícios da fibra inulina derivada da raiz da chicória sobre os riscos metabólicos – incluindo o controle dos níveis de açúcar no sangue.
Os dois ensaios controlados, randomizados e duplamente cegos, testaram a glicemia e a insulina em adultos saudáveis após consumirem alimentos que eram idênticos na composição, mas que continham açúcar ou açúcar parcialmente substituído com fibras de raiz de chicória, quer oligofrutose ou inulina.
O primeiro estudo (39 participantes) utilizou-se de 250g iogurte (20% da sacarose substituída por oligofrutose) e, comparado ao iogurte sem a substituição parcial, observou uma redução de 14% na glicose sanguínea, e a resposta à insulina sofreu uma redução de 17%.
O segundo estudo (42 participantes) utilizou-se de 110g de geleia de fruta (30% da sacarose substituída por inulina) e, comparada à geleia sem substituição parcial, observou-se uma redução de 16% na glicose sanguínea, e a resposta à insulina sofreu uma significante redução de 40%.
Além dos efeitos pós-prandiais agudos destacados na presente publicação, evidência anterior aponta que os frutanos do tipo inulina também demonstram ter benefícios em longo prazo para a gestão da glicemia, ou seja, níveis mais baixos de glicose no sangue em jejum e uma redução da glicemia pós-prandial também após a ingestão continuada dessas fibras.
A ingestão diária de fibras está abaixo dos níveis recomendados em todo o mundo, com consequências importantes para a saúde pública, por exemplo, um maior risco de doença coronariana, hipertensão, adiposidade e disfunções metabólicas, incluindo diabetes tipo 2. Assim, fortalecer a alimentação com alimentos fibrosos ou um suplemento de fibras é uma estratégia importante para aumentar a sua importante ingestão. A aplicação da raiz de chicória – inulina e oligofrutose – pode atender a essa necessidade.
Os estudos estão em conformidade com as diretrizes e padrões internacionais de ponta para testes de resposta à glicose no sangue e para comprovação científica de alegações relacionadas (fornecendo dados sobre a insulina em paralelo), e foram cofinanciados pelas empresas Beneo, Cosucra e Sensus.
Estudo: Lightowler H, et al. Replacement of glycaemic carbohydrates by inulin-type fructans from chicory (oligofructose, inulin) reduces the postprandial blood glucose and insulin response to foods: report of two double-blind, randomized, controlled trials. European Journal of Nutrition, 2017. DOI: 10.1007/s00394-017-1409-z
Fonte: Essentia.
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