Será que o pré-diabetes é reversível ou não? Afinal, o que realmente distingue o diabetes do pré-diabetes?
O diabetes é uma doença causada pelo aumento da glicose (açúcar) na corrente sanguínea. Pode acontecer quando há falta de insulina ou uma dificuldade da insulina do nosso corpo em exercer adequadamente seus efeitos.
A insulina é um hormônio que tem o papel de reduzir a glicemia ao permitir que o açúcar presente no sangue entre dentro das células, para ser utilizado como fonte de energia. Na falta da insulina ou quando a insulina não funciona corretamente, há um aumento de glicose no sangue e, consequentemente, o diabetes.
No diabetes tipo 1, o pâncreas perde a capacidade de produzir insulina, enquanto que no diabetes tipo 2, o corpo vai se tornando resistente à insulina. A diferença básica é que no tipo 1 o organismo não produz a insulina enquanto que, no tipo 2, inicialmente os níveis da insulina produzida varia de casos a caso.
Pré-diabetes é um termo usado para indicar que o paciente tem potencial para desenvolver a doença, como se fosse um estado intermediário entre a pessoa saudável e o diabetes tipo 2. Geralmente, no quadro de pré-diabetes, já conseguimos identificar alterações de glicemia e também resistência dos pacientes à ação da insulina.
O ponto central nos cuidados do pré-diabetes é que ele indica a ponta do iceberg, ou melhor, o começo de uma escada que, no seu final, termina com o diabetes estabelecido como doença e todas as suas possíveis complicações: retina, rins, coração, nervos... enfim, uma série de problemas que enquanto o paciente ainda tem pré-diabetes, é possível evitar.
Se a glicemia de jejum estiver entre 70 mg/dL e 100 mg/dL, fica caracterizado um estado de normalidade. Resultados de 100 mg/dL a 126 mg/dL sugerem a presença de pré-diabetes. O estado de diabetes pode ser sugerido se a glicemia de jejum for superior a 126 mg/dL.
O ganho de peso, a tendência genética, o sedentarismo e a alimentação baseada em alimentos hipercalóricos estão todos envolvidos como possíveis causas de pré-diabetes. Mas, o principal fator de risco, atualmente, para o desenvolvimento do pré-diabetes é o ganho de peso. Com o aumento do peso, o pâncreas passa a produzir mais insulina na tentativa de controlar os níveis de açúcar. E, no entanto, o organismo não interpreta este aumento na produção de insulina de forma benéfica e o estado de resistência insulínica surge, fazendo com que apesar de muita insulina estar disponível, ela acabe funcionando pouco.
Mas será que o diagnóstico de pré-diabetes é um kit de más notícias? Não, muito pelo contrário. Na maior parte dos casos, apesar do paciente ser diagnosticado com pré-diabetes e estar sem sintomas, conseguimos traçar uma estratégia de prevenção de evolução para o diabetes e os resultados, quando as orientações são seguidas, podem ser os melhores possíveis.
Nos pacientes com pré-diabetes, se estão em sobrepeso ou obesidade, uma perda de cerca de 5% a 7% do peso corporal já leva a uma melhora metabólica importante.
Com o uso de medicação de forma associada, também é possível evitar a progressão para diabetes em muitos casos.
As mudanças do estilo de vida são o pilar do tratamento do pré-diabetes. Sabendo que é um quadro reversível, a nossa preocupação é que o paciente adote novos hábitos saudáveis para o resto da vida. Atividades físicas programadas e não programadas como subir e descer escadas, dieta com redução de carboidratos simples e troca por carboidratos complexos, diminuição do consumo de gorduras saturadas e aumento do consumo de fibras e carnes magras, enfim, estas medidas somadas à avaliação médica regular e na maior parte dos casos, além da perda de peso vão levar ao controle e muitas vezes à regressão do pré-diabetes. Neste caso, de fato, o que queremos é um passo para trás nesta escalada do diabetes!
Fonte: Diabetes.org.
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