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ADOÇANTES: ARTIFICIAIS E NATURAIS.

quinta-feira, 20 de junho de 2013
No Brasil, até meados dos anos 80, os produtos dietéticos eram considerados fármacos e o seu consumo limitava-se aos portadores de diabetes, sendo comercializados sob orientação médica. Mudanças na legislação, ocorridas no final da década de 80, reformularam a classificação dos adoçantes permitindo que invadissem as prateleiras dos supermercados. Com estratégias de marketing como: “isentos de açúcar e calorias”, “para você que deseja uma vida saudável”, “não causam cáries”, fizeram parecer a chegada de um milagre: comer à vontade e não engordar. Nos últimos cinco anos o mercado de adoçantes triplicou no nosso país, impulsionado por um grande número de consumidores preocupados com a saúde e, principalmente, com o culto ao corpo.

Edulcorantes são substâncias diferentes dos açúcares e com poder adoçante muito superior ao da sacarose (açúcar comum). Eles são classificados em naturais e artificiais ou sintéticos. Os naturais são obtidos sem reações químicas, a partir de plantas ou de alimentos de origem animal. Os artificiais ou sintéticos são obtidos de produtos naturais ou não, através de reações químicas apropriadas. Adoçante artificial é uma mistura de um ou mais edulcorantes capaz de conferir sabor doce aos alimentos. Esta mistura é feita porque o “blend” potencializa o poder do adoçante e mascara o gosto amargo residual de alguns dos edulcorantes. Existe um grande número de compostos capazes de produzir o sabor doce, entretanto só alguns (naturais ou artificiais) são permitidos pela legislação para serem adicionados aos alimentos.

EDULCORANTES NATURAIS
Dextrose e Maltodextrina

São extraídas do milho e tem ampla utilização na indústria alimentícia. Poder adoçante – 50 a 70% maior que o da sacarose. Valor energético - 4 Kcal/g. Muito utilizado como diluente nos adoçantes artificiais.

Frutose

Encontrado nas frutas e no mel. Valor energético - 4 Kcal/g, mas por seu poder adoçante ser 170 vezes maior que o açúcar acaba sendo pouco calórico. Sabor semelhante ao do açúcar. Uso industrial: gelatinas, pudins, geleias. Estudos recentes revelaram que a frutose ingerida juntamente com as refeições não altera a glicemia e, portanto, pode ser consumida com moderação por diabéticos.

Lactose e Tagatose

A lactose é extraída do leite, sendo muito utilizada em adoçantes de mesa. Poder adoçante – 15% maior que o da sacarose. Valor energético - 4 Kcal/g. A Tagatose é produzida a partir
da lactose e fornece 1,5Kcal/g. Costuma ser misturada a outros edulcorantes e está sendo utilizada em alguns refrigerantes dietéticos nos Estados Unidos.

Manitol, Xilitol, Sorbitol

São obtidos a partir da redução da glicose (sorbitol) e da frutose (manitol) e pela hidrogenação da xilose (xilitol). Poder adoçante – 50 a 70% maior que o da sacarose. Valor energético - 4 Kcal/g. Tem sabor semelhante à sacarose. Não alteram a glicemia. São amplamente utilizados na produção de gomas de mascar e balas, pois não causam cáries.

Steviosídeos, Truvia

Extraída da Stévia Rebaudiana, planta originária da serra do Amambaí, na fronteira do Brasil com o Paraguai. Descoberta em 1905 e industrializada a partir de 1970. Bastante utilizada no Japão, foi liberada pelo FDA em dezembro de 2008. Poder adoçante – 300 vezes maior que a sacarose. Não é calórico, tóxico e nem é metabolizado pelo organismo. Seu uso não é maior devido a sabor residual amargo. Truvia é feita utilizando-se a parte mais doce da folha da Stévia. Está sendo utilizada pela Coca-Cola americana em vários de seus produtos dietéticos.

