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SOJA NA MANUTENÇÃO DA SAÚDE ÓSSEA.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012
O crescimento e a manutenção do tecido ósseo dependem de uma grande variedade de fatores genéticos e ambientais. A hereditariedade contribui com cerca de 60 a 70% da expressão fenotípica da densidade mineral óssea (DMO), enquanto 30 a 40% da DMO provêm de fatores ambientais tais como dieta e estilo de vida4. Entre os fatores ambientais de maior relevância para a saúde óssea destaca-se o consumo dietético de cálcio1,4. Segundo o estudo BRAZOS (Brazilian Osteoporosis Study, 2010), 99,6% da população avaliada apresenta tendência à ingestão inadequada de cálcio6.

O teor e a biodisponibilidade do cálcio variam muito nos diversos alimentos, sendo que um grande número de fatores influencia no seu aproveitamento durante as refeições. Alimentos como a soja e produtos à base de soja, o feijão branco, o brócolis e a couve apresentam-se como fontes alimentares alternativas e interessantes para atingir as metas dietéticas adequadas de cálcio nos indivíduos que não querem ou não podem ingerir o leite de vaca. Existem evidências de que a biodisponibilidade do cálcio de bebidas de soja fortificadas com carbonato de cálcio seja equivalente à do leite de vaca1,7,10. Desta maneira, os alimentos fortificados podem cumprir importante papel na alimentação, como uma alternativa para aumentar a ingestão de cálcio.

W-P Koh e col (2008) avaliaram a associação entre o risco de fratura e o consumo de alimentos que são fontes de soja em 63.257 chineses que residiam em Cingapura. Verificou-se que o consumo diário de soja e produtos à base de soja pode diminuir o risco de fraturas de quadril entre mulheres10. Esses resultados corroboram com os de Ho e col (2008) que estudaram a associação entre a ingestão de proteína de soja e a DMO, em uma amostra de 454 chinesas saudáveis, nos 12 primeiros anos pós-menopausa, demonstrando que a ingestão moderada de soja apresenta efeitos positivos na melhora da densidade óssea5.
 
Vários possíveis mecanismos têm sido sugeridos para explicar os efeitos benéficos da soja no tecido ósseo, os quais podem ajudar a prevenir o desenvolvimento da osteoporose. Tem-se sugerido que os osteoblastos e os osteoclastos são as células alvo para a ação da genisteína e da daidzeína (isoflavonas da soja). Estudos em cultura de células semelhantes a osteoblastos sugerem que a genisteína combina com receptores de estrógenos e exerce seus efeitos pelo mesmo mecanismo que este hormônio. Por outro lado, ela pode também exercer efeitos por outros mecanismos, independentes de receptores para estrógenos3,8.
 
Erdman Jr e col (1996) investigaram mudanças na DMO e no conteúdo mineral do osso anteriormente ao início do estudo e durante o período da pesquisa (6 meses). Mulheres em período pós-menopausa receberam 40g de proteína por dia, proveniente de isolado protéico de soja com 1,39 mg de isoflavonas/g de proteína (IPS) ou com 2,25 mg de isoflavonas/g de proteína (IPS+) ou caseína (controle). Os resultados indicaram aumentos significativos no conteúdo mineral e densidade do osso nos grupos IPS e IPS+ quando comparados com o controle. Apesar de ter sido um estudo em curto prazo, estes resultados sugerem o papel potencial das isoflavonas de soja na manutenção da saúde do osso2.

Assim, observa-se que o consumo de soja e produtos à base de soja apresenta-se como fonte alternativa e não medicamentosa, contribuindo para a integridade, a manutenção e a saúde do tecido ósseo.
 
Referências:
1. Buzinaro EF e col. Biodisponibilidade do cálcio dietético. Arq Bras Endocrinol Metab. 2006, 50(5):852-861.
2. Erdaman Jr JW, Stillman RJ, Lee KF. Short-term effect of soybean isoflavones on bone in postmenopausal women. In: international symposium on the role of soy in preventing and treating chronic disease, 2, 1996, Belgium. Program and Abstract Book. Belgium, 1996. p.21.
3. Esteves, Elizabeth Adriana e Monteiro, Josefina Bressan Resende. Efeitos benéficos das isoflavonas de soja em doenças crônicas. Rev. Nutr. 2001,14(1): 43-52.
4. Fairweather-Tait SJ, Teucher B. Calcium bioavailability in relation to bone health. Int J Vitam Nutr Res 2002; 72(1):13-8.
5. Ho SC, Woo J, Lam S, Chen Y, Sham A, Lau J. Soy protein consumption and bone mass in early postmenopausal Chinese women. Osteoporos Int. 2003; 14(10):835-42.
6. Pinheiro M e col. O impacto da osteoporose no Brasil: dados regionais das fraturas em homens e mulheres adultos - The Brazilian Osteoporosis Study (BRAZOS). Rev. Bras. Reumatol. 2010, 50(2):113-120.
7. Reinwald S, Weaver CM. Soy components vs. whole soy: are we betting our bones on a long shot? J Nutr. 2010 Dec;140(12):2312S-2317S.
8. Williams JP, Jordan SE, Barnes S. Tyrosine kinase inhibitor effects on osteoclastic acid transport. American Journal of Clinical Nutrition, Bethesda, 1998; 68(6):1369S-1374S.
9. W-P Koh e col. Gender-specific Associations Between Soy and Risk of Hip Fracture in the Singapore Chinese Health Study. American Journal of Epidemiology 2009 170(7):901-909;
10. Yongdong Zhao, Berdine R. Martin, and Connie M. Weaver. Calcium Biovailability of Calcium Carbonate Fortifi ed Soymilk is Equivalent to Cow´s Milk in Young Women. 2005 American Society for Nutrition. (Initial review completed 28 June 2005. Revision accepted 20 July 2005).
 
Fonte: Unilever health institute, Alimentos com Soja na Manutenção da Saude Óssea. A soja como fonte alimentar e alternativa para atingir as metas dietéticas adequadas de Cálcio. Acesso em 12/09/2012.

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