Entenda quais são as consequências da gordura visceral e por que ela é a gordura mais perigosa para nossa saúde. É fato, a maior parte das mortes no mundo são causadas por doenças cardiovasculares (AVC, infarto, hipertensão arterial sistêmica e suas complicações), endócrino-metabólicas (diabetes e suas complicações) e câncer.
Não por acaso, estas doenças parecem estar relacionadas a nossa alimentação atual, repleta de alimentos embutidos e açúcares.
E tudo isto está ligado ao acúmulo de gordura visceral! (1)
É preciso entender que existem muitas pessoas com excesso de peso e saudáveis.
Por outro lado, muitas pessoas dentro do peso têm problemas metabólicos associados com a obesidade.
Mas por que isso acontece? Porque a gordura sob a pele não é realmente um problema tão grande à saúde.
Gordura Visceral
É a gordura na cavidade abdominal, a gordura da barriga, que apresenta as maiores complicações.
Chamamos de gordura visceral a gordura que se acumula nas camadas profundas do abdômen, envolvendo os órgãos internos como é o caso do coração, fígado, estômago, rins, intestinos e pâncreas.
A função da gordura visceral é proteger os órgãos do aparelho digestivo, mas o problema é quando o nível de depósito dessa gordura ultrapassa os limites (2).
O perigo da obesidade visceral está na sua associação direta com outros fatores de risco cardiovasculares, entre eles a hipertensão, o diabetes e a dislipidemia.
O acúmulo dessa gordura provoca desarranjos metabólicos, hormonais, inflamatórios e hemodinâmicos.
Por isso, além da associação clássica com a doença coronariana, têm-se verificado uma associação maior da obesidade visceral com a hipertrofia ventricular esquerda e a microalbuminúria, ambos fatores de risco cardiovascular e nefrológico. (3)Gordura Visceral Entenda
A distribuição da gordura corporal é realmente relevante, e especificamente a gordura visceral parece ser o elo entre o tecido adiposo e a resistência à insulina.
Atualmente, sabe-se que existe uma predisposição genética paralela à resistência insulínica e à hipertensão, já presente em indivíduos pré-hipertensos e hipertensos não-obesos.
Por outro lado, também se demonstra uma determinação genética no padrão de deposição de gordura visceral.
Ainda, têm-se proposto que distúrbios neuro-endócrinos possam condicionar à deposição de gordura visceral.
Através das influências ambientais, endócrinas e idade, indivíduos geneticamente predispostos irão apresentar a síndrome metabólica mais intensamente.
Manifestando aí o impacto do peso, especialmente da gordura visceral, sobre as demais doenças.
Neste sentido, o acúmulo de gordura visceral, com as suas células adiposas maiores, mais responsivas às enzimas lipolíticas e em parte resistentes à insulina, aumenta a produção de ácidos graxos livres que causarão:
Piora na sensibilidade à insulina na célula muscular;
Diminuição na extração hepática de glicose e insulina;
Aumento da gliconeogenese e da produção de lípides a nível hepático (VLDL-triglicérides);
Prejuízo na secreção pancreática de insulina.
Além disso, haverá aumento da fração de LDL pequenas, potencialmente mais aterogênicas
Contribuirá, também para piora na sensibilidade à insulina, a diminuição do fluxo na musculatura esquelética causadas, por sua vez, por alterações estruturais e funcionais ligadas ao:
Tipo de musculatura, que se mostra menos vascularizada em obesos viscerais;
Ao aumento da reatividade vascular, por sua vez vinculada a alterações tróficas, disfunção endotelial, alterações iônicas e ativação do sistema nervoso simpático na musculatura esquelética, todos vinculados à obesidade.Gordura Visceral
Em resumo, o acúmulo de gordura visceral, está associado com hiperglicemia, hiperinsulinemia, hipertrigliceridemia e intolerância à glicose.
Estes são alguns dos motivos que fazem da gordura visceral, a gordura mais perigosa, e porque você deve estar atento à ela.
Fonte: Dr. Juliano Pimentel.
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