EDULCORANTES SINTÉTICOS OU ARTIFICIAIS
Acesulfame K

Desenvolvido em 1960, é um sal de potássio sintético produzido a partir de um ácido da família do ácido acético. Foi aprovado pelo FDA em 1988. Poder adoçante – 180 a 200 vezes maior que o do açúcar. Não possui calorias, não tem sabor residual, não é metabolizado pelo organismo (é eliminado tal como ingerido). É estável em altas temperaturas, o que facilita a sua utilização em preparações de forno e fogão. Tem apresentações em pó ou líquido, geralmente associado a outros edulcorantes. É bastante utilizado pela indústria, principalmente em bebidas, chocolates, geleias, produtos lácteos, goma de mascar e na panificação.

Aspartame(o)

É um Éster Metílico do L-Aspartil--L-fenilalanina, metabolizado no trato gastrointestinal em 2 aminoácidos: ácido aspártico (40%) e fenilalanina (50%) e em metanol (10%). Poder adoçante – 200 vezes maior que o do açúcar. Valor energético - 4Kcal/g. Perde o sabor em temperaturas > 100ºC. Comercializado em mais de 100 países, é consumido por mais de 250 milhões de pessoas, em mais de 6.000 produtos. Contraindicado para portadores de fenilcetonúria (doença autossômica recessiva que acomete 1 em cada 10.000 indivíduos. Devido à ausência da enzima fenilalanina hidroxilase, que transforma a fenilalania em tirosina, há um acúmulo de fenilalanina no organismo, que ocasiona retardo mental) .

Ciclamato (ciclohexilsulfamato)

Descoberto em 1939, é comercializado desde a década de 50. Devido a uma possível associação com câncer de bexiga em ratos, foi retirada do mercado nos Estados Unidos (1969), Inglaterra (1970), França, Japão. Apesar do FDA ter concluído em 1984 que o ciclamato não é carcinogênico, ele não é comercializado nos EUA. O ciclamato está liberado pelo Parlamento Europeu, sendo utilizado nesta comunidade. Valor energético – 0 kcal/g. Poder adoçante – 40 vezes maior que o do açúcar. Apresenta sabor semelhante ao do açúcar, mas tem um leve gosto residual. Não perde a doçura quando submetido a altas ou baixas temperaturas e meios ácidos, sendo largamente utilizado no setor alimentício.

Neohesperidina Dihidrocalcona

Edulcorante que se obtêm pela modificação química de uma substância presente na laranja amarga (citrus aurantium). É um flavonóide que é degradado pela flora intestinal. Poder adoçante – 400 a 600 vezes maior que o do açúcar. É estável ao calor. Pode ser utilizado por diabéticos e geralmente é usado em combinação com outros edulcorantes.

Sacarina (ácido sulfanoilbenzóico)

É um derivado do petróleo descoberto em 1879 por Ira Remsen e Constantine Fahlberg, da Universidade Johns Hopkins. Não é metabolizado pelo organismo, sendo excretado sem alterações. Valor energético – 0 Kcal/g. Poder adoçante – 300 vezes maior que o do açúcar. É estável em altas temperaturas. Tem gosto residual amargo e metálico e, por isto, geralmente é associado a outro edulcorante, principalmente o ciclamato.

Sucralose

É o único adoçante artificial derivado do açúcar, sendo obtido a partir da cloração da sacarose. Foi desenvolvido em 1976 e aprovado pelo FDA e ANVISA em 1998. Valor energético – 0 kcal/g. Poder adoçante – 600 vezes maior que o do açúcar. Resiste a altas temperaturas, não possui sabor residual amargo, não é metabolizado pelo organismo. É o único que pode ser utilizado sem restrições por fenilcetonúricos, gestantes, crianças e diabéticos. Mais de 100 estudos (toxicologia, oncologia, teratologia, neurologia, pediatria e nutrição) comprovam a sua segurança.

Fonte: ABESO, acesso em 20/06/2013.

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