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NUTRIGENÔMICA.

quinta-feira, 3 de novembro de 2016
mulher comendo na academia eu atleta (Foto: Getty Images)Alimentação está diretamente relacionada à qualidade de vida e à longevidade (Getty Images)
O genoma é dinâmico e o seu bom funcionamento depende muito dos nutrientes presentes na dieta. Diversos estudos em humanos e em animais demonstram que os macronutrientes (carboidratos, proteínas e gorduras), micronutrientes (vitaminas) e compostos químicos bioativos (fitoquímicos, como falvonóides, cumarinas, fitoesteróis, entre outros) são capazes de regular a expressão dos genes de diversas maneiras. Muitos dos micronutrientes e compostos bioativos encontrados nos alimentos estão envolvidos diretamente em reações metabólicas que determinam desde o equilíbrio hormonal até a eficiência imunológica.

Alguns dos compostos bioquímicos encontrados nos alimentos, como o resveratrol (substância antioxidante encontrada na uva, vinho, entre outros), possuem a capacidade de se ligarem diretamente a fatores de transcrição, ativando diversas vias metabólicas. Já um outro micronutriente, a colina, altera a estrutura do DNA, também influenciando na ativação de alguns genes importantes para o bom funcionamento do corpo.

Hoje já se sabe que em relação a nutrientes as quantidades e as necessidades são cada vez mais individualizadas. O que pode ser benéfico para um, pode ser tóxico para outro".
Lia Kubelka 

Em nutrigenômica, os principais marcadores analisados são os polimorfismos de um único nucleotídeo. Conhecidos como SNPs, são variações na sequência do DNA, responsáveis pelas diferentes características individuais. Essas variações podem alterar o funcionamento de genes essenciais envolvidos na manutenção de funções celulares básicas, podendo aumentar o risco de desenvolvimento de doenças. A dieta possui o potencial de influenciar nesse risco aumentado, minimizando os riscos.


Um exemplo dessa interação com a genética e a alimentação é o ácido fólico. Uma variação genética na enzima chamada MTHFR faz com que a atividade dela diminua em até 60%. Isso resulta na dificuldade de utilização do folato para conversão da homocisteína em metionina necessária para o DNA, controle da expressão de diversos genes e proteção do genoma e como consequência de diversas doenças.

Estudos indicam que grande parte das pessoas hoje possuam uma deficiência moderada de ácido fólico, onde as quantidades ingeridas são suficientes para evitar anemia, mas não para a proteção dos danos ao genoma que podem se igualar a exposição a alguns tipos de radiações.

O mais interessante é que alimentos enriquecidos com ácido fólico não são adequados para suprir essa deficiência de origem genética. O ideal é a alimentação com ênfase em comidas que possuem o folato em sua forma natural e que é melhor absorvido pelo organismo.

Hoje já se sabe que em relação a nutrientes as quantidades e as necessidades são cada vez mais individualizadas. O que pode ser benéfico para um, pode ser tóxico para outro, e é isso que a ciência da nutrigenômica vem tentando desvendar.

Referências:
Borradale, D. C.; Kimlin, M. G.; Folate degradation due to ultraviolet radiation: possible implications for human health and nutrition. Nutrition Reviews Vol. 70(7):414–422.

Simopoulos, A., P. Nutrigenetics/Nutrigenomics. Annu. Rev. Public Health 2010. 31:53–68.

Fonte: Eu atleta.

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