Como anda sua exposição ao sol?
Popularmente conhecido que de 15 a 20 minutos de exposição ao sol (período mais quente do dia e sem o uso de filtro solar) pode fornecer uma dose benéfica, mas essa produção da vitamina depende de inúmeros fatores: onde o indivíduo vive (latitude), estação do ano em que se encontra, horário do dia, tamanho da área exposta, peso, cor de pele (presença de mais melanina), medicamentos usados, saúde do fígado e até do rim11-13. Uma pessoa de pele mais escura, por exemplo, requer muito mais tempo de exposição do que os 20 minutos recomendados. E quem pensa que está assegurado, pois toma sol através de vidros, pode estar enganado: Os raios UV-B necessários para iniciar a síntese da vitamina D na pele, não conseguem passar através da maioria deles.
COMO OCORRE A SÍNTESE DA VITAMINA D ATRAVÉS DO SOL
A pele humana contém um composto que funciona como um precursor da vitamina D, chamado 7-dehidrocolesterol; o composto serve como um precursor do colesterol, que é vital para a produção de hormônios esteroides, como andrógenos e estrógenos, entre outras coisas. Quando os raios solares atingem a pele, uma parte específica da luz é capaz de transformar a pró-vitamina 7-dehidrocolesterol em pré-vitamina D3 por quebrar uma ligação na molécula precursora.
O ideal seria nos expormos mais ao sol e aproveitarmos as estações mais quentes para armazenarmos reservas, que podem se acumular em nossa gordura e fígado, para os períodos de escassa exposição em casos de invernos marcantes.
Mas isso dificilmente ocorre. Para evitar os problemas como câncer e envelhecimento da pele, hoje nos protegemos com protetores solar que impedem a síntese da vitamina D. Em estudos e testes laboratoriais globais, a constatação é que existe uma pandemia de baixos níveis séricos desta vitamina, criando a necessidade de, juntamente com a exposição à luz solar, sua suplementação, que ao ser ingerida juntamente com uma refeição, ou em contato com os óleo, tem uma melhor absorção.
A DOSE DE VITAMINA D
Com a evidência se multiplicando quanto à redução de mortalidade naqueles que possuem níveis séricos mais altos de vitamina D, é de grande relevância alertar o público em geral sobre a importância da obtenção regular de uma dose apropriada, seja através da exposição solar direta, da suplementação, ou de ambos. É uma vitamina de baixo custo, mas que sua deficiência crônica contribui para várias doenças. Surpreendentemente, a política de saúde pública ainda não mostrou forte ação, mesmo com tantos estudos científicos comprovando que a sua deficiência também acarreta em um maior custo dos cuidados de saúde pública.
A maioria dos multivitamínicos populares ainda não contém suficiente vitamina D para fornecer melhoras para a saúde. Em geral, fornecem por volta de 400 UI, bem abaixo do valor para se atingir os níveis desejados conforme estudos (2.000 UI a 5.000 UI). Por conseguinte, as pessoas hoje têm uma oportunidade sem precedentes para otimizar sua saúde e reduzir o risco de tratamentos convencionais usando um suplemento diário acessível. Exames de sangue anuais podem mostrar se a dose utilizada está sendo adequada.
Diferentemente da insuficiência (< 12ng/mL), a deficiência (< 20ng/mL) de vitamina D, atualmente, é muito comum em todos os grupos etários.35 Um considerável volume literário científico documenta a associação de níveis séricos de vitamina D, insuficientes ou deficientes, com um maior risco de doenças multifatoriais, como o câncer36-38, doença vascular39-43 e inflamação crônica.
Sugere-se então manter os níveis sanguíneos acima de 30ng/mL, ou mais elevado, em torno de 60ng/mL a 80ng/mL, caso possua patologia associada. A toxidade só ocorre com níveis séricos maiores de 150ng/mL. Conforme estudos recentes, a abrangência de seus benefícios é realmente impressionante.
Fonte: Essential Nutrition.
BENEFÍCIOS DA VITAMINA D NA PRIMEIRA INFÂNCIA
A vitamina D é lipossolúvel, essencial e não está normalmente presente na maioria dos alimentos naturais. As melhores fontes dietéticas incluem o óleo de fígado de bacalhau, peixe espada, salmão, alimentos fortificados com vitamina D e suplementos dietéticos. A vitamina D também é produzida endogenamente quando os raios ultravioletas da luz solar atingem a pele e desencadeiam a sua síntese. No entanto, devido ao aumento do uso de filtros solares, ingestão dietética inadequada, localização geográfica (latitude e altitude), condições atmosféricas que afetam a intensidade da radiação UVB (poluição do ar) e mudanças sazonais, a qualidade e quantidade da produção de vitamina D na pele vem diminuindo muito, tornando-se comum a situação de algum grau de deficiência de vitamina D.
O leite humano geralmente fornece de 10 a 80 UI de vitamina D por litro (L), o que corresponde a 0,2 a 1,5 μg/dia (8 a 60 UI/dia), ficando aquém dos 400 UI/dia recomendados por muitos especialistas em saúde. Bebês e crianças exclusivamente alimentadas com substitutos do leite e alimentos de desmame não fortificados com vitamina D também estão em maior risco de deficiência. Por esta razão, a sua suplementação é rotineiramente recomendada para bebês até que eles possam obter uma quantidade adequada através da dieta.
Um estudo publicado na revista Pediatric Obesity mostrou que uma ingestão suplementar de vitamina D durante o primeiro ano de vida proporciona às crianças mais massa muscular e menos gordura corporal. Esses resultados emergiram de um estudo randomizado duplo-cego inicial de 132 bebês saudáveis amamentados (um mês de idade no início do estudo) em Quebec, Canadá. Aleatoriamente os bebês foram designados para receber um suplemento oral diário de vitamina D3 de 400, 800, 1.200 ou 1.600 UI (10, 20, 30, 40 microgramas) durante 11 meses. Os bebês retornaram para um seguimento aos 3 anos de idade, quando foram avaliados seus níveis sanguíneos de vitamina D e composição corporal.
O benefício adicional de uma composição corporal mais magra veio como uma espécie de surpresa para a equipe de pesquisa. “Ficamos muito intrigados com a maior massa magra, e, portanto, a possibilidade de que a vitamina D pode ajudar as crianças a não só desenvolver esqueletos saudáveis, mas também saudáveis músculos e menos gordura”, disse Hope Weiler, uma das autoras do estudo e diretora da Mary Emily Clinical Nutrition Research Unit, da Universidade McGill.
Este estudo confirma a importância de um maior nível de vitamina D no início da infância para o desenvolvimento de ossos fortes e massa muscular saudável. O único outro fator conhecido para fazer uma diferença significativa para o nível de gordura corporal da criança é a quantidade de atividade física.
Traduzido por Essential Nutrition
Fonte: Askthe Scientists.
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