O potássio é um mineral que auxilia no bom funcionamento do corpo. Os níveis de potássio são fortemente regulados pelos rins para ajudar a controlar a pressão arterial. Na doença renal crônica, uma condição que resulta do mau funcionamento dos rins, os pacientes podem sofrer de níveis não regulados de potássio no sangue.
A hipocalemia é uma condição quando os níveis de potássio são baixos (< 3,5 mmol/L) e a hipercalemia (> 5,0 mmol/L) resulta de níveis aumentados de potássio. Os pacientes com doença renal crônica (DRC), com hipo ou hipercalemia, têm um maior risco de mortalidade, ataque cardíaco e hospitalização. Estudos renais anteriores descobriram que a hipocalemia pode levar a danos nos rins, no entanto, sua associação com o risco de desenvolver DRC ainda não está estabelecido.
Em um estudo recente publicado em Plos One, os pesquisadores conduziram um estudo prospectivo para examinar a associação entre o nível de potássio no sangue e o risco de desenvolver DRC em população predominantemente branca. O estudo registrou 6.000 participantes com uma concentração urinária de albumina de 10 mg/L, uma métrica para hipertensão e risco para DRC. Além disso, o estudo também registrou 2.592 participantes com concentração de albumina urinária < 10mg/L. Foram excluídos os participantes diabéticos, os que já sofriam de DRC e gestantes, totalizando o numero para 5.130 participantes. Foram medidos os níveis circulantes de potássio, taxa de filtração glomerular (TFG), creatinina sérica e cistatina C. A hipocalemia foi definida como < 3,5 mmol/L, normocalemia de 4 a 4,4 mmol/L e hipercalemia a uma concentração igual ou superior a 5,0 mmol/L. A DRC foi determinada por baixa TFG (< 60ml/min por 1,73m2) e/ou excreção urinária de albumina (> 30mg/24h).
Os pesquisadores encontraram níveis plasmáticos médios de potássio de 4,4 mmol/L nos 5.130 participantes. A hipocalemia apresentou baixa prevalência (0,5%), enquanto a hipercalemia foi ligeiramente mais comum com uma prevalência de 3,8%. Curiosamente, os participantes com hipocalemia não consumiam álcool nem fumavam. Eles também eram susceptíveis de ser mais velhos, menos educados e com pressão arterial elevada, bem como prováveis usuários de betabloqueadores e diuréticos. Em contraste, os participantes com hipercalemia em geral eram brancos do sexo masculino, fumavam, apresentavam maior excreção urinária de albumina e não usavam diuréticos.
Com relação à hipocalemia e ao risco de DRC, com um seguimento médio de 10,3 anos, os pesquisadores descobriram que 753 participantes desenvolveram a doença. Os participantes com hipocalemia foram cerca de 5 vezes mais propensos a desenvolver DRC do que aqueles com níveis normais de potássio, e o risco aumentou ainda mais em participantes que usavam diuréticos. Os participantes com hipercalemia, no entanto, não eram susceptíveis de desenvolver a doença. Além disso, a associação entre os níveis de potássio e o risco de desenvolver DRC mudou quando os indivíduos usavam diuréticos. Em participantes sem hipocalemia que usavam diuréticos, os pesquisadores descobriram um maior risco de DRC.
No geral, os pesquisadores concluíram que a hipocalemia estava associada a um maior risco de DRC independentemente do uso de diuréticos. O mecanismo preciso de como a hipocalemia induz danos aos rins permanece obscuro. O estudo atual ainda não pode ser generalizado para uma população mais ampla devido à falta de diversidade étnico-racial nos participantes.
Traduzido por Essentia Pharma
Fonte: Medical news bulletin.
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