Pesquisas mostram que o consumo de oleaginosas reduz o risco de recorrência do câncer de cólon e aumentam a expectativa de vida, mas os cientistas ainda estão examinando por qual razão – afinal, até agora ainda não há uma explicação definitiva para essa associação.
Um estudo mais recente encontrou uma redução significativa na recorrência e morte entre os pacientes com câncer de cólon no estágio III que regularmente ingerem pelo menos duas porções de 28 gramas de oleaginosas por semana, em comparação com os pacientes que não o fazem. Os consumidores de oleaginosas apresentaram uma melhora de 42% na sobrevida livre de doenças e uma melhora de 57% na sobrevida global.
Curiosamente, a associação foi estatisticamente significativa com o consumo de oleaginosas – nozes, castanha-de-caju, amêndoas, pistaches, avelãs, noz-pecã, macadâmia e castanha-do-pará – mas não de amendoim ou manteiga de amendoim*. Os resultados foram limitados a pacientes que já estavam com câncer de cólon e foram tratados por isso com ressecção cirúrgica e quimioterapia.
"Precisamos saber se as oleaginosas impedem o desenvolvimento do câncer em primeiro lugar", afirma Temidayo Fadelu, MD, especialista em oncologia do Instituto Dana-Farber e principal autor do estudo. Fadelu e outros especialistas enfatizam que a ingestão de oleaginosas não deve ser considerada um substituto para a quimioterapia ou outros tratamentos para o câncer de cólon, nem deve ser algo feito isoladamente: e sim, deve fazer parte de uma dieta saudável.
"A mensagem do estudo é que há maneiras complementares que as pessoas podem fazer para melhorar suas chances no caso de diagnóstico de câncer de cólon, como aumento da atividade física, menor ingestão de açúcar e bebidas açucaradas e a manutenção de um peso saudável", reforça o pesquisador.
Oleaginosas e seus benefícios na luta contra o câncer
Uma hipótese para a associação entre o consumo de oleaginosas e os melhores resultados no tratamento do câncer está centrada na via de resistência à insulina. Em indivíduos com obesidade ou diabetes tipo 2, as células não respondem normalmente ao hormônio insulina, que ajuda as células a usar a glicose como energia. Como resultado, o corpo produz mais insulina, atingindo níveis mais altos na corrente sanguínea.
Estudos epidemiológicos descobriram uma ligação entre diabetes, resistência à insulina e câncer. “A ingestão de oleaginosas está associada à menor resistência à insulina”, aponta Fadelu.
Além disso, o consumo de oleaginosas está associado a quantidades menores de biomarcadores relacionados à inflamação no corpo, e a inflamação tem sido implicada na causa do câncer. E as oleaginosas também podem alterar positivamente as comunidades bacterianas no sistema digestivo, observa o especialista – enquanto enfatizamos que, neste momento, os pesquisadores ainda estão formulando hipóteses.
*N. da T.: O amendoim não é classificado como uma oleaginosa, Mas, muitas vezes, é incluído em achados benéficos para a saúde
Fonte: Traduzido e adaptado por Essentia Pharma:
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